Se o Google e Verizon acreditam que com o seu pacto eles poderão obter apoio político do Congresso norte-americano para um acordo sobre neutralidade de rede baseado em suas premissas, antes terão de passar por cima do Facebook. Para quem não lembra, nesta segunda-feira, dia 9 de agosto, a Gigante da Internet e a maior rede Wireless dos Estados Unidos anunciaram suas opiniões sobre a neutralidade na rede. E nem todo mundo gostou da resposta. De acordo com Google e Verizon, as redes cabeadas deveriam ter tratamento diferente das redes wireless.
No acordo, chegou-se ao "veredito" de que a neutralidade deveria se manter nas redes cabeadas, mas nas redes wireless ela poderia ser deixada de lado. E a maior rede social do mundo oferece um ponto de vista oposto. De acordo com Andrew Noyes, um porta-voz da rede social "O Facebook continua a apoiar os princípios de neutralidade de rede, tanto para as linhas cabeadas quanto para as redes wireless", e adicionou, "Preservar uma Internet aberta, que seja acessível aos inovadores - independente de seu tamanho ou riqueza - irá promover um mercado vibrante e competitivo onde os consumidores tem o controle final sobre o conteúdo e serviços fornecidos através de suas conexões com a Internet".
A companhia não quis comentar sobre as especificidades da proposta do Google e Verizon, mas a declaração do Facebook, claramente se coloca em desacordo com elas (as empresas).
O Google e a Verizon argumentaram que seria imprópria para a Federal Communications Commission (FCC) aplicar as mesmas regras no mercado móvel, como aplica no mercado de banda larga cabeada, já que o mercado wireless é mais competitivo e muda muito rapidamente. Claro que essa desculpa não "cola". Dizer isso é praticamente querer rotular a FCC de "incompetente" para fazer o que bem entender (e lucrar muito) no mercado.
Mas eles retrucaram o Facebook mesmo assim. Em um comunicado, um porta-voz do Google disse que "O Google não está cedendo o banco traseiro para ninguém, em seu suporte para uma Internet aberta. Nós não estamos dizendo que esse quadro é perfeito, mas acreditamos que uma proposta que impõe proteção para os consumidores é preferível que nenhuma proteção".
Mas existe uma boa razão para o Facebook estar cauteloso quanto a proposta mediada entre Googole e Verizon. A maior rede social do mundo também possui o maior número de usuários conectados aos seus serviços via telefonia móvel. São mais de 150 milhões de usuários.
O Facebook diz que as pessoas que se conectam a sua rede via telefone são duas vezes mais ativas que as que efetuam conexão via PCs. E se esse acordo virar "regra nacional", ou mesmo "regra mundial" o Facebook poderia ser prejudicado com o bloqueio ou redução das conexões de seus usuários para sua rede social. Isso sem contar o reverso, onde o Facebook não conseguiria fornecer toda a variedade de seus conteúdos para seus usuários.
O Facebook é apenas o último a se opor ao acordo entre Google e Verizon. A coalizão chamada SaveTheInternet.com, que inclui a Free Press, MoveOn.org, a Progressive Change Campaign Committee e demais entidades, chamam isso de "atacar a Internet enquanto clamam estar protegendo-a".
A coalizão chegou a afirmar que "Eles estão prometendo a neutralidade na rede apenas para uma certa parte da Internet, a que eles vão parar de investir", e completaram dizendo, "[Em] sua proposta, as empresas podem escolher quais os sites as pessoas podem acessar mais facilmente em seus telefones, ou qualquer outro dispositivo acessando a Internet através dessas redes".
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