• Google Adquire Slide

    Na intenção de se aproximar cada vez mais das redes sociais e buscar mais oportunidades de networking social, recentemente o Google adquiriu a empresa Slide, uma companhia especializada em entretenimento online. A Slide desenvolve aplicações para comunidades virtuais utilizadas em sites de redes sociais como Facebook e MySpace. Dentre as diversões, destacamos a SuperPoke Pets, Top Fish, SPP Range, e SuperPocus Academy of Magic. O TechCrunch havia informado que a empresa teria sido adquiria por US$182 milhões. Porém, há especulações (vindas do New York Times) de que a compra foi realizada no valor de US$ 228 milhões.

    A Slide foi fundada por Max Levchin, um dos co-fundadores do PayPal. De acordo com seu website, a meta da Slide é construir comunidades que permitam a criação e distribuição de produtos virtuais. Ela ainda cita previsões de mercado que valorizam a empresa de forma assustadora. A previsão é de que a empresa irá alcançar US$ 1,6 bilhões nos Estados Unidos, somente neste ano de 2010. Se esta previsão se concretizar, a venda da Slide terá sido abaixo do ideal. Procuradas para comentar a negociação, nem a Slide ou o Google se pronunciaram a respeito.

    Com a aquisição finalizada nesta sexta-feira, o Google agora tem em mãos uma poderosa ferramenta para alcançar seus objetivos, entrar de forma competitiva no mercado de redes sociais. Há relatos de que o Google esteja investindo também no Zynga, a companhia responsável pelo popular jogo do Facebook, o Farmville. Ainda há relatos (ou seriam especulações) de que o Google estaria em negociações com outras empresas de jogos online, provavelmente com um foco completamente voltado para uma plataforma de rede social centrada em jogos.


    Buzz, Orkut e Wave

    Como todos sabem as tentativas anteriores do Google em entrar no mercado (e no mundo) das redes sociais não vingaram. O Google Buzz é o maior exemplo de frustração da Gigante da Internet. O sistema que permite aos usuários do GMail compartilhassem suas atualizações de status, fotos e vídeos, nunca teve um bom avanço em aceitação do público. Mas o que realmente comprometeu seu avanço foi a completa falta de privacidade gerada pelo sistema. Logo no início do Buzz, quando os usuários do GMail começaram a conhecer o novo sistema, tiveram a decepção de ver que o Buzz estava gerando e divulgando de forma automática e pública, todos os contatos do usuário para outros usuários do Buzz.

    Claro que o Google "atacou" o problema o mais rápido possível (se essa não era a intenção inicial do Buzz, de fazer todo mundo se "conhecer" de forma imediata). Mas um problema de privacidade como esse, logo no início do projeto, é pedir para deixar o Buzz morrer no esquecimento.

    O Orkut era para ser o concorrente direto do Facebook, mas com exceção de Brasil e Índia, essa rede social nunca decolou. Isso talvez tenha mostrado ao Google que as redes sociais ainda precisam de focos de interatividade para cada cultura, mesmo que sua intenção seja a dominação mundial. Mas isso não significa que o Facebook alcançou essa meta sendo a maior rede social do mundo. Ele apenas é a rede social mais utilizada no planeta, não a mais dominante em cada país ou cultura.

    E por fim, temos o Google Wave, plataforma fantástica que prometia revolucionar o e-mail, mas se esqueceu que a maioria dos usuários no planeta parecem não gostar de aprender coisas novas. E a maioria esmagadora dos problemas da informática são os usuários-finais. É apenas um sonho nerd utópico, de que todos no mundo serão nerds algum dia (no significado que querer conhecer a fundo as coisas). A maioria da população sempre continuará a ser usuário final (maioria mesmo, acima de 90 por cento). Não é a toa que a Apple tem feito grande sucesso com seu iPad. Ele é o melhor exemplo do mercado que a empresa de Steve Jobs procura assegurar: aquele em que a empresa dá tudo o que ela acha que o usuário precisa - nem mais nem menos.

    E quando você apresenta um sistema complexo e revolucionário para seus usuários, acha que eles vão "conseguir" utilizar? Sim! O limitante e limitador na história continua sendo o usuário final. Se você muda um botão de lugar numa interface, por mais que o sistema seja melhor em tudo que o "tradicional", as pessoas não vão conseguir usar e vão usar a resposta clássica (e evasiva, para não dizer errônea) de que o sistema não funciona, ou que não presta. Vemos muito disso nas migrações de Windows para Linux. As pessoas parecem não querer algo melhor, e ficam presas as limitações e problemas do seu sistema em uso.

    Talvez se o Wave fosse reformulado e modularizado com uma interface administrativa ridiculamente fácil e intuitiva, ele poderia virar o jogo. Mas não com o nome de Wave. Como todo fracasso de mercado, o culpado continuam sendo os usuários. Mesmo que você melhore o sistema, se as pessoas virem que ele possui o mesmo nome, vão preconceituosamente afirmar que "aquele sistema não presta".


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