• WikiLeaks Discutindo com Pentágono sobre Arquivos do Afeganistão

    Julian Assange, fundador do WikiLeaks, o site mais "controverso" da atualidade, expressou hoje, quarta-feira, dia 18 de agosto, vontade de discutir o pedido de denúncia online para ajudar na revisão de documentos classificados da guerra do Afeganistão, e retirar informações que possam prejudicar civis. Em suas palavras a Associate Press via telefone: "Essa semana recebemos contato através de nossos advogados, que o Advogado Geral das foças armadas norte-americana, agora gostaria de discutir a questão".

    Em Washington, Thomas Collins, o porta-voz das forças armadas dos Estados Unidos nega que qualquer advogado esteja envolvido no assunto e acha que Assange poderia estar se referindo ao advogado do pentágono. Ele afirma que cada serviço possui seu próprio escritório, que são completamente separados do conselho geral do Departamento de Defesa, e Collins estava falando apenas do Exército.

    Quando perguntado para esclarecer os fatos, Assange confirmou que se tratava mesmo do advogado geral do Pentágono. Ele acrescentou que os contatos tem sido intermediados pelo comando de investigação criminal (Army Criminal Investigation Command) das forças armadas norte-americanas.

    O WikiLeaks já havia pedido ao Pentágono, para ajudar a analisar os documentos, para limpar os nomes dos informantes Afegãos dos arquivos. Na semana passada, Mark Toner, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, disse que não estava ciente de qualquer esforço feito por funcionários do departamento para entrar em contato com o WikiLeaks. Já Assange, nesta quarta-feira, disse que "o contato foi estabelecido", mas acrescentou que não estava claro como, e se, os militares ajudariam o WikiLeaks. Assange chegou a afirmar que "é sempre positivo para as partes, falarem umas com as outras", e acrescentou que "nós os congratulamos pelo seu envolvimento".

    Na ocasião, Assange havia reiterado que os planos do WikiLeaks continuam sendo o de liberar a segunda leva de arquivos, contendo documentos provenientes da guerra do Afeganistão, entre "duas semanas à um mês".

    A primeira leva de arquivos, chamada de "Diário de Guerra do Afeganistão" ("Afghan War Diary") liberou documentos militares classificados que cobriam a guerra no Afeganistão, de 2004 a 2010. A liberação desse material irritou os oficiais dos Estados Unidos, atiçou críticos da campanha liderada pela OTAN, e chamou a atenção do Taleban, que prometeu usar o material para rastrear as pessoas consideradas traidores. Com isso, várias organizações não-governamentais (ONGs), incluindo a mídia vigilante baseada em Paris, a Repórteres Sem Fronteiras, criticaram o WIkiLeaks por sua irresponsabilidade.

    O WikiLeaks, em sua defesa, considera a si mesmo como uma organização de serviço público aberta aos denunciantes, jornalistas e ativistas. Assange mesmo disse que "Nós incentivamos outros meios de comunicação e grupos de direitos humanos que possuam uma preocupação genuína sobre a revisão do material, para nos ajudar com a difícil e muito cara tarefa de gerar um relatório público a partir dos arquivos históricos". O Australiano estava recentemente na Suiça, em parte para preparar um pedido de certidão de publicação, que permita ao WikiLeaks tirar proveito pleno da liberdade de imprensa desse país escandinavo.

    Isso também significa que o WikiLeaks teria de nomear uma editora que pudesse ser considerado legalmente responsável pelo material. Assange disse que essa pessoa poderia ser "tanto ele ou um de nosso povo sueco". É comum o WikiLeaks rotear seu material através da Suécia, porque naquele país existe a proteção na lei para denunciantes. Assange também informa que o WikiLeaks possui servidores de backup nesse país para garantir que o site não seja desligado.


    Links de Interesse:

    - WikiLeaks: Pentagon ready to discuss Afghan files