Mais um grande grupo de crackers foi preso na Ucrânia, nesta semana. E as prisões continuam chegando em conexão com a rede de crimes cibernéticos que utiliza o trojan Zeus para roubar milhões em dinheiro de contas bancárias. Já são cinco suspeitos, acusados de fazerem parte da quadrilha, que foram presos pela polícia ucraniana. Os alvos eram contas de bancos nos Estados Unidos. Essa informação foi divulgada no dia 1 de este ano de 2010 pelo FBI (Federal Bureau of Intelligence), que está participando das investigações.
As prisões foram realizadas no dia 30 de setembro, e o FBI descreve as pessoas-alvo como "suspeitos-chave responsáveis por esse esquema geral". Autoridades nos Estados Unidos e no Reino Unido, durante a semana do dia 27 de setembro, foram tomando ação como parte de uma ofensiva internacional contra o crime cibernético. De acordo com a última nota divulgada pelo FBI:
"A Operação Trident Breach começou em maio de 2009, quando agentes do FBI em Omaha, Nebraska, foram alertados pelo Automated Clearing House (ACH) sobre lotes de pagamentos de 46 contas bancárias individuais nos Estados Unidos. Os agentes rapidamente realizaram o alcance do crime e, em parceria com as autoridades locais, estaduais e parceiros federais, forças tarefas contra o crime cibernético, grupos de trabalho, e agentes de polícia estrangeiros na Holanda, Ucrânia e Reino Unido, para trazer os responsáveis à justiça".
Ainda de acordo com o FBI, o grupo "tinha como alvo pequenas e médias empresas, prefeituras, igrejas e indivíduos, infectando seus computadores" com uma variante do trojan Zeus, que era utilizado para roubar os números das contas bancárias, senhas, e outros dados de login. Em todo esse processo, os ladrões conseguiram roubar US$ 200 milhões "sendo que US$ 70 milhões vieram de contas de banco de vítimas".
De acordo com as autoridades, os fraudadores também utilizaram estrangeiros com visto de estudante para os Estados Unidos como mulas. As mulas abriam as contas bancárias com nomes falsos e transferiam todo o dinheiro roubado para o exterior. Além das prisões realizadas na Ucrânia, no dia 28 de setembro de 2010, a polícia do Reino Unido prendeu 29 pessoas acusadas de envolvimento em crimes virtuais contra bancos, enquanto o FBI acusava dezenas de pessoas em solo norte-americano
Robert S. Mueller III, atual diretor do FBI disse em um comunicado que "Nenhum país, nenhuma companhia e nenhuma agência, pode acabar com o crime cibernético" e completou que "A única maneira de fazer isso é trabalhando juntos. porque, de forma geral, todos nós estamos enfrentando a mesma ameaça. Juntos, o FBI e seus parceiros internacionais podem e irão encontrar melhores maneiras de salvaguardar nosso sistema, minimizar esses ataques, e parar aqueles que nos causam mal".
Mas será que isso realmente funciona? O sistema bancário sempre foi uma enorme peneira. As instituições parecem não querer se preocupar com segurança o suficiente para garantir a proteção de qualquer cidadão que venha a participar do sistema. Acredito que essas prisões são apenas uma pequena ponta de um enorme iceberg. A quantidade dos desvios e o número de grupos atuando em todo o mundo neste "mercado" é gigantesco. E não vai ser com trabalho conjunto que levam meses, ou até mesmo anos, para se prender um ou outro grupo, que os crimes cibernéticos vão parar.
Outro ponto interessante é não deixarmos que as autoridades e os governos nos privem de nossa liberdade e direitos, em nome da segurança. Não é sacrificando o cidadão, que se garantirá a segurança do mesmo. Muito pelo contrário: só incentivará mais e mais crimes em nossa sociedade.
Links de Interesse:
- Ukraine Police Arrest 5 over $70M Zeus Trojan Bank Scheme
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