Operação Caixa de Pandora Contava com Requintes de Sofisticação e Envolvia Empresas Ligadas ao Ramo de TI
Pelo menos 19 dos denunciados associaram-se, entre o início de 2006 e abril de 2010, para montar um sofisticado esquema de corrupção e de desvio de recursos públicos no Distrito Federal, infiltrando-se na estrutura administrativa e gonernamental. Tuso isso com a intenção de cometer crimes para financiar atividades ilícitas, conquistar e manter o poder político e enriquecer seus membros e aliados. O líder do esquema era José Roberto Arruda e Durval Barbosa atuava como operador das finanças.
Atividades Fraudulentas e Envolvimento de Empresas de TI
A formação da quadrilha aconteceu antes mesmo da posse de Arruda no governo, quando ele ainda era deputado federal. O esquema consistia em solicitar recursos a empresários que prestavam serviços ligados à área de TI ao Governo do Distrito Federal (GDF), para financiar as atividades do grupo. Em troca de tais serviços, havia a promessa de contratações com o GDF, sob a responsabilidade de Durval Barbosa.
Funcionamento do Esquema Criminoso
A quadrilha operava da seguinte maneira: os secretários de estado e demais titulares de órgãos e entidades da Administração Pública do GDF, junto aos seus ordenadores de despesa, reconheciam as dívidas de exercícios anteriores por prestação de serviços das empresas de TI. O pagamento dessas dívidas era feito com recursos públicos originários de dotações do orçamento dos órgãos e entidades do Governo do Distrito Federal.
Em face de todos esses acontecimentos, esse esquema de corrupção foi legitimado por um decreto do então governador José Roberto Arruda (decreto nº 30.072/2009). O reconhecimento de dívida é admitido em lei, somente para casos excepcionais. Esse procedimento favoreceu bastante os interesses dos membros da quadrilha. Além disso, oMPF analisou mais de 100 termos de reconhecimento de dívidas e processos de pagamentos feitos pelo GDF às empresas Linknet, Adler, Call Tecnologia, Vertax, CTIS, Conecta e Unirepro. Esses casos correspondem somente ao que foi possível acessar, até o momento do fechamento da perícia realizada pelo Ministério Público Federal.
Liderança e Rigor no Esquema
Como líder da quadrilha, José Roberto Arruda controlava fortemente o esquema e a prestação de contas a ele era altamente detalhada, com pormenores dos valores a serem recebidos das empresas e pagos aos envolvidos. Também fazia parte do esquema uma espécie de "mesada" destinada aos deputados distritais denunciados, que foi avaliada em torno de R$ 600 mil para os integrantes.
Saiba Mais:
[1] Ministério Público Federal http://noticias.pgr.mpf.gov.br/notic...orrupcao-no-df