Parece que temos uma empresa focada em redes sociais nadando contra a maré, ou pior, incentivando outras empresas a fazerem o mesmo, o que contraria com a "universalização" da comunicação e integração digital. A Ning acaba de fechar a versão gratuita de seus serviços de redes sociais e está começando a cobrar de seus usuários, incentivando os mesmos a migrarem para um plano pago. Caso contrário, eles serão obrigados a abandonar todo o sistema.
O Ning é um serviço que permite a qualquer pessoa registrada, criar sua própria "rede social" sobre qualquer assunto que desejar. Atualmente, a empresa responsável pelo serviço possui aproximadamente 2,3 milhões de redes sociais registradas e em pleno uso. E não contente de fechar o serviço gratuito, ainda está demitindo o equivalente a 40 por cento de sua folha de pagamento.
Podemos dizer que essa é uma rede social que não deu certo. Enquanto vemos redes sociais como o Facebook e o Twitter lucrando ano à ano, tendo em suas cadastros mais e mais usuários a cada dia, e expandindo seus serviços como nunca, a Ning parece que perdeu o rumo e acabou ficando para trás.
Qual o fator, ou conjunto de fatores, que contribuíram para a Ning desandar? lembramos que em 2007 a empresa já planejava cobrir seus gastos com o uso de anúncios, algo que o Twitter ainda está adiando para implementar e sobrevive muito bem sem eles nos dias de hoje. Mas parece que essa estratégia não deu certo e a empresa não parece ter investido em outras "alternativas econômicas" para evitar seu atual colapso.
É fato que uma decisão dessas de última hora, só vai contribuir para terminar de destruir seu serviço. Em um serviço com mais de 2 milhões de redes sociais registradas, sendo que a maioria esmagadora delas é gratuita, resolvem do nada cortar todo o serviço gratuito e obrigar seus usuários a migrarem para um plano pago? Isso ao meu ver é "cometer suicídio" de mercado.
E essa ação não passará despercebida de outras companhias com o mesmo foco. Imaginem quantas empresas focadas no mesmo "mercado" não estarão sendo influenciadas pela decisão da Ning e tudo isso não vire um enorme "efeito dominó". Claro que a gratuidade atual das mais famosas redes sociais são o ponto-chave de suas conquistas com o público. O mesmo vale para e-mail. A maioria esmagadora dos usuários presentes na Internet, sempre preferiram aderir ao uso de e-mails gratuitos (e multi-funcionais) como o GMail do Google, ao ter de pagar por um serviço de e-mail limitado e caro, como muitas empresas ainda insistem em tentar manter ativos.
E com o próprio mercado de gadgets investindo pesado na integração dessas redes em seus aparelhos para facilitar a vida do usuário, seria um verdadeiro Caos econômico para muitas companhias, caso as mais utilizadas redes sociais do mundo começassem a cobrar por seu uso.
E quando começam a cobrar, não param por aí. Em seguida começam a arrancar o que ainda ficou com o usuário, como a capacidade de criar e utilizar aplicativos para interatividade e integração de seus sistemas digitais (smartphones, desktops, etc) com essas redes sociais. Mas acredito que, se esse cenário se concretizar, será um verdadeiro "tiro-no-pé" para todas as empresas que tentarem trilhar por esse "caminho".
Links de Interesse:
- Ning: No More Free Networks
- Ning Fails at Free Social Networking
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