Postado originalmente por
MarceloGOIAS
Poder ou não poder usar a torre como parte do aterramento de um pára-raios vai muito além "do poder e não poder". Quem simplesmente pegar o cabo do pára-raios e parafusar na torre está correndo sérios riscos de perder tudo nela, não só equipamentos, mas também antenas e até cabos.
Obviamente que a descarga elétrica de um raio (formado pelo acúmulo de eletricidade em uma nuvem) procura o pólo contrário situado na terra. Nas nuvens mais baixas a tendência é de carga elétrica positiva, nas mais altas negativas. Por indução, as cargas elétricas nas nuvens são atraídas pela carga elétrica contrária situada na terra. Os pontos mais altos, como torres de telecomunicações, transformam-se em pontes entre núvens e terra. Caso a torre seja boa condutora a descarga descerá para a terra, caso contrário poderá ser acumulada temporariamente, tempo suficiente para danificar equipamentos.
Entretanto, torres de telecomunicações podem ser construídas de materiais bons, ótimos ou razoáveis condutores de eletricidade ou ter estruturas das mais variadas. Para começar jamais use sua torre de cantoneira bem fina como parte do pára-raios. Preferencialmente em torre de estruturas altoportantes ou estaiadas de cantoneiras largas. Nelas a resistência para passagem de eletricidade é menor. Para que uma torre seja usada como parte do aterramento o cabo de descida do pára-raios deve ser afixado na parte de baixo, próximo ao chão, ou fixado em partes diferentes da torre, como cima, meio e em baixo, para que não haja diferença de potencial elétrico. Também não pode haver diferença de potencial entre a torre e a terra, por isso um terrômetro é aconselhável nas medições. Quando menos resistência, melhor.
Bem construído a descarga descerá e dissipará na terra. Para isso, é necessário uma boa malha de astes interligadas por cabos circulando toda a torre, bem espalhada. Caso contrário, os equipamentos existentes na torre sofrerá danos ou perdas irreversíveis se a impedância entre torre e terreno for alta.