Josue,
Será que não estao passando o cabo de aterramento dos para-raios dentro da estrutura da torre?
Acho muito difícil de fazer algo diferente disto, mas VIVA a tecnologia, rs.
Abraços,
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Prezados,
Vou tentar ser bem simplesinho, ou seja É MUITO RESUMIDO! Porque acho que quem complica não sabe ou não quer explicar!
Aterramento de fornecimento de energia e aterramento de surto são uma necessidades constantes, porém aterramento para Para-raios, SPDA (Sistema de Proteção de Descarga Atmosférica), é uma necessidade estatística, ou seja, só é fundamental quando a diferença de potencial entre a terra e o ar provoca a descarga atmosférica dentro da intensidade provável, o fluxo de elétrons quase sempre é da terra para as nuvens... etc...
Aterramento de fornecimento, falo aqui do Neutro que todo mundo acha que vem da rua e entra pelo padrão de fornecimento da concessionária, na verdade é um grande terra, todo padrão de entrada tem, assim também deveriam ter todos os postes, pelo menos uma haste de cobre cravada no chão e ligada a ele. Exemplo, se vc pegar o potencial +110V do seu padrão e um aterramento bem feito e ligar estes dois fios em uma lâmpada, ela ACENDE com a mesma intensidade que quando vc usa o neutro que " vem " da concecionária de energia. (VOU CHAMAR ATERRAMENTO A)
Aterramento de surto, as carcaças, os armários metálicos, os equipamentos eletrônicos, principalmente estabilizadores e No-Breaks, os terceiros pinos dos plugs que todo mundo quebra para poder dar encaixe nas tomadas das paredes já instaladas, etc.. etc... devem ser ligados a um aterramento. Peças dos equipamentos acima podem acumular ou perder elétrons por indução magnética ou fuga de corrente, e quando a diferença de potencial atinge o valor crítico necessário para romper a resistividade do meio que os separam acontece a faísca, o surto, que pode queimar ou danificar ou ainda interferir na operação dos referidos equipamentos. Exemplo, placas que travam, placas que queimam, placas que perdem pacotes... etc...etc... (ATERRAMENTO B)
Aterramento de descarga atmosférica, é tipo plano de saúde, seguro de vida, etc... É UMA NECESSIDADE ESTATÍSTICA, e não é só pelo fato da probabilidade de um raio poder cair ou não no seu equipamento, mas as normas são embasadas em um raio de intensidade provável, ou seja, tem raios que passam pelo SPDA e não deixam marca nenhuma outros derretem as soldas, outros até as cabeças das hastes, mesmo com um SPDA feito conforme a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) vc pode ser um daqueles sortudos que tem a maior descarga atmosférica dos últimos 500 anos e fritar tudo em um raio de 10m envolta da torre! ATENÇÃO ... ENVOLTA ... NÃO DENTRO ... GAIOLA DE FARADAY É O PRINCÍPIO MAIS SEGURO PARA PROTEÇÃO DOS EQUIPAMENTOS! Por isto que as torres novas são cabeçudas, a estrutura metálica da torre lá encima tem uma ou mais pontas, Franklin, e depois já se abre iniciando a gaiola, equipamentos que necessitam ficar lá encima ficam dentro da gaiola, as antenas e cabos que porventura saiam para fora da gaiola são aterrados na torre, e aí sim a própria torre é um excelente SPDA e tem um vasto aterramento por toda a sua volta! Porém como não temos capital de investimento como estas empresas, nossas torres são bem mais humildes e nossos equipamentos se expõe nas laterais da própria torre! Um bom isolamento das nossas torrezinhas do solo acabariam saindo mais caro que um SPDA próprio para elas, alguns cuidados que aumentam este isolamento e que eu recomendo é com o bloco de ancoragem da torre, não deixar a ferragem do bloco em contato com a terra, e não deixar os vergalhões de ancoragem da torre em contato com a ferragem, deixe estes separados envoltos pelo concreto. (ATERRAMENTO C)
Um projeto bem feito e acompanhamento técnico são importantíssimos, e muitas vezes acabam barateando o custo global do seu aterramento e garnatindo sua funcionalidade, mas quem quiser gastar a mais sem garantia segue abaixo a prática:
ATERRAMENTO A - UM PADRÃO DE ENERGIA ELÉTRICA BEM FEITO RESOLVE ISTO.
ATERRAMENTO B - TRES HASTES DE COBRE DE 2m CRAVADAS A 2m DE DISTÂNCIA ENTRE ELAS INTERLIGADAS COM CABO DE COBRE NU DE 12.5mm2 RESOLVE 95% DOS CASOS (CUIDADO COM SOLOS MUITO SECOS OU MUITO ARENOSOS!) UMA HASTE SÓ RESOLVE? SIM, MAS EM 40% DOS CASOS.
ATERRAMENTO C - FRANKLIN NA PONTA ACIMA DAS ANTENAS 1V:2H COM CABO 25mm2 DESCENDO POR ISOLADORES ATÉ TRES HASTES DE COBRE DE 2,5m CRAVADAS A 2,5m DE DISTÂNCIA ENTRE ELAS INTERLIGADAS COM CABO DE COBRE NU DE 25mm2 RESOLVE 90% DOS CASOS (CUIDADO COM SOLOS MUITO SECOS OU MUITO ARENOSOS!) UMA HASTE SÓ RESOLVE? NÃO! CARCAÇA DE MOTOR DE CARRO ENTERRADO RESOLVE? PODE SER POR UNS 2 ANOS DEPOIS VC TEM DE ENTERRAR OUTRA CARCAÇA MENOS OXIDADA. SAL GROSSO AJUDA? SIM, SÓ QUE SE VC DEPENDER DISTO PARA DAR A IMPEDÂNCIA NECESSÁRIA VC TERÁ DE JOGAR SAL GROSSO TODO MÊS! (RECOMENDO SÓ PARA ESPANTAR ENCOSTO RSSS...)
ATERRAMENTO A EM SEPARADO. ATERRAMENTO B e C INTERLIGADOS. CAIXA HERMÉTICA METÁLICA E CENTELHADOR INTERLIGADOS COM FIO DE COBRE 4mm2 ISOLADO DA TORRE. ANTENAS ISOLADAS DA TORRE.
PORQUE:
O Aterramento A em separado pois eu não confio no aterramento das concessionárias de energia. a Torre eu deixo isolada para não ter problema com indução magnética da corrente passando por ali, muito próximo dos equipamentos, a descida do SPDA isolada para dar preferência para ela.
Quando a diferença de potencial entre dois corpos, no caso em questão ar e terra, chega ao ponto de ajuste, faiscamento, raio, isto tbm depende do meio, umidade relativa do ar, etc..., a eletricidade procura o melhor caminho até o corpo receptor, descarga de eletrons do corpo carregado para o corpo que os suporta, portanto uma vez que esta carga chega ao seu objetivo ou esta a caminho ELA NÃO VOLTA PARA TRÁS!!! Por isto que os aterramentos são interligados, diminui custo para uma eficiência maior, também evita que a descarga atmosférica corra por outros equipamentos para chegar ao destino, diferença de potencial.
RECOMENDO A ELABORAÇÃO DE PROJETO E ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO TODAS AS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS POR UM PROFISSIONAL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Espero que este ajude aos amigos e que eles me agradeçam se julgarem que assim o devem.
PS: Sou Engenheiro Civil - Unicamp - fazer faculdade de Nerd me qualificou a dar Anotação de Responsabilidade Técnica - CREA pela especialidade acima, trabalhei na implantação da TIM da Claro (BCP) e foi Gerente de Projetos na implantação da INTELIG entre vários outros... é só para eu não esquecer! rsss....
Bela explicação, confere com tudo que acompanhei nos engenheiros da Embratel , só a questão da antena isolada da torre, que deixa dúvidas. Todas as antenas que compramos vem prontas, para que fiquem em contato com a torre, claro que o elementos irradiantes ficam isolados, mais no caso de setoriais TSM que uso aqui, são antenas em curto, não tem qualquer instrução para isolar da torre. Você poderia falar algo a respeito?
Você citou sobre a Gaiola de Faraday, recomenda um aterramento único, (B e C interligados) com a própria torre como SPDA, referindo-se a grandes torres. E no caso de pequenas torres, sugeriu um isolamento. Eu sugiro uso de caixas metálicas com aterramento junto com a torre, sendo que mesmo em pequenas torres o efeito da "Gaiola de Faraday" será válido, com caixas metálicas devidamente bem aterradas no mesmo circuito, claro que no caso usando um SPDA separado, acredito que dessa maneira seria ainda mais seguro que um isolamento. O que você acha?
Sempreonline, que aula. Tem que colocar estas explicações em um tópico fixo.
Na pag 4 eu postei sobre esta possibilidade de usar 3 cabos de cobre para fazer uma gaiola de Faraday.
E na pag 6, sobre o bloco de concreto.
Mas alguns detalhes que estavam faltando no meu entendimento, voce foi muito claro.