Sim porque ela é mais abrangente e mais restrita em potência. A faixa de 5.4 vai de 5470 MHz a 5725 MHz, um total de 256 MHz. A faixa de 5.8 vai de 5725 a 5850 MHz, num total de 126 MHz. A faixa de 2.4 tem 84 MHz de largura, e é uma boa referência de quão fácil é colidir com outros usuários.
Fora ter metade do espectro, a transmissão ponto-a-ponto em 5.8 não tem limite de potência irradiada (apenas de potência de saída do transmissor), e se tiver um link ponto-a-ponto cujo feixe passe pelo seu setorial ou pelo seu cliente ele pode ter uma potência interferente muito alta.
Mesmo a transmissão setorial ou omni em 5.8 tem limites altos de potência irradiada. Um rádio típico tem 24 dBm de saída com 14 dBi de ganho de antena setorial, o que dá uns 6W EIRP.
Já em 5.4, em rádios baratos que não implementam ATPC como Nanostation, Mikrotik etc. podem transmitir até 1/2 W EIRP, 12 vezes ou 9 dB menos... e ainda são obrigados a usar DFS (Dynamic Frequency Selection), que podem acabar por automaticamente evitar interferência (mesmo que o objetivo seja evitar interferência com radar, a presença de sinal naquela frequência pode ser gatilho pro DFS).
Assim, a idéia de usar 5.8 só para links de maior capacidade é uma boa idéia, pela permissão regulatória de que ponto-a-ponto não tenha limite. Células menores em 5.4 propiciam melhor serviço para os clientes e melhor convivência, desde que respeitados os limites regulatórios, já que muitas opções não são default.
Utilização de canais menores também ajuda a utilizar melhor as frequências; em 5.4 o limite de densidade espectral de potência permite potência máxima em 10 MHz para rádios sem ATPC, o que é melhor do que usar 20 MHz para todo mundo. 5 MHz já violaria a regulação em dBm/MHz, mesmo que possível em rádios Atheros.