Hacker roubou usuários de terminais web nos EUA

Hacker roubou usuários de terminais web nos EUA
Quinta-feira, 07 de agosto de 2003 - 16h12

SÃO PAULO - Durante quase dois anos, o chinês Juju Jiang gravou tudo o que os usuários digitavam nos terminais para acesso público à web de uma rede de lojas em Nova York - dando especial atenção a senhas. É claro que esses usuários não faziam idéia que estavam sendo espionados.

Jiang instalou em pelo menos 14 lojas da Kinko (empresa que presta serviços de impressão, gráfica e brindes personalizados) um software espião, com o qual conseguiu capturar pelo menos 450 nomes e senhas - os dados foram usados para o acesso a contas bancárias e abertura de novas contas ou então vendidos pela internet.

Segundo o The New York Times, Jiang, 25 anos, foi considerado culpado por fraude e pirataria de software no mês passado. O chinês, que vive nos Estados Unidos desde os 16 anos, admitiu ao juiz ter começado a instalar o programa Invisible KeyLogger Stealth nos terminais web da Kinko em fevereiro de 2001. O jornal diz que ele foi denunciado por uma das vítimas que, em um dia qualquer, descobriu que aquele aplicativo que seu notebook estava rodando sozinho não era, como ele pensou a princípio, o programa antivírus.

Pelo contrário: o mouse andava sozinho pela tela, abrindo arquivos e realizando buscas. "Alguém abriu meu currículo e copiou o número do Seguro Social e do cartão de crédito", contou ao NYT. O hacker usou as informações para abrir uma conta bancária em nome da vítima e depois acessou o site da American Express. Como o usuário assinava o GoToMyPC (serviço que libera ao internauta o acesso remoto a seu próprio PC), a polícia usou os logs registrados no programa para rastrear o criminoso e chegou ao computador de Jiang.

No quarto do hacker, a polícia apreendeu quatro PCs e um laptop, e algumas outras coisas bastante valiosas: uma verdadeira coleção de Post-its com anotações sobre contas bancárias, recibos de cartão de crédito da Kinko, e uma pilha de livros e manuais de hacker. A justiça americana ainda não proferiu sua sentença.