Estava procurando um artigo e acabei me deparando com esse aqui. Tirei um pedaço de uma matéria publicada no "Núcleo de Estudos do Futuro". http://www.nef.org.br/modules.php?na...howpage&pid=21
Dia 8 de março - tempo de um repensar tecnológico
Nessa celebração tão intensamente vivida pelas mulheres e por todos aqueles que através delas visualizam um melhor futuro - é preciso repensar e expandir todos os critérios de comunicação virtual. Nesse repensar é emergente encarar com responsabilidade um grande "porém" nessa brutal expansão da Internet: a exclusão digital.
Muito se diz que com o advento da Internet chegamos ao futuro. Concordo, vivemos a realização de um sonho coletivo: todo o planeta interconectado onde o trabalho físico perde a importância e a criação do conhecimento se torna a fonte de valor real da riqueza. Para os entusiastas do ciberespaço, eu faço parte deles, as novas tecnologias de comunicação e informação aumentam as escolhas e têm um forte potencial harmonizador nessa era de transição conflituosa. Mas existem algumas questões emergentes para se resolver. Não podemos ignorar a realidade indigesta da exclusão digital. A concepção das novas tecnologias ainda está pautada nas diferenças entre ricos e pobres, entre quem fala e não fala inglês, entre homens e mulheres.
Nessa última questão, adoto uma perspectiva de gênero, que estrutura esse meu pensamento: é preciso fazer um realinhamento coerente com a realidade tecnológica e a realidade da mulher. Por que ainda existem paredes nessa relação mulher e tecnologia? Por que, em vez da mulher trabalhar através da tecnologia, a tecnologia não pode trabalhar para a mulher?
Surpresa para uns e não para outros, mas o numero de comunidades virtuais femininas superam de longe as comunidades masculinas. Uma questão essencial, substantiva e plural. No mínimo, digna de nota e estratégia. Paradoxalmente, os indicadores internacionais surpreendem ao revelar o declínio da inserção de mulheres na procura de programas de treinamento e desenvolvimento em ciências da computação. É preciso adequar a linguagem para o universo de aprendizagem feminino.
O jardim cibernético está florido. Importante é manter suas cores e conservar seu perfume através de estratégias que fortaleçam a mulher na sociedade, dando a elas acesso às novas tecnologias de informação, atendendo a sua real condição de mulher, numa linguagem apropriada, num formato adequado. Tecnologias feminizadas que atendam a comunidade feminina, que as incluam, que facilitem as suas múltiplas atividades cotidianas. E também que as eduquem e as apóiem em seu exercício de cidadania, na conquista de seus direitos sociais, econômicos e políticos. Enfim, para que tudo isso aconteça é preciso transformar a relação das mulheres com a tecnologia à luz dos mais profundos valores humanos.
Rosa Alegria
futurista, Diretora da Perspektiva Tendências, Cenários e Estratégias,
consultora de comunicação, membro do Conselho Estadual da Condição Feminina
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Concordo que deve haver uma forma adequada de inclusão, pois isso facilitaria principalmente para as mais resistentes à tecnologia... mas discordo desse drama cor-de-rosa que foi feito. Afinal de contas, se as que têm foram atraídas do jeito que está, qual seria a dificuldade das outras?
Acho que no fundo o que realmente falta é vontade mesmo...