Postado originalmente por
1929
Só não vamos fazer apologia ao IKS ou a SKS pois são artifícios ilegais e as regras do forum não permitem compartilhar conhecimentos de material escuso.
Se der cana, a coisa vai ser feia.
Alguém pode até dizer que nunca deu. Jogo do bicho também é raro, mas é ilegal e volta e meia tem gente presa.
Vamos nos ater aos 700mhz então.
Desde quando a Ubiquiti lançou seu cartão mini-pci para 700mhz e andei comentando sobre o alcance que isto poderia ter. Restava ver se iria passar banda suficiente com os protocolos mais simples da época. Acho que nunca ninguém testou no Brasil estes cartões. Se o fizeram foi clandestinamente e ficaram de bico calado.
Esta faixa parece ser a menina dos olhos do governo. Tanto é que está batendo de frente com empresas que tem outorga em faixas muito próximas. Já fez um limpeza e a ideia é expandir esta limpeza para evitar conflitos ou interferencias de serviços.
http://www.valor.com.br/brasil/36650...00-mhz-para-4g
Quando surgiu esta possibilidade de uso dos 700mhz a justificativa era de que assim as áreas rurais poderiam ser atendidas. E já naquela época eu levantei esta questão. Isso era simplesmente um argumento fajuto para abrir um mercado excepcional para as grandes teles. Elas vão participar do leilão e vão pagar muito bem por isso, mas o resultado financeiro para elas será também excepcional não com a abertura de novas áreas de cobertura, mas sim abocanhar os clientes nas cidades que hoje são atendidas com 3G de péssima qualidade.
A qualidade não está no serviço em si. Próximo as torres o serviço é excelente. Mas como a cobertura em frequencias mais altas é pouca, acaba que a maioria dos assinantes que não teriam as condições ideais tentam conexão e fica muito ruim , dai se espalha a noção de que 3G não é tão bom assim.
Imaginem então com 700mhz aliado a tecnologia LTE que é o mais avançado no mercado hoje.
Vai haver uma brutal concentração de poder por parte destas operadoras. Por isso que elas ficaram com o pé atras quando de início as autoridades falavam em 2.5 ou 3.5 Ghz.
Se o poder público tiver mesmo interesse em promover a competição deve pensar em abrir estas frequencias para que os pequenos possam continuar competindo.
De que forma não sei. Que modelo usar? Frequencia não licenciada como 2.4 ou 5.x acho que não resolveria pois os espaços nestas frequencias são pequenos. Viraria uma bagunça enorme em questão de meses. E creio que isso seria impossível tecnicamente porque o Brasil assina acordos internacionais de telecomunicações que já preveem este uso como frequencias licenciadas.
Leilão? Complicado pois o poder econômico das grandes pode vir por cima só para evitar a competição.
Leilão limitado por enquadramento fiscal? Quem sabe. Mas daí a Anatel vai reclamar porque vai ter arrecadação limitada.
E leiloar um só canal para cada participante do leilão....pode ser uma saída.
Em 2.5 ou 3.5 para nós seria uma mão na roda. Os rádios ubiquiti estão aí para suprir o consumo.
A grande questão é: Os grandes tem representatividade. Os pequenos provedores não tem. Como pressionar as autoridades a pensar no assunto pela ótica dos pequenos provedores?
Os relatórios SICI que somos obrigados a apresentar mensalmente não estão espelhando a realidade sobre o número de assinantes. Já começa por aí a falta de representatividade. E quando se fala em declarar o real, muitos já ficam avessos.
Então, a meu ver estamos num barco sem leme, levado pelas correntes que no momento estiverem atuando.
Atualmente a corrente está arrastando meio mundo para o 5.x. Até quando isso vai permitir um bom serviço eu tenho minhas dúvidas.
Como uma empresa vai crescer, se organizar, planejar seu futuro se não temos a menor segurança seja técnica, seja jurídica com relação a forma de atuação da empresa.
Enquanto isso vamos alimentando o setor industrial consumindo equipamentos, alimentando o mercado consumidor dos serviços, os assinantes, até que os grandes venham e abocanhem a estes. Vamos alimentando o setor público pela carga tributária que mesmo não sendo a real, acaba engordando os cofres.
O dia que a coisa pegar mesmo não vamos ter onde ancorar nossos barcos e a tempestade pode nos afundar.
É o que penso. Se tiver outra forma de ver o assunto, vamos trocar ideias.