Postado originalmente por
1929
Prá voces verem como é a coisa.
Quando da privatização, aqui no Sul quem tinha inicialmente vencido o leilão da compra da CRT foi a Telefônica.
Daí a Telefônica também ficou com a área de São Paulo.
Em vista disso ela foi obrigada pelas regras das privatizações a desistir de uma região. Logicamente que desistiu do Sul , deixando para a BrasilTelecom assumir a CRT.
O mais gozado disso tudo é que quem hoje está nas decisões criticava as privatizações, alegando que na mão das operadoras a concentração de poder seria muito grande. Nas regras havia uma condição para as privatizações: a criação de empresas espelho.
A Claro Digital era uma delas. Mas com o passar do tempo o poder político trocou de mãos inclusive com ameaças na época de rever as privatizações etc etc.
Mas daí entrou o Lulinha e tomou gosto pela coisa. Logo se tornou um acionista da Telemar. E de lá para cá não parou mais. Hoje é voz atuante na OI.
E se hoje está havendo esta concentração de poder é porque o poder público abandonou suas convicções e nos bastidores atua fortemente no sentido de concentrar.
É uma lei de mercado? É. Se viesse de qualquer outra corrente seria aceitável, mas não com a anuência daqueles que se fizeram em cima de jargões contra a livre iniciativa.
Nada contra a livre iniciativa. Deve até existir de uma forma forte e atuante. Mas para equilibrar as coisas precisa de uma presença também marcante do poder público nas comunicações. A ressurreição da Telebrás se tornou uma "piada".
Então, do jeito que está indo em pouco tempo serão duas ou três empresas com todo este poder na mão e estarão ditando as regras do jogo. Quem vai ter força para competir de igual para igual? Nem me refiro aos provedores independentes em particular.
Mas a todo um sistema de comunicações que não terá o menor controle pelo poder público. E sem a menor estrutura para interferir no mercado no sentido de equilibrar.
Ou seja, "as porteiras estão abertas"