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  1. #1

    Padrão Transmissão Wirelles, throughout

    Galera tem uma duvida que não consegui esclarecer
    Exemplos
    Se em uma rede Wirelles 1 Banda N 150mbs atende 1 cliente por transmissão do que adianta os 150mbs?
    Se cada cliente tem controle de 5mb cada e a portadora é enviado apenas pra 1 CPE
    Se fosse enviados em 150 para todos de uma vez dava para entender, mas o AP só atende 1 por 1.
    Ja que é 1 por cada vez um thoughout de 5 megas daria para 30 clientes?

    Se alguem souber explanar este assunto vamos debater para aprender mais

  2. #2

    Padrão

    Olá marcelorodrigues, eu entendo que você tem uma única interface aérea compartilhando para os clientes, sobre o throughout de 5 Mb eu não entendi, pois uma rede 802.11n com um canal de 20Mhz você consegue taxas bem maiores, depende do AP e placa wireless, valores como 40Mb nominal, se você utilizar canais de 40MHz você pode dobrar, obviamente se você usar mimo no AP e na sua placa wireless, pelo menos 2x2 spatial streams.
    Sobre a capacidade para 30 usuários, depende da simultaneidade da rede, perfil de tráfego, são dados que você precisa para dimensionar.
    Best pratices Cisco recomendam no máximo 30 usuários por AP, mas isso é relativo, eu projetei uma rede corporativa muito recente, high density com cisco AP3700, chego a ter 40 usuários por AP em alguns momentos, funciona bem, mas considero o máximo.
    Lembrando que 80% conectado em 5GHz.
    Certamente precisamos estudar muito.

  3. #3

    Padrão Re: Transmissão Wirelles, throughout

    150Mbps (Procura usar maiúsculas e minúsculas pra todo mundo ter certeza do que está falando) é data rate, não é throughput. Em wifi o throughput fica lá pela metade do data rate, ou seja, se usar um data rates de 150Mbps, o throughput real fica lá pelos 75Mbps (Arredondando pra facilitar).

    Mas 150Mbps é data rate com canal de 40MHz. Se usar canal de 20MHz o maior data rate em N, com polarização simples, é 72Mbps. O throughput fica nuns 35Mbps então.

    Em rede você não manda "72Mbps por 0,1 segundos", você manda um PACOTE. O MTU do roteador é 1500 bytes, então pra abrir uma página da web de 1MB (1024kB, ou 1048576 bytes) serão uns 699 pacotes (1048576 / 1500 = 699). Esse pacote será transmitido usando uma modulação no esquema OFDM, são os data rates. Em N os data rates são:
    www.mcsindex.com

    Digamos que o roteador está configurado pra usar o maior data rate, MCS7, em 20MHz de largura, com tempo de guarda/espera longo, é o data rate de 65Mbps.
    CADA pacote vai ser transmitido em MCS7. O roteador pega o pacote de 1500 bytes, acrescenta um cabeçalho de 8 bytes no começo, e envia o pacote pro notebook. O roteador NÃO transmite outro pacote enquanto o notebook não responder o checksum correto do pacote.

    O checksum é uma soma dos bits que gera um número, o rádio que transmite soma e chega num resultado, o notebook soma o pacote que recebeu e chega num resultado, o notebook envia esse checksum pro rádio, e o RÁDIO é que diz se o numero bate. O número pode não bater até se um (UM!) bit for lido errado. Digamos que o cálculo de uma rajada de bits gera um checksum pequeno assim:
    http://www.analog.com/library/analog..._BB_FIG_02.jpg

    O rádio envia pacote, recebe resposta, envia outro pacote, recebe resposta, mais um pacote, recebe resposta errada... ops, precisa reenviar esse pacote.

    Por conta dos erros no envio do pacote, ou erros no envio DO CHECKSUM, wifi raramente tem na prática metade do data rate como throughput. É comum em roteador doméstico PORCAMENTE configurado pra 40MHz, usando MCS7, mal e mal trafegar 15Mbps (Ao invés dos 70-80Mbps que o data rate permitiria em condições ideais) porque tem coisas tipo paredes no meio, a LEGIBILIDADE do sinal é muito comprometida quando tem obstáculos no meio, ocorre distorção no esquema de modulação e se perde muita informação no meio dos pacotes, o sistema tem que reenviar 2 ou 3 vezes o mesmo dado até que ele chegue direito. Isso toma tempo, por isso na medição de velocidade por segundo a taxa cai (Leva digamos 1,2 segundos pra transmitir 1MB, ao invés de 0,1 segundo).

    Usando N, temos 64 portadoras, cada uma com uns 300kHz de largura, elas não ocupam uniformamente o canal de 20MHz de largura (Se usar canal de 40MHz terá 128 portadoras, o dobro de dados pro chipset analisar, gasta mais processamento pra analisar mais dados), digamos que fica assim:
    http://rfmw.em.keysight.com/wireless...0explained.png

    Quando você olha no Airview (Analisador de espectro) dos rádios Ubiquiti novos o canal aparece assim:
    http://i.imgur.com/lo2jj.png

    Dá pra ver nessa imagem que algumas portadoras tem sinal tipo -53dBm, enquanto as primeiras na esquerda parecem ter -56dBm. Por isso é bom não ser bobo e acreditar em bobeiras tipo "Tem sinal bom", o nível de sinal exibido pelo setup do equipamento exibe média, a coisa é mais complicada que ter 12dBm de sinal acima da sensibilidade, é bom ter FOLGA, ter 20dBm de margem porque eventualmente umas portadoras estarão só 14 ou 15dBm acima da margem. Precaução nunca causa problemas.

    Por meio de séries de Fourier (Ou transformadas de Fourier? Enfim, um cálculo matemático simples pra um computador, complicado pra gente) esse monte de bits enviados por cada portadora é juntado e forma um diagrama de constelação OFDM. MCS3 e MCS4 usam um esquema de modulçai de 16 pontos, por isso 16QAM, os dados das 64 portadoras vai formar esses 16 pontos no diagrama:
    http://docplayer.com.br/docs-images/...mages/37-0.png

    Quando o nível de sinal é baixo (SNR ruim, ou muito perto da sensibilidade que o rádio informa pra aquele data rate) a definição dessas posições fica ruim, na imagem acima você define com precisão onde cada pontinho está, digo, a qual quadrante ele percente. Mas... com sinal ruim fica assim:
    http://www.intechopen.com/source/htm...edia/fig10.png
    Um moooonte dos pontos estão fora de um quadrante, o rádio não tem como adivinhar onde ele vai, esse pontos são bits que talvez serão lidos com erro, isso vai gerar erro num pacote todo, vai ter que reenviar pacote, por isso não só cai o throughput, o ping também aumenta (As vezes dá ping de 10ms quando o sinal está baixo, e do lado do roteador dá 0,3ms (Linux exibe o ping abaixo de 1ms, o Windows só exibe 1ms pra cima). Um ping de 10ms é um pacote enviado e reenviado DUZIAS de vezes até ser enviado direito!

    Enfim, cada cliente vai ter uma pequena variação no throughput REAL que consome. Com múltiplos clientes conectados o cliente que perde pacotes vai tomar mais tempo do rádio que o cliente que NÃO perde pacotes. Então na teoria um data rate de 26Mbps, teria um throughput de uns 13Mbps pra dividir por 10 clientes. Mas na prática isso não funciona, porque 1 cliente com sinal pior vai tomar mais tempo que os outros, é comum mesmo com todos os clientes com CCQ de 98-99% o throughput ficar em uns 2/3 disso, ou seja, ao invés de 13Mbps em MCS3, uns 8Mbps agregado. Se tiver 1 cliente com CCQ de 90%, e esse cliente estiver trafegando muitos pacotes, ele vai ficar reenviando pacotes perdidos (CCQ de 90% é fruto de muita coisa sendo perdida) aos montes, vai tomar muito tempo que poderia estar sendo gasto com outros clientes, nessa situação talvez o thrpughput agregado (Soma do que todos juntos conseguem consumir) mal passe dos 5Mbps, simplesmente porque o cliente de CCQ ruim perde TANTO, mas TANTO pacote, que não sobra muito tempo pro rádio trocar dados com os clientes com CCQ de 100%.

    Não vale a pena ficar calculando throughput previsto, as pessoas não navegam o tempo todo, pega 10 clientes e veja a média de consumo, se forem 10 clientes de 2Mbps provavelmente o tráfego total vai variar de 1 a 12Mbps, sendo 1Mbps de madrugada, e uns 12Mbps lá pelas 20h quando vários estiverem ao mesmo tempo vendo vídeo idiota no facebook (Ou pior, um gameplay inútil no YT...). Vai ter um ou outro clientes com rajadas de alto consumo a cada tempo, na soma total o tráfego é sempre bem baixo.

    Um Rocket M5 da vida pode ter 30 CPE's conectadas, provavelmente 7 ou 8 delas não terão NINGUÉM navegando, 7 ou 8 terão rajadas de tráfego baixo só de um smartphone, 7 ou 8 terão rajadas de alto consumo conforme navega ou gira uma página, e só menos de meia duzia terão consumo constante (Rodando p2p ou algum gerenciador de downloads). Se tiver muito pirralho adolescente como cliente, e eles consumirem muito download, ou assistirem muitos vídeos em bitrate alto, 1 desses clientes consome o mesmo que 10 clientes pacatos que só usam internet no smartphone, só pro WhatsApp e Facebook. Não tem como ter certeza de qual será o tráfego somado de todos os 30 clientes conectados, tem que estimar uma média e ver se o data rate em uso no Rocket dá conta de entregar esse tráfego agregado (Lembra, o throughput máximo conseguível fica em cerca de metade do data rate, mas em PTMP geralmente se consegue só 2/3 do throughput máximo conseguível. Se usar 40MHz (Pra que poluir tanto? Usa 20MHz e polarização dupla, poxa!), em polarização dupla (Polarização simples é coisa pra internet de 2009, tipo 1Mbps) o maior data rate é de uns 300Mbps, o thrpughput num PTP excelente ficaria nuns 150Mbps half, e em PTMP com sinais perfeitos então uns 100Mbps pra dividir em 30 clientes. Mas... PTMP perfeito em provedor brasileiro é raro, a maioria faz cagada em instalação com zona de Fresnel parcial, ou tem sinais baixo (MCS15 (300Mbps) exige sinal ótimo tipo -50dBm, DUVIDO que 0,1% dos provedores do Brasil tenham 30 clientes com sinal tão bom), com instalação típica não conte nem com 50Mpbs num caso desse.

    Mas o típo de sinal que tem em provedor via rádio geralmente dá só pra MCS3 ou 4 (Ou MCS11 e 12 pra quem vive nessa década, com polarização dupla), são data rates MUITO mais baixos, MCS12 em 20MHz é 78Mbps, dá pra contar com uns 20Mbps agregado se tiver rede boa (Se fosse um PTP dava pra extrair 40Mbps half), e 30 clientes PAGANTES de 5Mbps provavelmente consumirão picos de uns 25Mbps, seria bom num caso de MCS12 pra 30 pagantes limitar lá pelos 3Mbps por cliente (Porque sempre tem os pirralhos que consomem tudo o que podem o dia todo, não sabem configurar nada e deixam clientes p2p usando toda a banda disponível). Planos de 3Mbps pra cima só dá pra arriscar com dupla-polarização, ou se tiver só uma duzia de clientes por setorial, ou se tiver só clientes bem pacatos que pagam 5Mbps mas só consomem em smartphone, com bobeiros tipo WhatsApp e Facebook (No máximo vídeos com resolução lá por 240p).

    30 CPE's conectadas num AP comum pesam um pouco, pra manter a conexão ativa uns pacotes são trocados ("Anda tá aí?" "Tô"), mas hora que há digamos um Windows ligado nessa CPE o peso aumenta, o Windows dá um ping rumo a um IP da Microsoft pra mostrar do lado do relógio se tem acesso a internet (Esse ping é trafego), os inúteis antivírus e atualizadores diversos vivem perguntando via web se tem atualização, o Windows vive fuçando na rede em busca de novos dispositivos (Pra exibir automaticamente novas impressoras ou novos computadores, já que a MS diz que todo usuário é tão tapado que não sabe procurar sozinho), se a CPE estiver em bridge esses serviços de scan na rede vão pela rede wifi e só acabam lá no concentrador (Servidor PPPoE, provavelmente), enfim, é um ambiente onde cada uma das 30 CPE tem tráfego, é tráfego pequeno mas são alguns pequenos pacotes por segundo, já pesa bem mais. Mas o que pesa MUITO é se os 30 clientes estiverem navegando, usando whatsapp ou facebook, enfim, estiverem consumindo internet de verdade. Serão milhares de pacotes por segundo pra CADA cliente, cada pacote tem o checksum respondido, se em média perde 1 a cada 100 pacotes isso dá um número de reenvios enorme, ocorre um gargalo na rede wifi não pelo throughput agregado, mas pelo enorme número de pacotes pequenos passando, o throughput agregado pode ficar em 5Mbps pra 30 clientes de 2Mbps cada, mas a rede ser um lixo, porque 500 pacotes por segundo de cada cliente, cada pacote com 300 bytes, gera 15 mil pacotes, pro AP receber, enviar o ok, e... sempre terá que reenviar algum pacote com erro, um roteador que em PTP dá conta de 15 mil pacotes por segundo (15kpps) não vai conseguir o mesmo num PTMP com 30 clientes, porque num PTP ele envia e recebe numa cadência perfeita, enquanto recebe o checksum ele já monta o outro pacote, enquanto envia um pacote já vai calculando o checksum do outro, e assim vai. Mas em PTMP você tá lá enviando e recebendo tudo certo, aí chega a vez de enviar pra um cliente, enviar, e... pééééé... não chega resposta, envia de novo, e chega um checksum errado, envia de novo, e agora sim chegou certo, essa pequena perda de tempo tira tempo que poderia ter sido gasto enviando dados pra outro cliente, essa demora em outro pacote (Que ficou mais tempo na fila) piora a rede desse outro cliente no fim das contas.

    30 AP's perfeitos, com 100% de CCQ, é coisa mais rara do mundo, mas se fosse um cenário desse aí sim daria pra sonhar em ter digamos 30Mbps agregado usando MCS12 a 20MHz, atendendo 30 a 35 clientes simultâneos em planos de 3 a 5Mbps cada. Na maioria dos provedores corta todos esses números pela metade.

  4. #4

    Padrão Re: Transmissão Wirelles, throughout

    Citação Postado originalmente por rubem Ver Post
    150Mbps (Procura usar maiúsculas e minúsculas pra todo mundo ter certeza do que está falando) é data rate, não é throughput. Em wifi o throughput fica lá pela metade do data rate, ou seja, se usar um data rates de 150Mbps, o throughput real fica lá pelos 75Mbps (Arredondando pra facilitar).

    Mas 150Mbps é data rate com canal de 40MHz. Se usar canal de 20MHz o maior data rate em N, com polarização simples, é 72Mbps. O throughput fica nuns 35Mbps então.

    Em rede você não manda "72Mbps por 0,1 segundos", você manda um PACOTE. O MTU do roteador é 1500 bytes, então pra abrir uma página da web de 1MB (1024kB, ou 1048576 bytes) serão uns 699 pacotes (1048576 / 1500 = 699). Esse pacote será transmitido usando uma modulação no esquema OFDM, são os data rates. Em N os data rates são:
    www.mcsindex.com

    Digamos que o roteador está configurado pra usar o maior data rate, MCS7, em 20MHz de largura, com tempo de guarda/espera longo, é o data rate de 65Mbps.
    CADA pacote vai ser transmitido em MCS7. O roteador pega o pacote de 1500 bytes, acrescenta um cabeçalho de 8 bytes no começo, e envia o pacote pro notebook. O roteador NÃO transmite outro pacote enquanto o notebook não responder o checksum correto do pacote.

    O checksum é uma soma dos bits que gera um número, o rádio que transmite soma e chega num resultado, o notebook soma o pacote que recebeu e chega num resultado, o notebook envia esse checksum pro rádio, e o RÁDIO é que diz se o numero bate. O número pode não bater até se um (UM!) bit for lido errado. Digamos que o cálculo de uma rajada de bits gera um checksum pequeno assim:
    http://www.analog.com/library/analog..._BB_FIG_02.jpg

    O rádio envia pacote, recebe resposta, envia outro pacote, recebe resposta, mais um pacote, recebe resposta errada... ops, precisa reenviar esse pacote.

    Por conta dos erros no envio do pacote, ou erros no envio DO CHECKSUM, wifi raramente tem na prática metade do data rate como throughput. É comum em roteador doméstico PORCAMENTE configurado pra 40MHz, usando MCS7, mal e mal trafegar 15Mbps (Ao invés dos 70-80Mbps que o data rate permitiria em condições ideais) porque tem coisas tipo paredes no meio, a LEGIBILIDADE do sinal é muito comprometida quando tem obstáculos no meio, ocorre distorção no esquema de modulação e se perde muita informação no meio dos pacotes, o sistema tem que reenviar 2 ou 3 vezes o mesmo dado até que ele chegue direito. Isso toma tempo, por isso na medição de velocidade por segundo a taxa cai (Leva digamos 1,2 segundos pra transmitir 1MB, ao invés de 0,1 segundo).

    Usando N, temos 64 portadoras, cada uma com uns 300kHz de largura, elas não ocupam uniformamente o canal de 20MHz de largura (Se usar canal de 40MHz terá 128 portadoras, o dobro de dados pro chipset analisar, gasta mais processamento pra analisar mais dados), digamos que fica assim:
    http://rfmw.em.keysight.com/wireless...0explained.png

    Quando você olha no Airview (Analisador de espectro) dos rádios Ubiquiti novos o canal aparece assim:
    http://i.imgur.com/lo2jj.png

    Dá pra ver nessa imagem que algumas portadoras tem sinal tipo -53dBm, enquanto as primeiras na esquerda parecem ter -56dBm. Por isso é bom não ser bobo e acreditar em bobeiras tipo "Tem sinal bom", o nível de sinal exibido pelo setup do equipamento exibe média, a coisa é mais complicada que ter 12dBm de sinal acima da sensibilidade, é bom ter FOLGA, ter 20dBm de margem porque eventualmente umas portadoras estarão só 14 ou 15dBm acima da margem. Precaução nunca causa problemas.

    Por meio de séries de Fourier (Ou transformadas de Fourier? Enfim, um cálculo matemático simples pra um computador, complicado pra gente) esse monte de bits enviados por cada portadora é juntado e forma um diagrama de constelação OFDM. MCS3 e MCS4 usam um esquema de modulçai de 16 pontos, por isso 16QAM, os dados das 64 portadoras vai formar esses 16 pontos no diagrama:
    http://docplayer.com.br/docs-images/...mages/37-0.png

    Quando o nível de sinal é baixo (SNR ruim, ou muito perto da sensibilidade que o rádio informa pra aquele data rate) a definição dessas posições fica ruim, na imagem acima você define com precisão onde cada pontinho está, digo, a qual quadrante ele percente. Mas... com sinal ruim fica assim:
    http://www.intechopen.com/source/htm...edia/fig10.png
    Um moooonte dos pontos estão fora de um quadrante, o rádio não tem como adivinhar onde ele vai, esse pontos são bits que talvez serão lidos com erro, isso vai gerar erro num pacote todo, vai ter que reenviar pacote, por isso não só cai o throughput, o ping também aumenta (As vezes dá ping de 10ms quando o sinal está baixo, e do lado do roteador dá 0,3ms (Linux exibe o ping abaixo de 1ms, o Windows só exibe 1ms pra cima). Um ping de 10ms é um pacote enviado e reenviado DUZIAS de vezes até ser enviado direito!

    Enfim, cada cliente vai ter uma pequena variação no throughput REAL que consome. Com múltiplos clientes conectados o cliente que perde pacotes vai tomar mais tempo do rádio que o cliente que NÃO perde pacotes. Então na teoria um data rate de 26Mbps, teria um throughput de uns 13Mbps pra dividir por 10 clientes. Mas na prática isso não funciona, porque 1 cliente com sinal pior vai tomar mais tempo que os outros, é comum mesmo com todos os clientes com CCQ de 98-99% o throughput ficar em uns 2/3 disso, ou seja, ao invés de 13Mbps em MCS3, uns 8Mbps agregado. Se tiver 1 cliente com CCQ de 90%, e esse cliente estiver trafegando muitos pacotes, ele vai ficar reenviando pacotes perdidos (CCQ de 90% é fruto de muita coisa sendo perdida) aos montes, vai tomar muito tempo que poderia estar sendo gasto com outros clientes, nessa situação talvez o thrpughput agregado (Soma do que todos juntos conseguem consumir) mal passe dos 5Mbps, simplesmente porque o cliente de CCQ ruim perde TANTO, mas TANTO pacote, que não sobra muito tempo pro rádio trocar dados com os clientes com CCQ de 100%.

    Não vale a pena ficar calculando throughput previsto, as pessoas não navegam o tempo todo, pega 10 clientes e veja a média de consumo, se forem 10 clientes de 2Mbps provavelmente o tráfego total vai variar de 1 a 12Mbps, sendo 1Mbps de madrugada, e uns 12Mbps lá pelas 20h quando vários estiverem ao mesmo tempo vendo vídeo idiota no facebook (Ou pior, um gameplay inútil no YT...). Vai ter um ou outro clientes com rajadas de alto consumo a cada tempo, na soma total o tráfego é sempre bem baixo.

    Um Rocket M5 da vida pode ter 30 CPE's conectadas, provavelmente 7 ou 8 delas não terão NINGUÉM navegando, 7 ou 8 terão rajadas de tráfego baixo só de um smartphone, 7 ou 8 terão rajadas de alto consumo conforme navega ou gira uma página, e só menos de meia duzia terão consumo constante (Rodando p2p ou algum gerenciador de downloads). Se tiver muito pirralho adolescente como cliente, e eles consumirem muito download, ou assistirem muitos vídeos em bitrate alto, 1 desses clientes consome o mesmo que 10 clientes pacatos que só usam internet no smartphone, só pro WhatsApp e Facebook. Não tem como ter certeza de qual será o tráfego somado de todos os 30 clientes conectados, tem que estimar uma média e ver se o data rate em uso no Rocket dá conta de entregar esse tráfego agregado (Lembra, o throughput máximo conseguível fica em cerca de metade do data rate, mas em PTMP geralmente se consegue só 2/3 do throughput máximo conseguível. Se usar 40MHz (Pra que poluir tanto? Usa 20MHz e polarização dupla, poxa!), em polarização dupla (Polarização simples é coisa pra internet de 2009, tipo 1Mbps) o maior data rate é de uns 300Mbps, o thrpughput num PTP excelente ficaria nuns 150Mbps half, e em PTMP com sinais perfeitos então uns 100Mbps pra dividir em 30 clientes. Mas... PTMP perfeito em provedor brasileiro é raro, a maioria faz cagada em instalação com zona de Fresnel parcial, ou tem sinais baixo (MCS15 (300Mbps) exige sinal ótimo tipo -50dBm, DUVIDO que 0,1% dos provedores do Brasil tenham 30 clientes com sinal tão bom), com instalação típica não conte nem com 50Mpbs num caso desse.

    Mas o típo de sinal que tem em provedor via rádio geralmente dá só pra MCS3 ou 4 (Ou MCS11 e 12 pra quem vive nessa década, com polarização dupla), são data rates MUITO mais baixos, MCS12 em 20MHz é 78Mbps, dá pra contar com uns 20Mbps agregado se tiver rede boa (Se fosse um PTP dava pra extrair 40Mbps half), e 30 clientes PAGANTES de 5Mbps provavelmente consumirão picos de uns 25Mbps, seria bom num caso de MCS12 pra 30 pagantes limitar lá pelos 3Mbps por cliente (Porque sempre tem os pirralhos que consomem tudo o que podem o dia todo, não sabem configurar nada e deixam clientes p2p usando toda a banda disponível). Planos de 3Mbps pra cima só dá pra arriscar com dupla-polarização, ou se tiver só uma duzia de clientes por setorial, ou se tiver só clientes bem pacatos que pagam 5Mbps mas só consomem em smartphone, com bobeiros tipo WhatsApp e Facebook (No máximo vídeos com resolução lá por 240p).

    30 CPE's conectadas num AP comum pesam um pouco, pra manter a conexão ativa uns pacotes são trocados ("Anda tá aí?" "Tô"), mas hora que há digamos um Windows ligado nessa CPE o peso aumenta, o Windows dá um ping rumo a um IP da Microsoft pra mostrar do lado do relógio se tem acesso a internet (Esse ping é trafego), os inúteis antivírus e atualizadores diversos vivem perguntando via web se tem atualização, o Windows vive fuçando na rede em busca de novos dispositivos (Pra exibir automaticamente novas impressoras ou novos computadores, já que a MS diz que todo usuário é tão tapado que não sabe procurar sozinho), se a CPE estiver em bridge esses serviços de scan na rede vão pela rede wifi e só acabam lá no concentrador (Servidor PPPoE, provavelmente), enfim, é um ambiente onde cada uma das 30 CPE tem tráfego, é tráfego pequeno mas são alguns pequenos pacotes por segundo, já pesa bem mais. Mas o que pesa MUITO é se os 30 clientes estiverem navegando, usando whatsapp ou facebook, enfim, estiverem consumindo internet de verdade. Serão milhares de pacotes por segundo pra CADA cliente, cada pacote tem o checksum respondido, se em média perde 1 a cada 100 pacotes isso dá um número de reenvios enorme, ocorre um gargalo na rede wifi não pelo throughput agregado, mas pelo enorme número de pacotes pequenos passando, o throughput agregado pode ficar em 5Mbps pra 30 clientes de 2Mbps cada, mas a rede ser um lixo, porque 500 pacotes por segundo de cada cliente, cada pacote com 300 bytes, gera 15 mil pacotes, pro AP receber, enviar o ok, e... sempre terá que reenviar algum pacote com erro, um roteador que em PTP dá conta de 15 mil pacotes por segundo (15kpps) não vai conseguir o mesmo num PTMP com 30 clientes, porque num PTP ele envia e recebe numa cadência perfeita, enquanto recebe o checksum ele já monta o outro pacote, enquanto envia um pacote já vai calculando o checksum do outro, e assim vai. Mas em PTMP você tá lá enviando e recebendo tudo certo, aí chega a vez de enviar pra um cliente, enviar, e... pééééé... não chega resposta, envia de novo, e chega um checksum errado, envia de novo, e agora sim chegou certo, essa pequena perda de tempo tira tempo que poderia ter sido gasto enviando dados pra outro cliente, essa demora em outro pacote (Que ficou mais tempo na fila) piora a rede desse outro cliente no fim das contas.

    30 AP's perfeitos, com 100% de CCQ, é coisa mais rara do mundo, mas se fosse um cenário desse aí sim daria pra sonhar em ter digamos 30Mbps agregado usando MCS12 a 20MHz, atendendo 30 a 35 clientes simultâneos em planos de 3 a 5Mbps cada. Na maioria dos provedores corta todos esses números pela metade.
    Ótima explicação, a dúvida que eu tinha sobre a transmissão vou dar um exemplo. Vamos supor que uma pessoa (AP) tem que conversar com 10 pessoas, mas tem um porém ela tem que falar individualmente um por um, uma frase por vês, no caso o AP, se ele conversa com um radio do cliente por vez se eu for vender 1mb só iria precisar de um Rate a 1mega já que atende individualmente. Assim que funciona? Isto que queria entender. Sei que no airmax atende 4 por transmissão, mas quero entender no legacy

  5. #5

    Padrão Re: Transmissão Wirelles, throughout

    Se vender 1Mbps pra 10 clientes, tem altas chances de em um horário o tráfego somado deles ser digamos: 3 vendo vídeos comendo 1Mbps cada, 4 no WhatsApp comendo 100kBps cada, 4 no Facebook comendo rajadas de 100 a 800kBps, dando média de uns 400kBps cada. 3 + 0,4 + 1,6 = 5Mbps.

    O data rate de 13Mbps (MCS1 em polarização simples, ou MCS8 em polarização dupla) entrega pouco mais que isso em condições ideáis, entrega até 6Mbps em PTP. Mas... em PTMP lembra que vai dar uns 2/3 do ideal. E 2/3 de 6Mbps é 4Mbps. Então esse data rate está abaixo do ideal.
    O datarate de 19M (MCS2 em pol. simples) vai trafegar 9Mbps num PTP, mas... em PTMP vai dar 6Mbps provavelmente, ainda acho muito "na mosca".
    MCS3 tem 26M no data rate, dá pouco mais de 14Mbps em PTP bom, isso chega fácil a 8Mbps em PTMP. Então esse data rate atenderia com folga o maior throughput agregado (Somado) que esses clientes criam.

    Como saber que throughput agregado 10 clientes de 1Mbps consomem? Não tem como saber. 10 gamers consumirão o mesmo que 1000 pessoas que só usam internet pro WhatApp e jogos no smartphone.

    10 clientes de 1Mbps terão picos de 5Mbps provavelmente, mas 100 clientes de 1Mbps dificilmente passarão de 30Mbps! O problema de pacotes grandes tipo 5Mbps por cliente é que se um cliente resolve ver um filme pelo Youtube, na maior resolução possível, ele vai ficar o tempo todo consumindo 5Mbps. E quem assina planos maiores é justo quem geralmente consome mais. Se oferecer planos de 1, 2, 3 e 5Mbps, provavelmente os maiores consumidores contratarão 5Mbps.

    Via de regra o data rate escolhido tem que dar conta com folga do maior tráfego agregado que os clientes tiverem, mas não tem como calcular com precisão qual tráfego agregado os clientes vão ter. Quando tem MUITOS clientes, um ou outro cliente consumindo demais se dilui no meio do todo, mas quando tem POUCOS clientes, 1 cliente consumindo demais faz o throughput agregado subir em 30%.

    O AP envia os pacotes pro cliente e espera resposta na parte de OFDM, hora que o pacote chega no Windows ou Android do cliente há a resposta do pacote TCP/IP, essa é feita pelo data rate de upload do cliente, que geralmente é muito mais baixo. O data rate de TX do cliente (RX na torre) deve ser escolhido também levando em conta o máximo tráfego agregado de upload que os clientes geram, 10 clientes com 512Kbps de upload gerarão talvez 1Mbps de upload agregado no máximo, então usar MCS1 (Que chega a 4Mbps em PTMP, ou 6Mbps em PTP) até serve. Mas não precisa exagerar com data rate baixo demais, entre MCS1 e MCS3 a diferença de potência e sensibilidade é pouca, sinal tão baixo tipo -75dBm fica muito perto da zona de ruído (Dá SNR baixo), é bom ficar acima de -70dBm, e esse nível de sinal permite MCS2 sem dificuldades.

    Não tem muito porque ficar esfolando o bolso do cliente pra colocar CPE de 25dBi pra quem fica a 1km da torre usar MCS15 em planos tipo 5Mbps, esse ganho de delay (Comparado ao uso de digamos MCS11 nesse caso) entre cliente e torre não chega nem perto do tempo que gasta pro pedido pra abrir um site ir da sua torre até o servidor do site. Entre internet de 5 e de 100Mbps muda pouco o tempo de abertura de um site lá longe, o gargalo é o caminho distante total e não a última milha. Um site vai de qualquer modo demorar 2 a 5 segundos pra abrir completamente (Baixar todas as partes), acho que 1% dos brasileiros moram perto o suficiente dos servidores dos maiores sites pra conseguir uma abertura quase completa em menos de 1 segundo, a maioria leva mais de 3s fácil, então escolher um data rate que dá conta do tráfego agregado, e não da soma dos tráfegos individuais máximos, não faz efeito em medidor de velocidade nem em tempo de abertura de site (Ou delay em conversa em messengers), só faz efeito em VoIP, mas... sei lá se 0,1% dos internautas no brasil usam VoIP.

    Pra facilitar pode calcular de cabeça assim: Se o data rate tem 100Mbps, num PTMP típico no brasil vai poder passar uns 25Mbps. E 20 clientes de 2,5Mbps cada consumirão isso. 10 clientes adolescentes de 5Mbps provavelmente consumirão picos maiores que 25Mbps então seria bom evitar um plano de velocidade onde só 5 clientes já consigam consumir tudo.

    O envio de pacote é feito um a um no padrão IEEE, mas tem que ver que são milhares de pacotes por segundo, cada pacote com sua resposta, em PTMP não tem as condições ideais que devia pra conseguir um thrpughput agregado alto, e 1 cliente de sinal meia-boca já detona com a qualidade geral da rede (Já derruba MUITO a capacidade de tráfego agregado). Airmax tem a vantagem de não ficar perdendo muito tempo com cliente de sinal ruim, se o cliente tem sinal ruim só ele mesmo é prejudicado, ele tem o slot de tempo pra ele e se perder o envio, azar o dele, vai pro fim da fila e espera outro slot de tempo. Em rede pequena tipo 10 clientes simultâneos, com tráfego baixo, essa solução (Airmax, digamos) não faz diferença. Acima dos 20 cliente dá pra ver bem. Mas... só se for 20 clientes com sinal bom, com polarização dupla, e com planos altos, aí o throughput agregado aumenta porque os pacotes chegam legíveis. Airmax não muda a legibilidade dos dados, só a ordem da troca de pacotes, um sinal ruim será ilegível com ou sem Airmax.


    Enfim, não tem nenhuma conta mágica, o throughput agregado pode ser esmerdalhado por só 1 cliente. E o consumo agregado com poucos clientes muda 30% quando 1 cliente assiste um vídeo, mas muda 1% quando tem muitos clientes.

    Pode planejar assim: Vou usar MCS4 na torre, e MCS2 nos clientes. MCS4 tem 39Mbps, dá uns 20Mbps em PTP, talvez 15Mbps agregado em PTMP mas vou contar com 12Mbps. Vou vender pacotes de 3Mbps, 4 clientes de 3M chegam a 12Mbps, então não posso ter 4 gamers ou heavy-users, vou atendendo só cliente pacato e vendo o tráfego agregado naquele setor, se nunca ver mais que 5 ou 6Mbps, foi colocando clientes. Hora que ver um tráfego agregado perto dos 12Mbps, é hora de colocar mais uma setorial pra aquele setor, ou de parar de atender clientes naquele rumo. Se forem clientes comuns isso só vai acontecer lá pelos 15 clientes!

    Já se usar dupla-polarização, recomendo MCS12 na torre, e MCS10 nos clientes. Com 20MHz de largura, claro (Pra que ocupar espectro a toa usando 40MHz?). 78M de data rate, uns 40Mbps half em PTP, uns 30Mbps em PTMP ótimo, 20-25Mbps em PTMP comum no Brasil. Dificilmente 20 clientes de 3Mbps chegarão a 20Mbps de trafego agregado, esse setor provavelmente só vai chegar no limite de consumo provavelmente lá pelos 30-35 clientes! Só que se tiver muito cliente pacato, muita gente que só usa smartphone em rede social, talvez com 40 clientes esse setor fique lento pelo excesso de pacotes pequenos circulando, mas sem que o tráfego agregado sequer chegue a 15Mbps!!! Quando você tem MUITO cliente num setor, e cliente sem consumo alto, o número de pacotes pequenos é grande e pesa mais que o tráfego agregado.

    Não tem muito como adivinhar hoje o tráfego que terá, tem gente com 30 clientes SIMULTÂNEOS de 5Mbps e pode usar MCS12 porque o tráfego agregado mal chega em 20Mbps. Outros tem 20Mbps de tráfego agregado com 15 clientes PAGANTES de 5Mbps. Isso depende muito do perfil dos clientes. Você faz um plano inicial, mas o limite de uso quem vai dar é a conjuntura que for se criando, vai que surgem duzias de clientes entre 100 e 600m e te permite usar NS Loco M5, aí poderá no futuro trocar por setorial de polarização dupla e vender planos maiores. Ou vai que o grosso dos clientes fica entre 1 e 2km, te obrigando a usar Litebeam ou Airgrid, e com polarização simples não tem como atender muita coisa (Com 20MHz eu não venderia mais que 3Mbps. E 40MHz não devia ser usado) mas vai que esses clientes ficam satisfeitos com 2 ou 3Mbps porque fazem uso pequeno.