• Histeria em Massa: Mídia Social como Novo Vetor de Propagação

    Parece que a doença psicogênica de massa - também conhecida como "histeria em massa" - está retornando ao mundo a todo vapor. E para piorar a situação, é possível que as mídias sociais sejam o seu novo vetor de espalhamento. Para quem não sabe, a histeria em massa é considerada uma doença que normalmente se propaga por veículos como visão e som. Isso significa que a mesma precisa dos olhos e ouvidos funcionais das vítimas para induzir a doença.


    E, historicamente falando, uma pessoa precisaria estar no mesmo ambiente que um determinada pessoa que esteja exibindo os sintomas, para que o mesmo possa ser considerado como um indivíduo em risco e poder "pegar" a doença. Para se ter uma ideia (e dimensão) do problema, o episódio de Salem Witch Trials, ocorrido entre os anos de 1692 e 1693, é mundialmente reconhecido como o maior episódio de histeria em massa já ocorrido na história, com a morte por enforcamento de 20 mulheres consideradas bruxas.

    E para piorar a situação, parece que essa doença não mais precisa desses mesmos vetores para poder se espalhar, já que agora sua ação se apresenta de forma mais rápida, atingindo muito mais indivíduos que antigamente. De acordo com Robert Bartholomew, um sociólogo que já estudou mais de 600 casos de histeria em massa em todo o mundo - a começar pelos registros deixados desde o ano de 1566 - as mídias sociais são como as extensões de nossos olhos e ouvidos, o que parece acelerar e estender o alcance da histeria em massa mundo afora. De acordo com Bartholomew "Histerias epidêmicas que nos períodos anteriores estariam auto-limitadas em geografia, agora estão livres e com amplo acesso ao globo em segundos", e completou que "é uma crença, que é o poder aqui, e a tecnologia apenas amplifica a crença, e ajuda a espalhar mais facilmente".

    Em um caso recente, cerca de 20 estudantes da Western New York Junior-Senior High School começaram a experimentar de forma involuntária empurrões e tiques nervosos. Alguns acreditam que o surto localizado em Le Roy foi um resultado direto dos videos publicados no YouTube por Lori Brownell, uma garota com tiques nervosos severos em Corinth, New York, a uma distância de 250 milhas a leste de Le Roy. A história do caso se espalhou rapidamente, não apenas nas mídias locais e nacionais, mas também via Facebook e blogs voltados para o problema do autismo, além de sites devotados para saúde mental e problemas ambientais. Bartholomew alerta que existe um "potencial para um episódio muito maior e global, a menos que nós possamos compreender de forma rápida como a mídia social está, em primeira mão, agindo como vetor primário ou agente de espalhamento para a conversão desse transtorno".

    E você, caro leitor, acredita que a mídia social possa realmente ser utilizada como um meio de espalhamento de um transtorno tão severo como esse? Por favor, deixe suas opiniões nos comentários abaixo.

    Fonte:

    - Slashdot: Social Media Is a New Vector For Mass Psychogenic Illness (em Inglês)