• Google Criando Robôs para Automação Industrial

    E Andy Rubin é o engenheiro liderando os esforços do Google no cenário da robótica. Ele é o homem que construiu o software android para smartphones. Se a Amazon consegue imaginar o uso de um drone para efetuar a entrega de seus livros para seus clientes, não é muito distante pensar no Google produzindo robôs que um dia poderão dirigir um Google Car automatizado e dirigir até sua porta para entregar uma encomenda.


    Andy Rubin.

    É claro que os executivos do Google reconhecem que sua visão robótica é como um "tiro na lua". Mas parece que o projeto é mais realístico que a proposta do drone de entregas da Amazon, como Jeff Bezos - chefe executivo da Amazon - havia revelado em uma entrevista televisiva vespertina exatamente antes de um dos dias de maior venda online que a companhia já realizou esse ano.

    Ao longo da última metade deste ano, o Google adquiriu de form silenciosa sete companhias de tecnologia em um esforço de criar uma nova geração de robôs. E o engenheiro liderando esses esforços é Andy Rubin, o homem que construiu o software Android do Google para a força dominante de smartphones que tem conquistado o topo do mercado em todo o mundo.

    É claro que os detalhes sobre esse novo mega-projeto está a lábios selados dentro da companhia, mas a escala dos investimentos que foram previamente divulgados mostra que pelo menos esse não é um simples projeto de laboratório do colegial.

    Alvo Primário: Mercado Manufatureiro

    Além disso, a princípio, os esforços da Gigante da Internet na criação de robôs não está voltada para o mercado de consumidores finais. Ao invés disso, a companhia espera que seus alvos de venda sejam o setor manufatureiro como as indústrias de montagem de eletrônicos, que ainda é largamente manual em todo o mundo, e competem com empresas como a Amazon em vendas, de acordo com várias pessoas com conhecimento específico neste projeto.

    De acordo com especialistas, um caso realístico poderia ser a automatização de porções de uma cadeia de suprimentos existente que se liga desde o chão da fábrica até as companhias que enviam seus produtos até a porta de seus clientes (um transporte em escala mundial passando veículos marítimos, aéreos e terrestres).

    Google Shopping

    De acordo com Andrew McAffe, um cientista e pesquisador principal junto ao Centro para negócios Digitais junto ao MIT , "A oportunidade é massiva". Para os preocupados em uma taxa de desemprego em massa, não se assustem. Esse é um projeto de médio-longo prazo (décadas) onde a substituição não seria total, e ainda existiriam pessoas que andarão nas fábricas e irão manusear itens nos centros de distribuição, além do trabalho atrás da bancada em lojas. Recentemente, o Google iniciou experimento com entrega de encomendas em áreas urbanas através do seu serviço Google Shopping, e poderia muito bem tentar iniciar um processo de automação de porções desse sistema como uma abordagem concreta inicial para esse projeto. O serviço de compras, disponível em algumas poucas localidades como San Francisco, Califórnia, já está trabalhando com a entrega domiciliar de produtos provenientes de companhias como Target, Walgreens e American Eagle Outfitters.

    É provável que algum dia, deva existir um sistema de entregas automatizado de porta-em-porta, que atá o momento ainda depende de seres humanos pra o trabalho. "Assim como qualquer projeto rotulado como 'Moonshot', você precisa pensar no tempo como um fator", afirmou Rubin. O mesmo completou que "Nós precisamos de uma corrida adequada e uma visão de 10 anos".

    Conheça Andy Rubin

    Rubin é um executivo do Google na faixa dos 50 anos, encarregado desse novo esforço na área de robótica promovido pela Gigante da Internet, e começou sua carreira como engenheiro em robótica possuindo grande paixão na construção de máquinas inteligentes. Antes de se juntar a Apple Computer, onde inicialmente trabalhava como engenheiro de produção em meados de 1990, ele trabalhou para a empresa alemã Carl Zeiss como engenheiro de robótica.

    De acordo com Rubin em uma entrevista por telefone para o The New York Times, "Eu tenho um histórico de transformar um hobby em uma carreira", e completou que "Esse é o melhor emprego do mundo. Ser um engenheiro e um pensador, você começa a pensar no que você quer construir para si mesmo".

    Ele utilizou o exemplo do limpador de para-brisa que possui "inteligência" o suficiente para operar quando está chovendo, sem a necessidade de intervenção humana, como modelo para o tipo de sistema que ele está tentando criar. E isso é consistente com uma visão futura do co-fundador do Google, Larry Page, o questionar que essa tecnologia deveria ser empregada onde for possível para liberar os humanos de tarefas repetitivas e enfadonhas.

    O também veterano de um número de start-up anteriores provenientes do Vale do Silício, Califórnia, e duas vezes chefe executivo, Rubin disse que ele já ponderou a possibilidade de um esforço comercial na área de robótica por mais de uma década. Apenas recentemente ele concluiu que um grande número de tecnologias já estão maduras o suficiente para tornar possível a criação de novos tipos de sistemas automatizados que possam ser comercializados.

    Ainda neste ano de 2013, Rubin havia deixado a divisão de smartphone Android da companhia. Desde então ele tem convencido os fundadores do Google, Sergey Brin e Larry Page, que o tempo é agora para essa nova investida, e eles abriram o talão de cheques da companhia para ele. Óbvio que Rubin se recusou a dizer o quanto foi liberado em verbas pela companhia.

    Aquisição de Startups

    Rubin também compara o esforço com o projeto de direção automatizada veicular da companhia, que teve início em 209. O projeto do carro automatizado foi considerado ficção científica quando teve seu início. E agora está alcançando seus objetivos. Porém, ele reconhece que grandes barreiras ainda precisam ser quebradas em áreas como software e sensores, ms afirma que problemas de hardware como mobilidade e movimento de mãos e braços já foram devidamente resolvidos. Inclusive, Rubin já adquiriu secretamente um grande número de start-ups na área de robótica e inteligência artificial, tanto nos Estados Unidos quanto no Japão.

    Dentre essas companhias se encontra a Schaft, uma pequena equipe de engenheiros Japoneses na área de robótica que recentemente deixaram a Universidade de Tokyo para desenvolver um robô humanoide, e Industrial Perception, uma start-up nos EUA que tem desenvolvido sistemas de visão computadorizada e braços robóticos para carregamento e descarregamento de caminhões Rubin também adquiriu a Meka and Redwood Robotics, criadores de robôs humanoides e braços robóticos em San Francisco, além d Bot & Doll, um criador de sistemas de câmeras robóticas que recentemente foram utilizadas para a criação dos efeitos especiais para o filme Gravity (estrelado por George Clooney e Sandra Bullock). E por último, mas não menos importante, Rubin adquiriu a Autofuss, uma firma relacionada com foco em propaganda e design, e a Holomni, uma pequena firma de design que produz rodas de alta-tecnologia.

    Essas sete companhias são capazes de, juntas, criarem todas as tecnologias necessárias para a construção de um robô com grande mobilidade e destreza. Rubin disse ainda que continua a caça de novas start-ups que possam adicionar poderio tecnológico e científico para sua empreitada.

    Diferente do futurístico X Lab do Google, que efetua pesquisas em coisas como carros sem motorista e dispositivos vestíveis como o Google Glass, os esforços em robótica do tipo "tiro na Lua" tem com objetivo vender produtos o mais breve possível. Porém, de acordo com Rubin, ainda não foi decidido se todo esse esforço será concretizado na forma de um novo grupo de produtos dentro do Google, ou uma subsidiária separada.

    Inicialmente, o grupo de robótica do Google será baseado em Palo Alto, com um escritório no Japão. Adicionalmente as suas aquisições, Rubin iniciou um recrutamento na área de robótica e está trazendo ara dentro do Google outros programadores para dar assistência no projeto.

    Enquanto o Google ainda não detalhou seus planos de médio-longo prazo na área de robótica, Rubin disse que existem os setores de logística e produção que ainda não estão sendo servido pelas atuais tecnologias na área de robótica - tecnologias existentes e já consolidadas no mercado, mas que não estão sendo aplicadas nesses setores por diversos motivos. E enquanto existirem mercados inexplorados, oportunidades estarão sempre abertas.

    Essa não é a primeira vez que o Google se alastra além dos seus domínios com relação a companhias do setor tecnológico. Ela já conseguiu sacudir as empresas do setor automobilístico com sua companhia de carros robóticos. É laro que a Gigante da Internet ainda não divulgou como irá comercializar seus veículos, se pretende vend-los diretamente ou se tornar um fornecedor para outras empresas encarregadas de produzir os veículos. Especulações sobre o Google nessa área vão desde taxis robóticos transportando pessoas dentro do perímetro urbano, até um sistema de entregas automatizado.

    Rubin afirmou que uma de suas frustrações sobre a atual indústria de produtos de consumo eletrônicos está na sua complexidade. Ele espera que com a robótica seja diferente. "Eu sinto que a robótica é um 'campo verde'" afirmou Rubin. E completou "Nós estamos construindo o hardware, nós estamos construindo o software, nós estamos construindo os sistemas, então um time será capaz de entender todo o processo".

    Fonte:

    - The New York Times: Google Puts Money on Robots, Using the Man Behind Android (em Inglês)