Liberdade não é liberdade de escolha assim falou Richard Stallman
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em 19-06-2009 às 15:10 (5366 Visualizações)
Em sua atual passagem pelo Brasil, Richard Stallman concedeu à Linux Magazine uma agradável entrevista. Foi uma rara oportunidade de conversar cara a cara com o nem sempre palatável mestre maior do Software Livre, criador da GNU GPL e do conceito de Copyleft, autor do emacs e detentor de tantas outras qualificações, conhecido pelas respostas incisivas e correções a entrevistadores que escorregam na diferenciação dos termos Free Software e Open Source, ou que se esquecem de prefixar o termo GNU ao se referirem ao sistema operacional GNU/Linux.
Stallman falou à Linux Magazine sobre SCO, Sun, Oracle, a liberdade de software e o conflito com aqueles que desejam subverter o significado de Free Software (Software Livre), usando em seu lugar o termo Open Source (Código Aberto) além de críticas à Microsoft e ao software proprietário como um todo, é claro.
Linux Magazine» Tivemos no Brasil recentemente o programa PC Para Todos, que vendeu aproximadamente 3 milhões de computadores equipados com Software Livre, mas que também continham softwares não livres na forma de drivers binários no kernel Linux. Boa parte desses computadores receberam cópias não autorizadas de sistemas Windows. Você não acha justificável esse uso de softwares não livres, pois ajuda na transição de um mundo primordialmente proprietário para o objetivo completamente livre que você propõe?
Richard M. Stallman» Uma ideia seria vender computadores que não fossem compatíveis com o Windows.
LM» Mas isso restringiria a liberdade de escolha dos compradores.
RMS» Liberdade não é liberdade de escolha. Ter a opção de se acorrentar reduz sua liberdade. É simples: engana-se quem identifica liberdade como liberdade de escolha, porque a liberdade de se permitir acorrentar não aumenta a sua liberdade provavelmente a diminui.
Este argumento está sobre uma superfície que não existe. Veja bem, se o hardware tivesse sido escolhido com cuidado, não haveria necessidade desses drivers proprietários. Eles poderiam ter dito: Queremos um computador que funcione perfeitamente com Software Livre. Quem quer construí-lo para nós?. Com essa quantidade (3 milhões), eles teriam uma ótima oportunidade de resolver esse problema, caso tivessem se esforçado. Poderiam até ter dito: Queremos comprar esses computadores (3 milhões) de quem também for vendê-los para o público em geral. Quem quer vendê-los?
LM» Agora que a SCO parou de espernear, quem você considera o maior inimigo da liberdade? Quem mais faz propaganda ativa contra o Software Livre e pró-software proprietário?
RMS» Eu nunca achei que a SCO representasse grande perigo. Com essa definição de inimigo, creio que seja a Microsoft. Mas isso não significa que o nosso maior problema seja a Microsoft. O maior problema são as patentes de software, e elas não estão ligadas a nenhuma empresa em particular. Existem muitas empresas que nos apóiam de várias formas, mas são favoráveis às patentes de software. A IBM, por exemplo, tem ações que nos ajudam e outras que nos prejudicam. Ela quer que as patentes continuem existindo e faz lobby a favor delas.
Confira a entrevista na Linux Magazine Online.
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