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O Que é o Chrome OS? Parte II

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Quando escrevi ontem sobre o Chrome OS, eu já pensava em dar continuidade ao artigo hoje (14/07/2009), no entanto surgiu um fato novo que validou ainda mais a idéia desta continuação.

O fato novo é que a Microsoft anunciou que lançará o Office Web, algo como o Google Docs, gratuitamente. Isso vai bem de encontro ao que foi dito na Parte I deste artigo, principalmente no que se refere a ser uma tendência os aplicativos virarem serviço e na questão da perda de faturamento da Microsoft.

O Google está fazendo a estratégia correta: trazendo o adversário para o campo de batalha aonde ele é mais fraco. O Google já aprendeu a ganhar dinheiro com serviços subsidiados por anúncios. Para a Microsoft esse é um campo novo.

E não basta a Microsoft fazer igual. Se a Microsoft fizer um serviço pior que o Google, porque os anunciantes iriam migrar? Se a Microsoft fizer um serviço igual ao do Google, porque os anunciantes iriam migrar? A Microsoft teria que fazer algo melhor que o Google para ter algum efeito.

É como a Pepsi versus a Coca-Cola. Porque você compraria outro refrigerante com mesmo sabor que a Coca-Cola e mesmo preço? Só faz sentido se o outro refrigerante for melhor ou mais barato. No entanto a Coca-Cola tem uma escala de produção maior, então tem menores custos de matéria prima, só resta a Pepsi tentar criar um sabor que atenda aos que não gostam de Coca-Cola. Ai deixa de ser um concorrente e passa a ser segunda opção.

A Microsoft terá o mesmo problema: como o Google já é campeão no mercado de anúncios via web, eles já tem ganho de escala que garante, pelo menos no inicio, menores custos e maior eficiência.

Assim o dilema da Microsoft para entrar nesse mercado é: como fazer melhor ou mais barato.

A Microsoft sempre pode usar sua força econômica para tentar subsidiar o começo do serviço, no entanto nós estamos falando de algo em escala global. Fica difícil, mesmo para um gigante como a Microsoft, ter fôlego para financiar algo tão grande.

A Microsoft pode tentar ser criativa e fazer melhor, no entanto ela já provou que está tendo dificuldades em bater o Google no quisito criatividade.

Temos ainda que lembrar que o Google não está parado, enquanto a Microsoft se esforça para chegar aonde o Google está, o Google já está pensando no próximo passo.

Mas vamos voltar ao temos deste post: Chrome OS.

Como será o Chrome OS? O Google ainda não divulgou detalhes, mas podemos imaginar algumas features, baseado no pouco que já foi divulgado.

O primeiro ponto, creio eu, seria a interface gráfica. Segundo o Google, será algo totalmente novo. Então você pode imaginar uma tela cheia de desenhos bonitinhos, pulando, ficando maior, girando, dando cambalhotas cada vez que você clica.

Como é voltado para o público em geral, seguramente será uma interface cheia de efeitos especiais. Daqueles que gastam milhões de ciclos de processamento para fazer coisas que são inúteis em termos de produtividade mas que agradam.

Então podemos esperar algo próximo ao sistema operacional da Apple, talvez com uma ou outra sacada nova em termos de facilidade de uso.

A facilidade de instalação deve ser outro ponto forte. Coisa do tipo: coloca o CD/DVD de instalação, responde duas ou três perguntas fáceis e pronto.

A performance será outro ponto interessante. O Chrome OS será um Linux voltado para web, então o próprio Kernel poderá ser otimizado, em termos de memória e chaveamento de processos. Como não haverá grande quantidade de processos e serviços rodando, fica fácil criar algo ágil. O tempo de boot também deve ser bastante otimizada, já que não terá que carregar muitos serviços.

A segurança deve ser algo relativemente simples de se manter, pois além de ser um kernel Linux ele será bastante limitado no que deve fazer. Então um personal firewall pré-configurado deve resolver.

Outro ponto que podemos esperar é a integração com os serviços Google. Obviamente neste ponto não sou tão criativo como o pessoal da Google, mas podemos pensar em algumas coisas interessantes.

O usuário conecta a câmera digital no computador e surge um assistente do Picasa. Se o for conectado uma filmadora digital, surge o assistente do Youtube. Com o Chrome OS o Google poderá investir na integração entre cliente-servidor (sendo cliente o Chrome OS e servidor os serviços Google), dando assim agilidade a esses serviços.

Assim, creio que o Google Chrome OS será uma ótima opção para os usuários leigos, que querem uma solução simples para as atividades do dia a dia. Imagino que temos alguns bilhões de pessoas no mundo que se enquadram nesse perfil. Acho que será um mercado bom.

P.S.: o CEO da Google, Eric Schmidt, é também membro do board de diretores da Apple. Assim existe uma influência da estratégia da Apple no Google. E não acho que essa influência seja fraca.

P.S.2: ontem (15/07/2009) a Sprint Nextel (operadora de celular dos EUA), anunciou a oferta do netbook HP Mini 110 por 99 centavos de dolar, com contrato de 2 anos. Já com chip 3G. Temos ai o netbook e a conectividade universal. E com 16GB de HD (na verdade, memória flash) na versão oferecida, quanto menos arquivos e programas forem instalados internamente, melhor.

Atualizado 16-07-2009 em 08:40 por mlrodrig

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Comentários

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  1. Avatar de lfaria
    Citação Postado originalmente por mlrodrig
    O ponto é que quem quiser criar algum modelo de negócios dentro do mercado criado pelo Chrome OS, terá que - ao meu ver - obrigatoriamente contar com um bom consultor em design. Qualquer aplicação que seja eficiente e funcional, mas não tenha um ótimo apelo visual, corre o risco de ser suplantada por outra, que talvez não seja tão eficiênte, mas que seja mais bem elaborada visualmente.
    Vou ver o vídeo melhor depois, mas hoje se consegue fazer pequenos milagres usando flash, javascript e afins. Com código pequeno e relativamente ágil. Mas concordo com o ponto acima, quem quiser aproveitar a onda vai ter que ser bom design e criativo. Não me arrisco nessa seara. :-)

    Lauro Faria
    BDI BBS: Banco de Dados Integrado
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