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saryshagan

O Que Fazer com HTML5, CSS3, WOFF?

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Recentemente foi lançado aqui no Under-Linux uma notícia sobre o atraso da Mozilla no seu Roadmap, fazendo com que todos os seus projetos, inclusive o lançamento da versão 3.6 de seu navegador Firefox, fosse adiado para alguma data incerta do primeiro trimestre de 2010. Claro que o interessante dessa notícia não é sobre o adiamento do lançamento desse poderoso navegador Web, mas sim, das tecnologias que, finalmente, virão embarcadas por padrão e por completo na versão 3.6 em diante.

De acordo com a própria Mozilla, o Firefox 3.6 virá com todas as (atuais e disponíveis) implementações das tecnologias HTML5, CSS3 e WOFF, se for para citar as principais para essa nossa discussão aqui o Under-Linux. Para quem ainda não sabe, o HTML5 é a nova versão que vem para substituir tanto as versões anteriores do HTML quanto do XHTML. Com essa "desfragmentação", acabamos com o problema de segmentação das tecnologias e padrões livres, além do óbvio, conseguimos fortalecer o uso do HTML na Web, e mantendo o foco dos padrões em sua linguagem. Sinceramente, nunca entendi direito o real motivo que levou a esse sectarismo entre HTML e XHTML.


HTML5

O atual rascunho da especificação HTML5 define uma única linguagem que pode ser escrita tanto em HTML como em XML. Ela vem em boa hora para tentar resolver os problemas encontrados nas interações prévias do HTML e poder endereçar as necessidades das aplicações Web, em uma área que não estava sendo adequadamente coberta pela própria HTML.

Para ser mais técnico, a HTML5 é uma nova versão da HTML4, XHTML1, e DOM Level 2 HTML. Essa nova tecnologia HTML endereça muitos dos problemas dessas especificações, ao mesmo tempo em que melhora a (X)HTML para o desenvolvimento de aplicações Web. Além de definir uma linguagem de marcação que possa ser escrita tanto em HTML (HTML5) quanto em XML (XHTML5), ela também define muitas APIs que formam a base da arquitetura Web. Algumas dessas APIs são conhecidas como "DOM Level 0", e não tinham sido documentadas anteriormente. No entanto, eles são extremamente importantes para as empresas que desenvolvem os navegadores, para o suporte do conteúdo Web existente, além dos desenvolvedores de aplicações Web.


CSS3

A versão 3 das Cascading Style Sheets, ou CSS3, é uma enorme expansão de novas funcionalidades e características dessa tecnologia de folhas de estilo. Agora você poderá fazer muito mais, com muito menos código. Como nem todos os atuais navegadores terminaram de incorporar todas as funcionalidades (que já estão prontas) dessa nova versão, a CSS3 ainda não foi adotada pelos desenvolvedores e profissionais atualmente no mercado de aplicativos e aplicações Web. Poucos são os que estão se aventurando (mas ganhando dinheiro) com os novos padrões. De acordo com o W3C (World Wide Consortium), o novo padrão CSS3 será modularizado, consistindo em várias recomendações em separado [5]. Muitas das funcionalidades que já existem em funcionamento nos navegadores atuais, foram implementadas em caráter não-oficial, com prefixos de instruções que identificam o navegador em questão sendo utilizado, e não (ainda) instruções globais (e padronizadas) que todos os navegadores deveriam aceitar.

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Visite o site da CSS Info para conhecer alguns exemplos das novas funcionalidades da CSS3.

O novo Firefox 3.6 virá com boa parte das propostas da nova CSS3 implementada, mas ainda sem que a própria CSS3 tenha terminado seu desenvolvimento pela W3C. A última interação do consórcio foi em 17 de dezembro de 2009, com o candidato a recomendação referente aos backgrounds e bordas de nível 3. Os principais navegadores a implementar a nova CSS são: Safari, Firefox e Konqueror. Então, fique de olho no desenvolvimento desses três, caso você não queira ficar preso apenas ao Firefox.

Caso você queira conhecer alguma das novas funcionalidades da CSS3, como o uso de bordas, backgrounds, cores, e efeitos de texto (incluindo uma maneira muito interessante e simples de se criar colunas de texto em seus documentos), visite o site CSS3 Info [3].


WOFF

O WOFF é uma sigla para Web Open Font Format. E esse (futuro) padrão, é algo muito esperado para o desenvolvimento de aplicações Web. A padronização do uso de fontes parece ter chegado a um consenso com o trabalho combinado do designers Tal Leminge e Erik van Blokland, junto com Jonathan Kew da Mozilla, que estava trabalhando no mesmo problema, só que de forma separada. Seus esforços permitirão o uso de tipografia avançada na Web, e trarão mais profissionalismo nos trabalhos desenvolvidos. Um profissionalismo que, no atual e crescente mundo digital, poderá virar o jogo com as grandes empresas editoriais e gráficas no mercado. O Mozilla já irá incluir suporte a esta tecnologia ainda na versão 3.6.

O WOFF combina o trabalho desses dois designers em embarcar uma variedade de meta-dados úteis de fontes, com o recurso de compressão de fontes que o Kew estava trabalhando. O resultado final é um formato que inclui compressão otimizada que reduz o tempo de download necessário para se carregar os recursos de fontes, enquanto se incorpora as informações sobre a origem e o licenciamento das fontes utilizadas. O formato está livre de criptografia e DRM, então deverá ser universalmente aceito pelos desenvolvedores dos atuais navegadores, e para a adoção pela própria W3C.


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Olha o que a tecnologia WOFF é capaz de fazer?

Com o WOFF, aliado as novas capacidades da CSS3 e do HTML5, milagres da área de design gráfico podem ocorrer. Inclusive todo um movimento para o desenvolvimento de produtos completamente para uso digital. No atual "andar da carruagem", em um futuro bem próximo, poderemos ter finalmente nos livrado do papel (e da incessante destruição das árvores pelo mundo) e termos produtos exclusivamente digitais. Só precisamos nos preocupar em não deixar o monopólio industrial nos escravizar, como sempre acontece. O problema aqui, é que o mundo digital é a maior de todas as globalizações. E se o mesmo pensamento feudal de criação forçada de dependência for imposto (e bem sucedido), estaremos ferrados! Mas isso discutiremos mais abaixo no sub-tópico "Monopólio".


Discussão das Idéias

Eu realmente já tenho desenvolvido sites-protótipos com a novíssima CSS3 (o que já tem disponível no Firefox 3.5.4, é claro), e com todos os novos recursos do HTML5 (idem). Mas, mesmo na versão 3.5.4 do Firefox, ainda tem muita coisa faltando, além dos problemas na funcionalidade de certos "recursos" já implementados, que foram encontrados. Tudo (o que já está pronto dos padrões) estava prometido para vir embarcado na versão 3.6 do Firefox. Seu lançamento estava previsto para final de dezembro de 2009, mas com a recente notícia de que todo o Roadmap da Mozilla foi atrasado, somente conseguiremos ver a nova versão do Firefox até o final dos três primeiros meses de 2010 (que está dentro da nova faixa de prazo estipulado pela Mozilla).

Também tenho esperanças que as WOFFs sejam logo implementadas corretamente nesse novo Firefox. Com elas poderemos, literalmente, diagramar revistas e livros diretamente nos navegadores, de forma tão profissional, que poderia deixar muito designer sem emprego em pouco tempo, caso eles não se adequassem aos novos padrões "emergentes" (calma, não se assutem ainda, só estou forçando a barra um pouco :-D.

Quebra dos "Padrões" de Mercado

Com o crescente uso desses padrões para o desenvolvimento de trabalhos de design de alto nível, a faixa de profissionais neste mercado só tenderá a crescer. Veremos uma enxurrada de profissionais Web ganhando terreno e mercado dos profissionais de design tradicionais, que trabalham para editoras e gráficas e livrarias, cujo alvo é o mercado de consumo de impressos (livros, revistas, periódicos, etc).

Com o barateamento dos produtos de consumo de tecnologia de uso final (monitores maiores, computadores mais possantes, etc), o consumidor estará cada vez mais adepto ao uso e consumo de informação do formato digital, evitando assim a compra de produtos impressos. Com o aumento da área e resolução dos conteúdos digitais, aliado a crescente capacidade das máquinas em processar e armazenar (de forma segura) as informações, e ao aumento da largura de banda disponível ao consumidor, poderemos ver muito em breve a balança desse mercado mudar de posição.

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Salvem as árvores! Parem as impressões!

Com o aumento desses recursos, aumenta também o número de pessoas contribuindo com a criação e coleta de informações dos mais variados tipos, Internet à fora. Esse novo paradigma forçará pouco a pouco a focalização das empresas do meio impresso, em produtos e serviços (exclusivamente) digitais, até que sua maioria esmagadora esteja trabalhando apenas com a Internet, e poucos produtos ainda estejam sendo impressos.

Claro que não adianta somente ter um melhor computador, uma maior capacidade de disco e uma largura de banda de acesso a Internet de dar inveja ao seu vizinho. Para que essa extrapolação aconteça, é preciso que o mercado de hardware invista cada vez mais em meios seguros de armazenamento de informações (discos SSD de grande capacidade e de baixo custo) e tecnologias globais sempre visando a redução do consumo de energia dos equipamentos, com a migração de desktops para computadores individuais com baterias de uso (algo entre o desktop e o laptop), e um consumo estendido em dias (e não em horas) desses dispositivos, como faixa mínima de uso sem a necessidade de qualquer recarga.

Monopólio

Mas de nada adianta tudo isso, se mais uma vez as indústrias criarem seus monopólios escravizantes também na Internet, e nos tornar dependentes única e exclusivamente de seus serviços. Um exemplo recente de futuro aprisionamento está nos leitores digitais que apareceram recentemente no mercado. Se nos sujeitarmos a eles, estaremos dependentes dos mesmos, e toda a nossa liberdade de acesso ao conhecimento e a informação estará sendo jogada na lata do lixo. Eles são apenas um passo do que está por vir no monopólio da informação.


Um serviço como esses costuma possuir hardware e software fechado, desrespeito a privacidade do cliente, aceitação apenas de materiais comprados pelo sistema, costumam ser absurdamente caros, e são tremendamente limitados. Nestes dois últimos casos, podemos considerá-los como problemas extras. Estamos em um tempo tecnológico muito interessante, que nos permite (e incentiva) efetuarmos a migração das informações a nossa volta para o meio digital. Mas de que adianta "jogar fora" toda a capacidade tecnológica, para apenas tentar reproduzir um impresso em um meio digital?

Estamos nos estágios iniciais dessa aventura eletrônica, e já estamos fazendo tudo errado? por que os leitores digitais são tão limitados? Por que eles tentam apenas reproduzir "em todas as instâncias" um livro impresso? Hoje em dia temos todos os recursos da Web a nossa disposição. Além de todos esses padrões abertos descritos nesse post, ainda temos em mãos o uso de tecnologias e conceitos como o AJaX, que nos permite tornar nossa usabilidade dos conteúdos de informação, da forma mais interativa possível. Isso sem contar o uso (decente) de bancos de dados. Quando os mesmos são utilizados, são feitos da forma mais primitiva, limitada (e errada) possíveis.

Leitores Digitais Livres

Por que não utilizar todos os recursos e potencialidades da Web 2.0, para se desenvolver conteúdo de informação em formato dinâmico, interativo e livre? Sabemos que estamos quase na Web 3.0, mas a maioria esmagadora dos desenvolvedores mal utilizam alguns parcos recursos da 2.0 e já chamam seu site de "100% interativo". Sinceramente, eu gostaria de mudar todo esse quadro apresentado até agora (um verdadeiro quadro de filme de terror, por sinal). Vamos então divulgar um projeto que tenho feito nas horas vagas, mas que seria muito interessante ver outros adeptos participando de seu desenvolvimento. Um leitor digital livre, aberto e interativo.

O projeto visa criar um leitor digital em Tablets, embarcados com Linux customizados (é claro e óbvio que um projeto desses só poderá vingar em Linux), que permitam seu uso não somente como leitores de livros, revistas e afins, mas que também sejam desenvolvidos com a capacidade de abordar seu uso como livros digitais interativos escolares (sim! que possam, no futuro próximo, ser adotados em escolas). O sistema possui uma base de interação de atualização de conteúdo via servidor (site), e o cliente (o Tablet) utilizaria somente tecnologias abertas. Eu sugeriria fortemente que todo o conteúdo dos blocos de informação criados (livros, revistas, periódicos) fossem gerenciados via banco de dados. Sempre! É texto, é informação, então tem de estar dentro do banco de dados (e em blocos funcionais que gerem o livro, e permitam sua constante atualização). E se souber aproveitar todos os recursos que bancos como o PostgreSQL tem a oferecer, você não vai se decepcionar.

Acredito que uma mídia de informação digital que queira ser o substituto de um livro impresso, precisa ter muito mais do que um F3 (a indispensável ferramenta de busca dos navegadores e leitores de PDF que ninguém mais consegue viver sem). Um sistema de informação e conhecimento digital precisa ter muito mais: precisa ter vídeos, áudios (além da portabilidade para deficientes visuais que a CSS3 poderia ajudar e muito com seu recurso de speech), e busca por maiores informações inline de qualquer palavra-chave selecionada no texto pelo seu usuário (e em níveis). Isso somente para citar o básico.


Esse novo futuro que extrapolo na presença de vocês, não vai destruir o mercado atual, desalojando dezenas de profissionais atualmente ganhando seu "pão de cada dia". Esse novo futuro irá contribuir para o aperfeiçoamento e constante redirecionamento dos atuais profissionais, além de criar novos especialistas no mercado. Claro que, quem não se adequar, estará fora do jogo. Mas isso é, e sempre foi, fato em qualquer era da humanidade.

Diagramação para Uso Digital e Interativo

Com o crescente aumento das funcionalidades e facilidades de uso dos diferentes padrões Web aqui demonstrados, poderemos em muito breve diversificar o mercado de desenvolvimento gráfico com outros profissionais, aposentando o uso de ferramentas como o InDesign e cia. (caso elas não evoluam e não acompanhe a mudança de mercado), e focalizando os produtos finais para o mundo digital. Uma coisa é certa: caso esse futuro se concretize, as árvores serão as primeiras a agradecerem!


Saiba Mais:

[1] Site do HTML5: http://html5.org/
[2] Wiki da HTML5: http://en.wikipedia.org/wiki/HTML5
[3] CSS3 Info: http://www.css3.info/
[4] Wiki da CSS: http://en.wikipedia.org/wiki/Cascading_Style_Sheets
[5] CSS3 Corrente em Desenvolvimento e Implementação: http://www.w3.org/Style/CSS/current-work#table
[6] Ars Technca: http://arstechnica.com/web/news/2009...-foundries.ars


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[A] Mozilla Foundation Atrasa Futuros Lançamentos do Firefox

Atualizado 05-01-2010 em 07:47 por saryshagan (Re-alocação de Imagens.)

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