Ver Feed RSS

Desvendando o Arch Linux

Desvendando o Arch Linux: Um Pouco sobre SystemV e BSD Init Scripts

Avalie este Post de Blog
Olá novamente pessoal ! Dando continuidade aos posts sobre o ArchLinux, vamos conhecer, ou apenas relambrar, um assunto interessante: Scripts de Inicialização.

O Arch Linux utiliza um sistema de inicialização identificado como "BSD Like Init Scripts", diferentemente de várias outras distros que temos disponíveis. Mas o que significa isto ? Qual o sistema de inicialização que tem na outros distros ? Como funciona ? Estas questão serão respondidas ao longo do post. Mas deixo claro aqui, que este assunto não será tão aprofundado a ponto de você poder criar um sistema de inicialização, mas tentarei explicar como funcionam da melhor forma possível, para que você possa conhecer e ter, daqui para frente, alguma idéia de como dar manutenção em um ambiente destes. Então, vamos lá!

O Quê!

Todos sabemos que os init scripts, em um sistema unix like servem para inicializar o sistema de fato, ou seja, chamam os scripts e daemons de cada serviço conforme estão configurados, e são executados logo que o boot da bios acontece.

Ambos, System V e BSD-Like fazem isto, mas qual a diferença entre os dois sistemas ? A diferença entre os dois sistemas de inicialização está na sua estrutura.

System V

O System V, também conhecido como SysV, tem uma estrutura baseada em runlevels. Ele executa os daemons conforme cada runlevel é atingido no sistema. Geralmente temos de 6 a 7 runlevels na maioria dos sistemas unix-like, e não existe obrigatoriedade na sua utilização.

O termo runlevel refere-se ao modo como um sistema operativo unix está a correr. Normalmente existem sete runlevels numerados de zero a seis.(Fonte:Wikipedia)
Por exemplo, em um sistema Debian temos a configuração do init no arquivo /etc/inittab. Nos diretórios /etc/init.d/rcN.d ficam localizados links simbólicos para os scripts que estão fisicamente gravados em /etc/init.d/, onde este "N" do "rcN.d" indica o número do runlevel em que o script ou daemon será executado. E, nesta mesma organização de um Debian Linux, temos 7 runlevels, conforme a lista abaixo:

  • 0 = pára o sistema
  • 1 = modo monousuário
  • 2 a 5 = modos multiusuário
  • 6 = reinicialização do sistema

Este é um ótimo exemplo de de um sistema que uiliza o modo System V, e entre as outras distribuições que também utilizam o System V como modo de inicialização, ( por exemplo Red Hat e Suse) podemos ter pequenas alterações, principalmente na definição dos runlevels, para que se adaptem a cada situação.

BSD Like

Já o modo BSD de inicialização, tem como característica a simplificação de todo o processo e das configurações, onde todo o processo é baseado em um arquivo, o /etc/rc.conf, e os scripts estão em apenas um diretório, o /erc/rc.d, sendo que não temos a utilização dos runlevels neste caso, mas sim apenas dois modos de trabalho: Monousuário ou Multiusuário. Então, se você quer inicializar algum serviço no sistema, basta adicioná-lo no arquivo /etc/rc.conf, ou ainda em alguns sistemas BSDs, no arquivo /etc/rc.conf.local .

Dois grandes exemplos de como um linux com sistema de inicialização BSD Like funciona são: ArchLinux e Slakware. No Arch, é exatamente como mencionado acima. A inicialização do sistema é baseada no arquivo /etc/rc.conf. Além dos daemons que inicializarão ao iniciar o sistema, podemos também configurar relógio, linguagem, teclado, lvm, hostname e rede. Todos os scripts de daemons ( ou serviços ) estão localizados em /etc/rc.d/ e podem ser chamados manualmente com os parâmetros "start" e "stop", além de outros específicos de cada serviço, conforme a nossa necessidade.


Alguns desenvolvedores ( e utilizadores também ) acham que o System V é mais complicado de configurar, porém muito flexível, e que o BSD Like é bastante simples, e de fácil aprendizado, mas bem menos flexível.
Então, espero que tenham gostado de saber um pouco mais sobre a diferença entre estes dois ótimos sistemas de inicialização, e também conhecer como o Arch inicializa. E como sempre digo: não há melhor ou pior, sempre há o que mais se encaixa melhor para resolver o problema proposto, e no nosso caso, foi o BSD, pois tem consigo a proposta que também é fortemente idealizada pelo Arch: a simplicidade.
Categorias
Não Categorizado

Comentários

  1. Avatar de osmano807
    Tipo, até hoje não vi nenhuma utilidade do SysV. Até porque, mesmo quando utilizava distro com SysV, eu agia da forma do Arch +-
    Agora, que no Arch é super simples, isso é.
  2. Avatar de berlotto
    Citação Postado originalmente por osmano807
    Tipo, até hoje não vi nenhuma utilidade do SysV. Até porque, mesmo quando utilizava distro com SysV, eu agia da forma do Arch +-
    Agora, que no Arch é super simples, isso é.
    É, esta é uma grande diferença entre os dois tipos: simplicidade. Mas o SysV em vários casos é bastante útil. Depende muito...

+ Enviar Comentário