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software livre nas escolas

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Eu sempre falo as mesmas coisas: a filosofia do softwre livre e a filosofia da universidade é a mesma: partilhar conhecimento. Embora eu concorde que usar software livre nas escolas e faculdades e universidades resulta em uma economia enorme, extremamente importante nesses meios onde dinheiro, com certeza, não nasce em árvore, continuo sendo um tanto quanto utópica quando insisto que partilhar conhecimento é a mais efetiva e eficiente forma de crescer, individual e coletivamente.
Estou hoje pensando naquelas pessoas que olham para a tecnologia como uma ameaça... Essas pessoas dirigem escolas, faculdades e até universidades. Não são todos os dirigentes que se comportam assim, mas basta um para incomodar bastante.
Se o governo traz alternativas para o software livre, dizem que é autoritário, que se trata de uma atitude de cima para baixo. Se a proposta vem de um colega, dizem que está sendo inadequado, que está querendo mudar o que não deve ser mudado, que está querendo complicar. A última vez que publiquei na Underlinux sobre número do uso de linux e outros sistemas operacionais, ficou claro que o Linux está crescendo, mas ainda é minoria entre usuários de desktop. Independentemente do porquê dessa realidade atual, isso significa que a maioria das pessoas não tem nenhuma idéia do que signifique usar um software livre.
Imagine o que significa, nesse caso, de repente uma escola ganhar um monte de computadores com um sistema operacional que nao conhece, com programas que não conhece e sem um preparo adequado... Pra usar computador? Ora, essa pergunta caberia igualmente se todos os programas fossem proprietarios e conhecidos dos usuários.
O caso é que muita gente usa computador pra ler e-mail, digitar texto e entrar no orkut, quando muito. Ah, sim, conversas online podem até entrar na lista. O computador, assim, é igual ao celular chiquérrimo, lindo, cheio de mil e uma utilidades que eu não preciso, não uso e nem sei usar, que ás vezes até atrapalham fazer o que preciso.
Talvez porque precisasse competir num espaço não muito idôneo, contra um monopólio terrível e
esmagador, o Linux tem investido muito nesse tipo de ferramenta. Mas essa é somente uma de suas facetas. O Linux para DeskTop é todo configurável e possui ferramentas de uso bem mais amplo que seu concorrente proprietário. Por exemplo, todos os programas para acessar mensageiros online são capazes de ler todos ou quase todos os protocolos. Que protocolos? Msn, jabber, googletalk, IRC, ICQ, Yahoo e outros que nem lembro. Tudo ao mesmo tempo e já vem instalado por default.
O Linux para Destop já vêm com programas muito bons (alguns excelentes!) para edição de texto e de imagem, para gravar CD/DVD, para gerenciar sua agenda, seus e-mails e outros.
Adianta dizer isso? Não. Não dá pra mudar de sistema em uma explicação de dois minutos. E pra quê? Só pra ter mais trabalho? Também não dá pra explicar em dois minutos.
Ninguém é obrigado a mudar, mas precisa saber lidar com isso. Eu não deixo de comprar um celular que tira foto só porque ele tem mil utilidades inúteis pra mim.
Tecnologia como ameaça... Tecnologia deve servir para facilitar a vida. Mas se eu não ler o manual de instruções não adianta comprar um processador de alimentos. No mínimo vou gastar algumas horas até perceber que ele não funciona se a tampa não estiver fechada.
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Comentários

  1. Avatar de Julio Neto
    Concordo com você, sem duvidam em todos os sentidos POSSÍVEIS as escolas públicas e até privadas DEVEM implementar os Software Livres nas suas estações.

    A questão é como fazer essa implementação, e como faze-la de uma forma rápida prática e de fácil aprendizagem para os Alunos e Funcionários do Colégio.

    Bem, acho que a resposta é simples. Contratar uma empresa especializada no Assunto, e dependendo da região podem existir várias! Fazendo a relação custo x banefício, com certeza sairá mais produtivo e barato ao governo a opção (A) Linux. A opção (B) Windows... vamos deixar pra quem se arrisca a pagar, ok?
  2. Avatar de acris
    Não discordo de você, há empresas que podem dar esse suporte, sim, e isso é bastante eficaz e válido. Mas em se tratando de escolas públicas essa solução fica bem mais complicada. A meu ver, além de investir em técnicos de informática especializados em resolver os problemas que sempre aparecem no uso de computador, seja Linux, Windows, Mac, Unix, Bsd, os governos que gerenciam estas escolas deveriam investir em técnicos especializados em auxiliar os usuários na migração e os novos usuários também. Windows é assim: deu tela azul, voce reinicia e reza pra voltar. Depois de muitas vezes voce nem reza mais, ele volta... ate que nao volta mais. Dai voce chama o tecnico, que faz algo que voce nem imagina e te devolve o "troço" funcionando. No Linux, o usuário é muito mais independente, pode resolver muita coisa sozinho. Linux não tem virus, o que já ajuda muito. Mas para aprender a resolver, é preciso saber onde procurar ajuda. O santo google nao ajuda nada se voce nao sabe o que procurar.
    Isso me fez lembrar de uma iniciativa magnifica do Instituto Carlos Chagas, no RS, que fez um estudo e conseguiu uma migração de Windows para Linux em etapas suaves e com todo o suporte necessário, contando com uma equipe interna para sua realização. Essa é outra alternativa.
  3. Avatar de rodrigoneiva
    Bem Ana, a questão do software livre, alias da acessibilidade dele transpassa apenas a disponibilização na minha opinião. Todas as questões ligadas a ele passam pela questão do mercado, pois será ele que determina as linguagens operacionais vigentes junto ao publico, questão financeira. Acredito que até mesmo a questão da pirataria não seja tão combatida, pois tais fabricantes dos softwares devem crer que legalmente ou não, é vantajoso para eles que suas ferramentas estejam disseminadas junto ao publico, pois cedo ou tarde, uma pessoa de um determinado grupo irá aderir e consumir de forma legal esse produto/linguagem.
  4. Avatar de acris
    Tens razão, rodrigoneiva: a pirataria tem suas vantagens, não para o consumidor, que perde acesso imediato a melhorias nos sistemas, mas às empresas, que ganham propaganda grátis. Eu, de meu lado, já comprei um computador com Windows que me foi prometido ser uma cópia legalizada. Na primeira atualização do sistema o susto: esta é uma cópia ilegal. Nunca tive meu dinheiro de volta nem o problema foi resolvido. 6 meses depois eu estava usando somente linux, então deixei pra lá.
    Mas já pensou se isso acontece numa escola inteira? A coisa toda muda de figura. Nenhuma instituição vai deixar pra lá um problema desses. Por isso, a pirataria age é nos pequenos consumidores, que se tornam "criminosos passivos" de muitos produtos. Eu sou contra a pirataria. Eu sou a favor da licença livre (e não estou falando somente de software).
  5. Avatar de alexa
    Não há mais possibilidade de se ignorar a presença do computador na sociedade moderna. No entanto, há, ainda, aqueles mais recatados que se negam aos avanços da modernidade. Muitos profissionais utilizam-se do dito “lugar comum” tipo “em time que está ganhando não se mexe” ou “na minha época, não havia essas modernidades e eu aprendi muito bem”. Utilizam a “pedagogia das cavernas” vedando os olhos ao contemporâneo. Vêem as novas tecnologias como ameaça ao “seu saber”.
    È obvio que um simples computador não fará o processo pedagógico acontecer de forma mais adequada, mas sim de um modo diferente á realidade atual. Assim como não se pode esperar que ele ofereça uma solução mágica para os problemas educacionais. Qualquer instrumento de ensino, desde o mais simples até o mais altamente elaborado, depende de quem o usa e de como isso é feito. Mas o que acontece é que a grande maioria não sabe como usar as novas tecnologias em prol do ensino escolar. Em muitas escolas a sala de computadores fica trancada, sem acesso de professores e de alunos. Algumas dizem que estão estragados... O fato é que se utiliza o computador para navegar na web, digitar textos (provas) e mais uma ou outra, sem maior relevância.
    E o software livre? Mas o que é exatamente?
    O termo “Free Software” (do inglês) é ambíguo devido aos vários significados da palavra “free” que pode ser livre, ou grátis.
    Bom, o mais importante é lembrar que o Software Livre pode ajudar os alunos a entenderem o real significado da palavra Cooperação que é muito exigida hoje no ensino Fundamental e Médio, pois o Software Livre é resultado de um esforço cooperativo de pessoas em torno de um ideal comum, fazer softwares acessíveis a todos, livres, e nessa filosofia de partilha do Software Livre os alunos podem espelhar-se e utiliza-lá no seu dia-a-dia compartilhando conhecimento, pensamento e etc.
    Mas e daí, se os adeptos da “pedagogia das cavernas” não lêem o manual de instruções?!

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