software livre nas escolas
por
em 05-03-2008 às 11:24 (3544 Visualizações)
Eu sempre falo as mesmas coisas: a filosofia do softwre livre e a filosofia da universidade é a mesma: partilhar conhecimento. Embora eu concorde que usar software livre nas escolas e faculdades e universidades resulta em uma economia enorme, extremamente importante nesses meios onde dinheiro, com certeza, não nasce em árvore, continuo sendo um tanto quanto utópica quando insisto que partilhar conhecimento é a mais efetiva e eficiente forma de crescer, individual e coletivamente.
Estou hoje pensando naquelas pessoas que olham para a tecnologia como uma ameaça... Essas pessoas dirigem escolas, faculdades e até universidades. Não são todos os dirigentes que se comportam assim, mas basta um para incomodar bastante.
Se o governo traz alternativas para o software livre, dizem que é autoritário, que se trata de uma atitude de cima para baixo. Se a proposta vem de um colega, dizem que está sendo inadequado, que está querendo mudar o que não deve ser mudado, que está querendo complicar. A última vez que publiquei na Underlinux sobre número do uso de linux e outros sistemas operacionais, ficou claro que o Linux está crescendo, mas ainda é minoria entre usuários de desktop. Independentemente do porquê dessa realidade atual, isso significa que a maioria das pessoas não tem nenhuma idéia do que signifique usar um software livre.
Imagine o que significa, nesse caso, de repente uma escola ganhar um monte de computadores com um sistema operacional que nao conhece, com programas que não conhece e sem um preparo adequado... Pra usar computador? Ora, essa pergunta caberia igualmente se todos os programas fossem proprietarios e conhecidos dos usuários.
O caso é que muita gente usa computador pra ler e-mail, digitar texto e entrar no orkut, quando muito. Ah, sim, conversas online podem até entrar na lista. O computador, assim, é igual ao celular chiquérrimo, lindo, cheio de mil e uma utilidades que eu não preciso, não uso e nem sei usar, que ás vezes até atrapalham fazer o que preciso.
Talvez porque precisasse competir num espaço não muito idôneo, contra um monopólio terrível e
esmagador, o Linux tem investido muito nesse tipo de ferramenta. Mas essa é somente uma de suas facetas. O Linux para DeskTop é todo configurável e possui ferramentas de uso bem mais amplo que seu concorrente proprietário. Por exemplo, todos os programas para acessar mensageiros online são capazes de ler todos ou quase todos os protocolos. Que protocolos? Msn, jabber, googletalk, IRC, ICQ, Yahoo e outros que nem lembro. Tudo ao mesmo tempo e já vem instalado por default.
O Linux para Destop já vêm com programas muito bons (alguns excelentes!) para edição de texto e de imagem, para gravar CD/DVD, para gerenciar sua agenda, seus e-mails e outros.
Adianta dizer isso? Não. Não dá pra mudar de sistema em uma explicação de dois minutos. E pra quê? Só pra ter mais trabalho? Também não dá pra explicar em dois minutos.
Ninguém é obrigado a mudar, mas precisa saber lidar com isso. Eu não deixo de comprar um celular que tira foto só porque ele tem mil utilidades inúteis pra mim.
Tecnologia como ameaça... Tecnologia deve servir para facilitar a vida. Mas se eu não ler o manual de instruções não adianta comprar um processador de alimentos. No mínimo vou gastar algumas horas até perceber que ele não funciona se a tampa não estiver fechada.
Comentários
+ Enviar Comentário