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Rtfm

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Já pensei que seriam mais claros se dissessem: ora, vá catar coquinho. O RTFM (Read The Fuking Manual) é tão delicado quanto isso.
Acabei de traduzir para a wikipédia brasileira o artigo correspondente, encontrado na Wikipedia inglesa, coisa que já queria ter feito há muito tempo.
A alma do software livre, não canso de dizer, é compartilhar conhecimento. Qual não será a reação de alguém que, como único local de suporte para o software livre que está aprendendo a usar, conhece um fórum ou uma sala de IRC e bum: recebe um RTFM na cara como resposta à sua pergunta. Ou então um "vá procurar no google". Tem aqueles que saem correndo. Tem aqueles que, com a maior paciência, obedecem: lêem o manual, geralmente em inglês e muito técnico para um iniciante, ou vão procurar no google, sem saber bem o que procurar no meio dos 10000 de respostas que o sábio google retorna. Dai... volta pro fórum ou chat e diz: fiz, não adiantou.
Bom, o que vem depois pode variar entre um sujeitinho que começa a tirar sarro do pobre coitado que está lá a mostrar sua santa incompetência, batman, até, mais raramente, alguém que diz: "porque não procura assim..." ou "tem esse outro manual" ou "tente então explicar melhor seu problema".
Bom, o artigo que acabei de traduzir (e que Eduardo Henrique Rivelli Pazos gentilmente redirecionou de Rtfm para RTFM, ufa!) também fala que entre hackers essa expressão pode ser usada como um aviso a longo prazo, já que os hackers devem ser caracterizados por sua independência e iniciativa.
Concordo e discordo.
Concordo que a leitura de manuais não deve ser dispensada a priori, que ela pode ser útil e mais será quanto mais pessoas ajudarem a pensa-lo e repensá-lo. Concordo que as pessoas devem aprender a achar as soluções em muitos meios diferentes, não só perguntando a outros usuários, nem sempre imediatamente disponíveis. E acho que isso não se aplica somente a hackers.
É aí que entra minha discordância. A história do software livre criou um tipo de status para os hackers (hackers - os fuçadores - , não crackers - violadores de leis-) que é desejado por muitas das pessoas que entram no meio.
Mas a própria história do software livre hoje busca ampliar o número de usuários atingindo cada vez mais pessoas que não sejam experts necessariamente em computação. Portanto, manter esse status às custas da expulsão das pessoas "normais" dos meios de contato e suporte (foruns e chats) simplesmente para manter esse status é mais que um contrasenso: é uma subversão dos valores do software livre. É refazer a revolução industrial, aquela que tirou o poder dos feudos para colocar nas mãos da classe média, mantendo acorrentados e empobrecidos aqueles trabalhadores que deram força e garantiram a vitória para a a revolução.
Por isso, se alguém mandar um RTFM para mim ou na minha frente, eu responderei: leia você a netiqueta!
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