Postado originalmente por
TsouzaR
Quando os espaços nos postes acabarem é que vai começar a parte boa.
Os provedores vão ter que aprender a compartilhar infraestrutura (não de graça, claro, aluguel ou swap).
Talvez até operadoras vão querer locar infraestrutura óptica de provedores quando elas forem expandir para alguma cidade ou bairro e não houver mais espaço nos postes.
Eu vejo um grande mercado de redes de acesso neutras surgindo no futuro. Na verdade já até começou a surgir no Brasil, como é o caso da Reabra. E em outros países redes neutras estão se tornando bem comum e em alguns casos são construídas até mesmo pelo governo (o que é ruim, empresas estatais não deveriam existir e o Estado não deve interferir no mercado), como é o caso da NBN:
http://www.nbnco.com.au/
Uma coisa é 3G ou 4G vs. WiFi. Isso é operadoras vs. provedores, e as grandes sempre tiveram desvantagem em relação a qualidade, franquia, atendimento, etc. É o que possibilita o crescimento dos provedores hoje.
Já cabo/fibra vs. WiFi é operadoras vs. provedores, mas também é provedores vs. provedores. A disputa é bem maior, o público alvo é o mesmo, os diferenciais são os mesmos em relação aos dominantes do mercado, mas uma das tecnologias é bem superior à outra.
É como eu disse, há provedores que querem apenas se manter e há provedores que querem crescer. Em grandes centros, onde há operadoras para todo lado, só há espaço para provedores se manterem de demandas periféricas, por isso wireless ainda atende. Quem quer dominar o mercado de acesso fixo em uma região com boa vantagem na competição e futuro quase garantido, tem que partir para meios confinados, no meu ver.
Em relação à comparação de cabo/fibra e Cambium ePMP: Cambium ePMP está limitado a uns 20Mbps, latência mínima é de uns 15ms (fibra/híbrida é menos que 1ms) até o ponto de acesso, o rádio CPE custa quase 2 instalações FTTH, uma hora pode funcionar perfeitamente mas de repente surgir interferência no canal e deteriorar tudo (meio de transmissão - espectro eletromagnético em frequência restrita - imprevisível, não confiável), etc. Frequências licenciadas resolvem grande parte dos problemas mas não só por elas mesmas, mas também porque os equipamentos geralmente são de outro nível e consequentemente bem mais caros (fiquei com pena de quem comprou frequência no leilão da Anatel e vai ter que gastar cerca de R$1 milhão para montar um ponto de acesso).
Seria muito bom se a Anatel leiloasse 3.5GHz nos moldes do último leilão, por regiões. Nada de liberar como frequência restrita. É a única frequência além das atuais que tem equipamentos de acesso que podem se tornar acessíveis (até UBNT trabalha com 3.5GHz).
Você deu a entender que simplesmente faz esse PTP e sai puxando cabo nos postes sem antes providenciar autorização nem nada. Ou seja, ilegalmente. Sem quere ofender, mas relatos de quem trabalha dessa forma não podem ser muito valorizados em uma discussão desse tipo, uma vez que não enfrenta todas as reais dificuldades de um provedor trabalhando com uma tecnologia ou outra.