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  1. #1

    Padrão MTU/MRU ? quais procedimentos devemos saber

    Galera, boa tarde..
    Quais melhores parametros para O MTU no Profile do Servidor ??

  2. #2

    Padrão Re: MTU/MRU ? quais procedimentos devemos saber

    O padrão pra servidor é 1500 B, mas pra estação se precisar setar você desconta 20, 28 ou mesmo 32 bytes de cabeçalho (Basico em rede cabeada são 20 bytes, em wifi dependendo do tipo de encriptação pode perder 28 ou 32B), ficando 1480, 1472 ou 1468.

    Nada no mundo é "melhor" ou "pior", tem que ver cada caso. Mas falando genericamente, servidor usar MTU de 1500, existe a praxe de usar MTU de 1492 em servidor de autenticação PPPOE, mas o que deve ser limitado a 1492 em PPPOE é o MRU, o MTU mesmo em PPPOE pode ser setado pra 1500 sem problemas.

    (Se está falando de Mikrotik, dependendo da configuração o pacote sai do pc do cliente grande, tipo 1472B, mas nalguma bridge no caminho ele é dividido, porque mais roteamento no caminho implicam em mais dados nos cabeçalhos, de modo que um pacote de 1472B viram 2 pacotes, um de 740B e outro com o restante. Opções como 1472 ou 1468 no MRU não são multiplos de 185 então geram umas quebras de pacotes, o que leva a menos erros quando a rede wifi está ruim, aquelas rede que um ping a -l 50 retorna em 20mS, mas um a -l 1400 retorna em 300mS. Nesse caso não é problema de MTU, mas sim de rede ruim, alterar MTU é um paleativo que as vezes reduz umas perdas de pacote quando não há muito consumo de banda, mas não gera uma conexão efetivamente melhor)

    Sobre o assunto:
    http://tools.ietf.org/html/rfc4638
    E no www.teleco.com.br tem conteúdo em PT_BR

  3. #3

    Padrão Re: MTU/MRU ? quais procedimentos devemos saber

    Citação Postado originalmente por rubem Ver Post
    O padrão pra servidor é 1500 B, mas pra estação se precisar setar você desconta 20, 28 ou mesmo 32 bytes de cabeçalho (Basico em rede cabeada são 20 bytes, em wifi dependendo do tipo de encriptação pode perder 28 ou 32B), ficando 1480, 1472 ou 1468.

    Nada no mundo é "melhor" ou "pior", tem que ver cada caso. Mas falando genericamente, servidor usar MTU de 1500, existe a praxe de usar MTU de 1492 em servidor de autenticação PPPOE, mas o que deve ser limitado a 1492 em PPPOE é o MRU, o MTU mesmo em PPPOE pode ser setado pra 1500 sem problemas.

    (Se está falando de Mikrotik, dependendo da configuração o pacote sai do pc do cliente grande, tipo 1472B, mas nalguma bridge no caminho ele é dividido, porque mais roteamento no caminho implicam em mais dados nos cabeçalhos, de modo que um pacote de 1472B viram 2 pacotes, um de 740B e outro com o restante. Opções como 1472 ou 1468 no MRU não são multiplos de 185 então geram umas quebras de pacotes, o que leva a menos erros quando a rede wifi está ruim, aquelas rede que um ping a -l 50 retorna em 20mS, mas um a -l 1400 retorna em 300mS. Nesse caso não é problema de MTU, mas sim de rede ruim, alterar MTU é um paleativo que as vezes reduz umas perdas de pacote quando não há muito consumo de banda, mas não gera uma conexão efetivamente melhor)

    Sobre o assunto:
    http://tools.ietf.org/html/rfc4638
    E no www.teleco.com.br tem conteúdo em PT_BR
    Olá amigo, muita boa explicação sobre o MTU/MRU. Pintou uma duvida c/ relação a MTU/MRU no mikrotik e ubiquiti, vou citar meu cenário aqui.

    MTU/MRU no meu server mikrotik estão 1500/1492 respectivamente. Porém nos clientes uso antenas da Ubiquiti, que por padrão vem configurado em 1492/1492.

    Esses parametros em 1492/1492 nos clientes pode influenciar alguma coisa, pois 1492 são pacotes bem grandes saindo.

    Abraço.

  4. #4

    Padrão Re: MTU/MRU ? quais procedimentos devemos saber

    Perfeita a configuração assim, MRU é o tamanho maximo que o radio MK vai receber, e o MTU nos UBNT é o tamanho maximo que o eles irão transmitir, ambos no seu caso são 1492.

    Imagina assim:
    MTU = TX
    MRU = RX

    TX de um é RX no outro, ideal é que eles coincidam, mas o MTU ideal é sempre o maior possível, porque o cabeçalho dos pacotes vai ser enchido (Antes da transmissão) com alguns dados a mais, um MTU de 1500 não significa pacote de 1500B, já o MRU precisa ter limite menor.

    Quanto a isso ser um pacote bem grande, esse é o MAXIMUM transmission unit, unidade MAXIMA de transmissão, ou seja, é o limite, não quer dizer que pacotes menores não sejam transmitidos. E geralmente são. Pro equipamento, se ele tem nível de sinal suficiente, se a etapa de RF não está estrangulada, um pacote de 1300 ou de 1500 B não muda nada a qualidade da conexão, o problema de ficar usando valores levemente menores tipo 1468, é fragmentar os pacotes, com pacote fragmentado a etapa de RF trabalha dobrado, com muitos clientes competindo pelo processamento do radio a conexão individual piora muito. Em bancada tudo é lindo, numa torre lotada a coisa muda.

  5. #5

    Padrão Re: MTU/MRU ? quais procedimentos devemos saber

    Olá bom dia.

    Obrigado pela resposta, tudo muito bem explicado!

    Só mais um detalhe que eu não tinha mencionado, é que nas torres também uso UBNT, mikrotik mesmo só tenho no concentrador e no balance. Aí os UBNT que tenho nas torres também estão todos setados em 1492/1492 (igual está nos clientes).

    Pergunto, como você tinha falado que servidor é bom sempre usar MTU/MRU mais alto possível, no meu caso dos UBNT das torres, eles não seriam tipo um servidor também, pois os clientes se conectam todos no mesmo "rocket", e ele gerencia o sinal, CCQ e outros detalhes.

    Abraço.

  6. #6

    Padrão Re: MTU/MRU ? quais procedimentos devemos saber

    Por isso escrevi que de maneira generica servidor sempre deve ter o maior MTU possível, mas cada caso é diferente.

    Pode colocar nos AP's UBNT o MTU em 1500, achei que só tinha UBNT em estação, mas esses 8B de diferença não vão mudar o mundo, problema é ficar mechendo em MTU pra tentar melhorar algo, mas deixar o MRU fixo com valor mais alto que o MTU, ou fazer o teste apenas com ping, ou com apenas 1 ou 2 clientes conectados, sem ver o nível de sinal do restante por exemplo.
    Se suas conexões estão todas boas, não há porque mecher nisso, mas sei que tem muito anteneiro que liga ping de pacote grande ao MTU (O limite do ping é o MRU), sei que tem quem baixe o MTU pra coisa tipo 1450 (Não é um multiplo de 185) e isso melhora alguma conexão de messenger e cia (Que não usam muita banda), mas o troughput só piora, tem que ver em cada caso desse qual o motivo das conexões ruins, mas raramente o problema é MTU errado, baixar ele é paleativo e não solução do problema.

  7. #7

    Padrão Re: MTU/MRU ? quais procedimentos devemos saber

    OK, entendi. Bom, aqui na base que estou agora tem 20 clientes conectados. Geralmente o ping do cliente até o concentrador mikrotik fica sem abaixo de 5ms, na grande maioria fica entre 1ms e 3ms.

    Também costumo pingar do concentrador até o cliente, e o ping sempre retorno abaixo de 5ms.

    Além do ping sempre faço testes de download nos clientes p/ verificar se a velocidade contratada tá chegando certinho.

    Teria mais algum teste p/ eu me certificar realmente que minha rede está 100% ?

    Também tenho alguns enlaces e ambos c/ sinal bom, em torno de -65, CCQ acima de 90% e ping abaixo de 5ms. Detalhes, os UBNT desses enlaces estão setados em 1492/1492.

    Outra coisa, como é esse calculo do MTU que você citou: "multiplo de 185" ?

    Abraço e obrigado por esclarecer minhas duvidas.

  8. #8

    Lightbulb Re: MTU/MRU ? quais procedimentos devemos saber

    No fim das contas o que interessa é a banda nos downloads, e a sensação de velocidade na abertura dos sites. Pra facilitar os testes dou digamos um ping -t 200.221.2.45 -l 50 e comparo com ping -t 200.221.2.45 -l 1450, onde o ping a 1450B fica ruim sempre tem problema de sinal (O ping tem preferencia, é o default em MK).

    Quanto a um MTU ser multiplo de 185, isso só é importante se você quer, de forma planejada, fragmentar os pacotes, porque o hardware fragmenta os pacotes em multiplos de 8, ele pega os 1480B que devia ter e divide por 8, e usa 4 conjuntos desse na formação do novo pacote, pra otimizar o novo pacote você devia se preocupar em usar um multiplo de 185 então. Mas... só se fragmenta o pacote interncionalmente em conexão muito ruim, um PTP de 300Kbps de 300Km, com um equipamento barato, por exemplo, pode ser otimizado com fragmentação. Mas num ptmp isso nunca devia ser usado, tirar da rede um cliente com sinal -80 faz muuuuuito mais efeito do que diminuir o MTU.

  9. #9

    Padrão Re: MTU/MRU ? quais procedimentos devemos saber

    Olá rubem, obrigado pelos ensinamentos e ótimas explicações!

    Aqui testei o ping p/ ping -t 200.221.2.45 -l 50 e as respostas ficaram numa média de 90ms

    Já p/ ping -t 200.221.2.45 -l 1450 as respostas tiveram uma média de 110ms.

    "lembrando que aqui não estou conectado diretamente na antena que recebe o sinal, estou em um notebook atrás de um roteador s/ fio". Ou seja, já dá diferença né.

    Abraço e muito obrigado pela atenção!

  10. #10

    Padrão Re: MTU/MRU ? quais procedimentos devemos saber

    Beleza, você acaba de definir o jitter medio da sua rede.

    Jitter medido só com pacotes de 32B não são confiáveis, você mede o ping com diferentes pacotes (Mas só um grande e um pequeno já serve), a diferença deles é o jitter, em boas redes é aceitável jitter de 25mS sem problemas.

    (Como estou mais longe da civilização, ping com 32B aqui rumo ao UOL retornam em 200mS, já em 1400B retornam em 250mS, com ou sem torre lotada, tem jitter grande na região toda)

    Jitter é especialmente importante pra voip, ter latencia baixa mas jitter alto gera ligação variando, você entende 2 palavras e não entende as outras 10, os softwares pra voip não são feitos pra armazenar um cache pros jitters do brasil, eles tentam reproduzir tudo o mais rapido possivel.

  11. #11

    Padrão Re: MTU/MRU ? quais procedimentos devemos saber

    Olá rubem, boa noite.

    Só pra ver se eu entendi. nos dois testes de ping, os "50 e 1450" são os tamanhos dos pacotes, é isso né ?

    Agora c/ relação ao Jitter, se entendi, a média é a diferença obtida na resposta dos pings em ms (milissegundos) ? Exemplo, resposta do ping c/ pacotes de 1450B menos a resposta do ping c/ pacotes de 50B, no meu caso deu: 110ms-90ms = 20ms, é isso mesmo ?

    Abraço.

  12. #12

    Padrão Re: MTU/MRU ? quais procedimentos devemos saber

    Isso, a sintaxe pra tamanho no comando ping é -l, de large. "-l 1450" gera um ping com 1450 bytes. Dá um ping /? no CMD, ele mostrará as sintaxes possíveis, é um comando completo, pra tirar a media na verdade dou um ping 200.221.2.45 -l 1450 -n 10

    Jitter é a variação no tempo de respostas, com pacote do mesmo tamanho. Em teoria você pega o ping mais rapido (80mS, por exemplo) e o ping que mais demorou (200mS, por exemplo), e chega a um jitter (120mS no exemplo, que seria um absurdo), mas isso só tem sentido em links decentes, como temos péssimos links por aqui o jeito é pegar a media de uns 10 pings, e comparar com essa media com um tamanho de pacotes diferente.

    Eu acho insuficiente saber o jitter com pacotes pequenos, se há jitter preocupante na conexão essa conexão PROVAVELMENTE terá esse problema de pacotes grandes demorarem mais. Num mundo ideal não precisaria pingar com tamanhos diferentes (É o que você aprenderá na faculdade, jitter é variação que o proprio comando ping mostra, é a diferença entre o mínimo e o maximo) mas em conexão wifi, com gargalos, bursts, precisamos fazer isso, porque o ping tem preferencia nas redes, e um ping sem especificação de tamanho tem 32B, na vida real a grande maioria dos pacotes tem mais de 32B, então não vejo utilidade em saber o jitter e latencia de pacotes de 32B, porque geralmente o bicho pega nos pacotes a partir de 1300B (Navegação, download, webcam, chamada de audio, teste de velocidade...).

    Se você trabalha com rede gigabit em ambiente fechado isso não faz sentido, não haverá diferença entre pacote pequeno ou grande. Já em wifi a coisa muda, se o sinal está baixo, zona de fresnel muito obstruída, ruído no canal, excesso de gente no mesmo cartão ou roteador, aí sim pingar com tamanhos diferentes diz muito sobre a qualidade da sua rede.
    (CCQ é mais confiável que nível de sinal generico, mas apenas CCQ alto não garante muito, as vezes o MK apresenta CCQ de 90% mas a navegação é terrível, aí pingando você percebe que os pacotes grandes, a partir de uns 1400B, são quase todos perdidos)

  13. #13

    Padrão Re: MTU/MRU ? quais procedimentos devemos saber

    Bom dia rubem, tranquilo.

    Cara, você não dá curso não kkkkk, porque suas explicações são ótimas, facilita o entendimento.

    Então resumindo, quando testo o ping apenas c/ o endereço ip o tamanho dos pacotes vão ser sempre 32B, é isso né ?

    Já a questão do Jitter, na teoria seria uma média obtida entre a resposta mais rápida e a mais lenta no mesmo ping, correto né! Mas como trabalhamos c/ redes wifi e temos diversos "variantes" como interferência, ruído, nível de sinal e outros, p/ termos uma noção melhor, pegamos a média de um ping c/ pacotes de 50B, e uma outra média de um ping c/ pacotes de 1450B, e daí diminuímos uma pela outra p/ termos um valor médio p/ o Jitter, tá certo isso ?

    Exemplo:
    no meu caso deu:
    110ms = pacotes de 1450B
    90ms = pacotes de 50B
    --------
    20ms.

    Abraço.

  14. #14

    Padrão Re: MTU/MRU ? quais procedimentos devemos saber

    Isso, tudo certo.

    Teoricamente qualquer curso tecnico ou tecnologico de redes tem esse conteúdo, alguma ou outra fac. de ciencias da computação entra nesses detalhes, mas os cursos de rede na web também explanam bem isso.

    Pra aproveitar melhor os cursos do Granlabor, do Luciano Franz, do David (Catv) ou do Magdiel, seria bom ter esse tipo de conhecimento previo de redes genéricas, a maioria parece que entende que um curso de MK ou UBNT é um curso sobre redes.

  15. #15

    Padrão Re: MTU/MRU ? quais procedimentos devemos saber

    Olá rubem, mais uma vez muito obrigado pelas explicações.

    Então entendi bem o conceito do MTU/MRU e Jitter (que eu nem sabia da existencia kkkkkk).

    Os cursos que já fiz não abortavam esses conteudos. Vou buscar mais informações esses cursos que você citou.

    Abraço...

  16. #16

    Padrão Re: MTU/MRU ? quais procedimentos devemos saber

    Caro Rubem, Sua Respostas Foram essenciais, Vc nos Deu um Curso Gratuito.
    Muito Obrigado Mesmo.

  17. #17

    Padrão

    Bom dia a todos!

    Cheguei até aqui, pois parece que o meu problema tem relação com MTU/MRU, porém ainda não consegui resolver. Se alguem puder ajudar… agradeço muito!

    Descrição:

    Conexão Vivo Fibra, PPPoE.
    Troquei o modem/roteador padrão (GPT-2741GNAC-N1-SV) por um TPLINK ER605 V2, firmware atualizada (2.2.2 Build 20231017 Rel.68869)... Daí o problema começou:

    Tenho na rede alguns pontos de acesso sem fio que levam essa conexão.
    O problema: no wifi e especificamente nos celulares, alguns aplicativos deixaram de funcionar. Por exemplo: Twitter (não carrega mais fotos e vídeos e iFood - este não carrega nada).
    E o mais estranho: esse problema acontece somente em celulares. Computadores ligados no wifi não tem problema em carregar esses sites ou qualquer outra dificuldade.

    No roteador da Vivo, o MTU era de 1492. O MRU não tem parametro de configuração.

    No ER605 TPLINK, está configurado como:

    MTU = MRU = 1492.
    MSS Clamping = auto.

    No ponto de acesso sem fio, o modo de encriptação é o WPA/WPA2-PSK.