• Google, Don't Be Evil

    Muito se tem noticiado das conquistas, dos sucessos, e dos programas que o Google tem produzido em todo o mundo. Não somente de serviços digitais, com de excelentes programas (a nível de uso) que são desenvolvidos a todo vapor pela Gigante da Internet. Enquanto a companhia cresce de forma desenfreada no mercado e na aceitação pelos usuários, as suas supostas "concorrentes" tem ficado cada vez mais para trás. Pelo jeito, parece que o Google foi a única empresa do ramo que realmente investiu em vários núcleos integrados de desenvolvimento de software e serviços, sempre pensando no mercado à médio-longo prazo. E quem planta, colhe! E o que vivenciamos atualmente é um crescimento e expansão sem tamanho, onde o céu (e as nuvens) é o limite.

    E a política de "liberdade" sempre foi colocada à frente de todos os seus projetos. E muitos usuários, dentro e fora de nosso "mundo" (i. é, comunidade de Software Livre e de Código Aberto) aceitam e aprovam essa iniciativa. Mas boa parte dos principais programas e/ou serviços em uso, são livres somente no "nome", e não apresentam seu código-fonte. Principalmente seus serviços na Web. Não somente são sistemas "fechados" como não temos nenhum (até onde procurei) projeto de grande porte completamente aberto (e principalmente em uso). Estou falando de sistemas de e-mail, mensagens instantâneas e comunidades sociais, só para citar alguns exemplos Web. Claro que temos o mesmo "espelho" de comportamento desta empresa para vários de seus principais (e mais utilizados) software, presentes no dia-à-dia de nossos desktops.

    Lembramos que para nossa comunidade, não adianta disponibilizar "livre para uso" se o código-fonte não é apresentado. A liberdade que muitos vão defender nesse caso, é vazia, e principalmente, passageira. E o risco de ficarmos dependentes de aplicações "fechadas" como essa é grande. E no futuro se a empresa resolver ser "Evil", todos nós sairemos perdendo, e muito.


    Livre de Verdade?

    Isso sem contar que muitos desses "programas livres" são feitos apenas para Windows, e que "se danem" os usuários Linux (se eu pudesse citar uma "pedra no sapato" aposto que muitos iriam concordar comigo se eu destacasse o SketchUp...). Eu já não acredito em liberdade de software para um sistema completamente aberto, mas que só funciona em sistemas operacionais fechados.

    Afinal, de que vale ter a "liberdade" prometida de um programa, se você precisa pagar pelo sistema operacional para poder executá-lo? E vale lembrar que pirataria é crime, para o caso de alguém levantar a voz afirmando que "não paga nada" para usar esses programas "livres" voltados para o sistema operacional da companhia de Redmond.

    Pior ainda, quando o sistema nem aberto é (em código-fonte). E a maioria dos usuários que não pertencem ao nosso "mundo" (e a nossa cultura) de software livre, aplaudem essas "iniciativas", sendo conseqüentemente, presas fáceis dessa política. Se muitos desses usuários já batem de frente sustentando que software proprietário é melhor (principalmente a ponta da história, que são os usuários finais), você só está dando armas para eles quando aparece um programa "gratuito" como esses.


    Opções Realmente Livres?

    Será que a Gigante da internet realmente tem similares (i.é, competidores) livres no mundo do código aberto? Temos realmente programas, produtos e serviços free as in freedom completamente "abertos", ou já é tarde demais e estamos completamente presos aos destinos que a empresa quer para nós no presente e, principalmente, no futuro?

    Outra pergunta que não quer "calar" é: vale a pena lutar por isso? Ainda não é tarde demais? Mesmo vendo do ponto de vista mais negativo possível, ainda vejo a luz no fim do túnel. Mesmo com muitos em nossa própria comunidade atacando psicologicamente todos à sua volta, clamando incompetência generalizada, e pseudo-impedindo seus integrantes de superarem grandes empresas, ainda acho que é possível reverter esse quadro.

    Vale lembrar que devemos sim, lutar por um mundo livre em software, onde não somente o uso, mas o fonte e a plataforma devem ser abertos para todos. Não adianta termos somente a disposição serviços e programas fechados mas "gratuitos" e/ou que somente funcionem em plataformas fechadas. Isso não é liberdade, mas prisão, e dependência. E pagaremos caro no futuro por isso se nos deixarmos dominar.