• Sistemas de Criptografia Quântica ainda mais Seguros do que se Pensava

    A computação quântica é uma das áreas mais promissoras da física atualmente, e uma das razões para isso é o grande interesse econômico por trás de uma de suas vertentes: a criptografia quântica.
    Do básico da criptografia, temos uma mensagem, uma chave e um criptograma. A mensagem é codificada usando-se uma chave, gerando o criptograma, que pode ser decifrado usando-se a mesma chave. Tudo seria perfeito se ao longo dos séculos diversos métodos para quebrar esse sistema não tivessem sido testados. Independente da eficiência de cada um, existe sempre a "força bruta", ou seja, o método que consiste em testar absolutamente TODAS as possibilidades para uma dada chave, que resulta sempre na quebra do código, em um tempo finito. Mesmo sendo finito, nem sempre é razoável: toda a criptografia não-quântica é quebrável e é apenas uma questão de ter um processador que faça suficientes cálculos por segundo e algum tempo de processamento para quebrar qualquer código. O que se faz hoje é transformar isso numa tarefa inviável: as chaves são fortes o suficiente para não se quebrarem nem com o melhor hardware disponível num tempo considerado razoável, que pode chegar a décadas.

    A criptografia quântica é diferente: num sistema quântico qualquer medição altera o estado do sistema, o que os físicos chamam de "colapso da função de onda". Segundo a física, nenhuma partícula tem um estado definido antes de ser medida, o que existem são sobreposições de probabilidades de estados possíveis. É como se o sistema estivesse em todos eles ao mesmo tempo e "escolhesse" um quando é feita uma medição, que pode ser predita em termos probabilísticos. A grande vantagem da criptografia quântica é que é possível saber quando o sistema foi colapsado.

    Para que isso funcione, é necessário que a chave seja infinitamente aleatória - ou seja - possua tantos graus de liberdade quanto possíveis. Ou era o que se pensava até então.

    Em recente pronunciamento, o professor Artur Eker, diretor do centro de Tecnologias Quânticas da Universidade Nacional de Singapura, afirma que, mesmo que a chave inicial seja "hackeada", ou seja, tenha seus graus de liberdade restringidos, ainda assim é possível manter o código inquebrável, se for conhecida a extensão do comprometimento, ou seja, o quão restringidos foram os graus de liberdade.

    A criptografia quântica pode ser uma realidade distante, mas é certo que os "hackers quânticos" terão um trabalho inimaginavelmente difícil, quiçá impossível.


    Saiba mais:


    [1] LiveScience: http://www.livescience.com/18587-hac...able-code.html