• Segurança da Informação: Brasil Requer Maior Proximidade com a Área

    De acordo com o diretor da Arcon, Rogério Reis, os casos de espionagem provenientes da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês), deram uma alavancagem altamente significativa na busca por segurança da informação no ano de 2013. Isso despertou a atenção de empresas e consumidores para os desafios da segurança digital, inclusive no Brasil.



    Progressão dos Ataques Criminosos

    Levando em consideração a grandeza do universo da tecnologia, do qual o executivo faz parte há quase vinte anos, este é um tema que sempre esteve no topo das listas de preocupações das empresas, mas que ainda não se transformou em um forte investimento no país. Compondo as explicações para o desenvolvimento mais recente deste setor, estão a crescente e intensa presença de empresas na Internet e a evolução de ataques cybercriminosos.


    Muitas Vulnerabilidades e Ausência de Postura Preventiva por Parte das Empresas

    Além do mais, o nível de vulnerabilidade no Brasil ainda é muito alto e a segurança digital é tratada de forma reativa e não preventiva, pela grande parte das organizações. Através de um estudo realizado pelo IDC na América Latina, que avaliou o nível de maturidade em tecnologia da informação em alguns países (dentre eles o Brasil), foi revelado que estamos no nível 2.3, em uma escala de 1 a 5. No que diz respeito a investimentos, ainda estamos atrás de países como México, Peru, Argentina e Chile.


    Diferenças nas Abordagens Sobre Consumerização e BYOD em Cada Região

    Em face de tudo isso, o executivo faz uma consideração extra, devido a algumas pessoas pensarem nas mais diversas realidades entre Brasil, entre os países da Europa e Estados Unidos. É fato que o nível de maturidade e preparação em segurança da informação muda, de forma bastante rigorosa, em cada região. Nos Estados Unidos, por exemplo, há uma abordagem muito maior em relação às práticas de consumerização e BYOD (Bring Your Own Device). Esta última, como muitos sabem, trata-se do movimento em que os funcionários trazem seus próprios dispositivos móveis para o trabalho e os utilizam para compartilhar arquivos ou dados dentro e fora da empresa.


    Brasil e as Práticas de BYOD

    No Brasil, existe um movimento em torno do tema, mas esse fenômeno de BYOD ainda é visto como um grande desafio para a área da segurança, o que reflete os mais diferentes níveis de desenvolvimento de cada mercado. Mesmo assim, os recentes acontecimentos e impactos financeiros apontam, de forma bastante objetiva, para a necessidade da implantação de serviços, projetos e conscientização da importância da segurança da informação em todos os países. Isso vem, independentemente, do nível de desenvolvimento.


    Oportunidade para Realização de Investimentos

    Sendo assim, essa vem a ser a grande oportunidade para o Brasil evoluir no segmento, com investimentos em melhorias e progresso, com a intenção de antecipar e solucionar vulnerabilidades por meios próprios. Não existe, na atualidade, nenhuma solução tecnológica desenvolvida no país. Esta é uma necessidade que precisa ser suprida com urgência, que seja possível alçarmos voos mais altos e efetivar muito do que vem sendo dito há muitas décadas.


    Necessidade de Preservação da Saúde Financeira das Organizações

    Existe também outra questão importante e que não parece estar muito clara para o mundo dos negócios. A questão diz respeito a assegurar-se contra ameaças, o que significa mais do que proteger informações muitas vezes sigilosas, mas também a preservar da saúde financeira de uma organização. A partir de um relatório divulgado no fim do ano de 2013, a especialista Symantec calculou que o Brasil sofre um prejuízo anual da ordem de R$ 18 bilhões, por conta das atividades cybercriminosas.

    Apesar de ainda haver percalços, já houve um bom progresso, pois hoje as companhias, principalmente de grande e médio porte, tem a mais plena consciência de que os riscos em segurança da informação vão além de ataques de vírus, e que a tecnologia pode sim, apoiar o desenvolvimento dos negócios.


    Posturas Devem ser Proativas e não Reativas

    O executivo também disse que vê que "estamos partindo para ações que no futuro, deverão gerar a esperada rentabilidade para a decolagem do segmento". Paralelo a isso, o mercado está mandando um sério recado, que não deve ser ignorado em hipótese alguma: a segurança efetiva das empresas depende de posturas proativas e não reativas. Hoje temos a vantagem de aprender com experiências fora do país. Além disso, enfrentar questões relacionadas à segurança é um fator de alta complexidade, que exige investimentos, sendo mais um motivo para que ninguém venha a agir aleatoriamente, pelo simples e importante fato de ter bons exemplos a serem seguidos. Para quem não sabe, até mesmo a Europa e os Estados Unidos resolveram muitos dos problemas que o Brasil vem enfrentando hoje.


    Gerenciamento Estratégico da Segurança e Diagnóstico Precoce dos Problemas

    Há também uma falta de proximidade com a segurança da informação por parte dos brasileiros de um modo geral. Esse é um fator que nos deixa estagnados. Em virtude disso, já está na hora de entender que minimizar riscos está atrelado ao gerenciamento estratégico da segurança e não às medidas paliativas, quando um evento ou ataque faz sucesso. Além disso, para que seja possível gerar a inteligência necessária e resultados para toda a cadeia, há uma dependência em relação aos processos de envolvimento e monitoramento de usuários; dispositivos; infraestrutura; informações e sistemas. Assim, chega-se a conclusão de que 2013 foi um ano importante para o movimento; a expectativa é que o ano de 2014 continue rendendo bons resultados, mas que haja uma diferença essencial: o foco deve ser diagnosticar precocemente o problema.


    Saiba Mais:

    [1] CRN Brasil http://crn.itweb.com.br/blogs/brasil...da-informacao/