• FBI Afirma que CAPTCHA foi Utilizado para Descobrir Servidor do Silk Road

    Autoridades policiais norte-americanas, afirmaram ter aproveitado um "leak CAPTCHA" na página de login do Silk Road, para identificar o endereço IP real do servidor que hospeda o site, de acordo com documentos judiciais apresentados pela acusação na última sexta-feira. Muita gente lembra que o Silk Road foi um mercado criminoso on-line notório, que alavancou a rede de anonimato Tor para proteger a si mesmo e seus clientes. O site foi tirado do ar no mês de outubro de 2013, quando Ross W. Ulbricht, um homem de 30 anos de idade e grande responsável pelo funcionamento do mercado clandestino em questão, foi preso.


    Os advogados de Ulbricht questionaram os métodos usados ​​pelo FBI para rastrear os servidores do Silk Road, e seu cliente como um ex-agente que estava ativamente envolvido na investigação, forneceu uma descrição bastante detalhada sobre as ações da agência. Nesse contexto, a defesa e muitos outros acreditam que a NSA poderia estar, de alguma forma, envolvida na operação de aplicação da lei contra o Silk Road. No entanto, o ex-agente do FBI, Christopher Tarbell, que atualmente conduz as investigações de segurança cibernética na sede da FTI Consulting em Nova York, afirma que um vazamento de CAPTCHA ajudou a rastrear o endereço IP real do servidor do Silk Road.

    No documento do tribunal, Tarbell apontou que para o Tor fornecer completo anonimato, os aplicativos em execução no computador devem ser configurados corretamente. No caso do Silk Road, o ex-agente diz que o problema era um CAPTCHA colocado na página de login, com o objetivo de garantir que aqueles que estivessem logados no site eram humanos. Além disso, o FBI, supostamente, inseriu nomes de usuários válidos e inválidos, senhas e CAPTCHAs, e analisou os pacotes individuais de dados que estavam sendo enviados de volta a partir do site. Foi quando eles perceberam que um dos endereços IP não foi associado a nenhum nó do Tor como deveria ter sido, se a configuração tivesse sido feita corretamente.


    Silk Road

    Muita gente sabe do que se trata p Silk Road, mas para quem não sabe, Silk Road é um mercado clandestino on-line, que operava como um serviço camuflado pela rede Tor. O site foi lançado em fevereiro de 2011. Os compradores podiam registar-se no Silk Road gratuitamente, mas o vendedor deve adquirir novas contas por meio de leilões para, supostamente, mitigar a possibilidade de indivíduos mal-intencionados distribuírem mercadorias danificadas.


    Produtos Disponibilizados e Transações Realizadas

    A grande parte dos produtos vendidos no Silk Road eram qualificados como contrabando na maioria das jurisdições. A maioria dos vendedores estavam sediados no Reino Unido e nos Estados Unidos, e ofereciam produtos como a heroína, LSD, maconha, haxixe e várias outras drogas.[No entanto, os operadores do site proíbem bens ou serviços destinados a prejudicar outras pessoas como números de cartões de crédito roubados, moeda falsa, informação pessoal, assassinatos, armas de destruição em massa e materiais utilizados para construir essas armas.


    Compra e Venda de Produtos

    Tanto compradores quanto vendedores realizam no Silk Road todas as transações com Bitcoin, que é uma criptomoeda que pode fornecer anonimato forte. A maioria dos preços em BTC no Silk Road, estavam ligados ao dólar dos Estados Unidos e flutuam de acordo com a atual taxa de câmbio BTC / USD. Além disso, um administrador afirma que "mais de 99% de todas as transações realizadas no sistema de custódia são concluídas a contento do comprador e do vendedor, ou quando chegam a um acordo".


    Fechamento do Mercado Clandestino

    Exatamente no dia 2 de outubro de 2013, o site do Silk Road foi fechado pelo FBI. O administrador do site, Ross Ulbricht, foi preso em São Francisco, Califórnia. Ele era conhecido como "Dread Pirate Roberts". Agora, Ulbricht enfrenta acusações de lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e invasão a computadores. Ele também teria contratado um matador de aluguel para matar um usuário do Silk Road, já que este ameaçou revelar às autoridades as identidades dos administradores do site. Todavia, o Silk Road foi reaberto cerca de um mês depois, continuando em operação desde então.


    "Angelina", um Traficante da Silk Road

    Em outubro de 2013, Fran Berkman, do Mashable, divulgou uma entrevista que fez com um traficante da Silk Road, que preferiu ser chamado de "Angelina". Antes, o jornalista se comunicou com diversos vendedores da Silk Road, com a intenção de compreender melhor o funcionamento e o trabalho do site. A grande maioria dos vendedores contatados não respondeu absolutamente nada, exceto dois deles que concordaram em responder algumas perguntas. Um deles contou ao Mashable, diversos detalhes de sua experiência da Silk Road, mas não permitiu que fosse divulgada a interação. O outro, um usuário chamado "Angelina", concordou em conceder um entrevista online.

    A equipe do Mashable se comunicou com "Angelina" através do sistema interno de mensagens da Silk Road. Para os propósitos desta entrevista, a equipe se referiu a Angelina como uma mulher, apesar dele ter rejeitado responder perguntas sobre gênero. Mesmo com a segurança do site, Angelina insistiu que toda a comunicação fosse criptografada. Além de tudo, Angelina foi classificada com 5 estrelas em sua página de usuários, com aproximadamente mil comentários muito positivos de compradores. Um usuário a chamou de anjo da Silk Road, pela qualidade de seu serviço.

    Vale ressaltar que Angelina, fez, aproximadamente 10 mil transações em 1 ano e meio, tudo isso com a venda de maconha e outras drogas.
    Na conversa com Angelina, foi possível aprender muito sobre sua experiência prévia em negócios, táticas de privacidade e método de venda de drogas (é como qualquer outro site de vendas online). Em seguida, há uma versão editada da transcrição da entrevista concedida.

    Ao ser perguntado aonde estava, Angelina respondeu que não revelaria, mas podia responder que ela e os outros componentes da Silk Road eram várias pessoas operando a partir das mais diversas localidades, inclusive fora do país pois eles eram multinacionais. De certa forma, como disse "Angelina", "somos importadores, fabricantes e empacotadores".

    A equipe do Mashable perguntou a idade de "Angelina", ao que ela respondeu "algo entre 25 e 40 anos". Ao ser perguntada sobre "como havia descoberto a Silk Road", "Angelina" disse que a descoberta havia sido acidental, após encontrar um quadro onde o site era mencionado. Pelo fato de ser uma pessoa bastante curiosa sobre a tecnologia em uso (TOR e Bitcoin) e a natureza aberta dos negócios disponíveis, resolver ingressar no ramo em questão.


    Silk Road como Referência de Mercado de Venda de Drogas

    Para "Angelina", foi perguntado se ela achava que a Silk Road era o futuro da venda de drogas? E sua resposta foi precisa: "Com certeza – tanto a Silk Road ou algo muito similar. Ainda de acordo com "Angelina", existe um mercado para pessoas dispostas a ir até bairros perigosos para comprar ou vender drogas, se arriscando com a lei ou violência. Mas há um mercado muito, muito maior de pessoas que não querem correr esses riscos, mas irão abrir suas carteiras sem preocupação, a partir do conforto e da comodidade de seus lares.


    Quando perguntaram para "Angelina" de onde vinha o produto que ela comercializava, ela respondeu que negociava o produto no atacado, com fabricantes e distribuidores no exterior. "É dessa forma que fazemos dinheiro, sendo crítico comprar a preços de lote". O Mashable também quis saber de Angelina se ela negociava nas ruas antes desta tecnologia estar disponível e caso sim, se poderia falar sobre as diferenças entre atuar diretamente ou a partir de um site clandestino. "Angelina" respondeu que nunca negociou nas ruas, com um categórico "de jeito nenhum". Disse que seu histórico antes disso era comandando uma empresa de 2 milhões de dólares, que vendeu aproximadamente fazia 1 ano antes de entrar no submundo da venda de drogas. Isso aconteceu depois de decidir que precisava realizar uma grande mudança na sua vida.


    Venda de Drogas e Falta de Moralidade

    A equipe também perguntou para o vendedor, se ele achava que a venda de drogas era um ato imoral? E se achasse que sim, como você lidava com isso? "Angelina" respondeu que as pessoas escolhem vender apenas produtos que possuem um pequeno risco de overdose ou danos, em caso de uso inapropriado. Disse ainda ter muito receio quanto a vendedores que vendem este tipo de produtos, pois há uma grande responsabilidade para com o mercado quanto à confiança do produto que é comercializado.

    Na sequência da entrevista, "Angelina" disse que todos eles que são envolvidos nessas transações, são muito menos traficantes do que as pessoas podem pensar, disse ainda que são como negociantes comuns da internet. Além disso, "Angelina" disse que recebem pedidos, processam esses pedidos, embalam e os enviam. Dia após dia. A negociação é feita para obter produtos a bons preços. Eles pesquisam métodos de envio e materiais, e gastam muito tempo confortando compradores nervosos de primeira viagem e rastreando pacotes.



    Saiba Mais:

    [1] Security Week http://www.securityweek.com/fbi-says...perts-doubtful