Nesse mundo tão frenético e expansivo da Internet, problemas com vazamento de fotos íntimas não são inerentes apenas às pessoas famosas, como artistas, modelos e até mesmo jogadores de futebol. A exposição de fotos e vídeos reveladores, passou a ser um comportamento cada vez mais comum entre os brasileiros, e na grande maioria dos casos, as intimidades costumam ser compartilhadas com parceiros. Para 76% das pessoas que envia conteúdo íntimo, é uma prática comum enviar fotos e vídeos a parceiros, enquanto que 17% dessas pessoas compartilha sua intimidade com desconhecidos.
Confiança Excessiva e Preocupação como Consequência
Entretanto, a maioria dessas pessoas, o que gira em torno de mais de 90%, confia plenamente que seus parceiros não enviarão o conteúdo íntimo que receberam ou informações privadas para outras pessoas. O problema é quando o relacionamento termina, pois 75% desses indivíduos praticamente implora para que seus ex-parceiros apaguem as informações. Esses dados fazem parte de uma levantamento feito pela McAfee, empresa integrante da Intel Security, no que diz respeito ao comportamento dos usuários para se protegerem dos ataques de crackers.
Riscos Quanto à Exposição e Armazenamento Inseguro de Fotos e Vídeos Recebidos
A pesquisa envolveu 500 consumidores brasileiros, sendo feita no início do ano, e constatou que a maioria das pessoas pode estar correndo um sério risco de ter conteúdo íntimo exposto na grande rede. De acordo com o estudo realizado, 62% dos entrevistados disse que envia ou recebe conteúdo privado, incluindo vídeos, fotos, e-mails e mensagens. Além disso, a maioria das pessoas que recebem essas imagens ou vídeos, tem o hábito de armazenar esse conteúdo, que muitas vezes, pode ser em um lugar não tão seguro o quanto deveria.
Perigo no Compartilhamento de Senhas
Quando o assunto é proteção para os dados armazenados em smartphones, mais de 80% das pessoas afirma usar senha ou código de acesso. No entanto, 43% dessas pessoas compartilha essas senhas com o parceiro, e 49% usa a mesma sequência em vários dispositivos, o que aumenta a probabilidade de crackers terem acesso a esse conteúdo. Além de senhas, 60% dos entrevistados disse que compartilha sim, com o parceiro, o conteúdo do smartphone e 63% deles compartilha também contas de e-mail, o que é uma grande risco.
Estímulo ao "Cyberstalking"
Na amostra, o compartilhamento de conteúdo pessoal se desdobra em textos sugestivos, fotos de nudez, vídeos e senhas, que podem potencialmente estimular o cyberstalking. Este último trata-se de uma prática criminosa, que consiste no uso de ferramentas tecnológicas para perseguir ou assediar uma pessoa devido a exposição de conteúdo privado. Vale ressaltar que a faixa etária entre 18 a 24 anos é a mais preocupada em acompanhar o que o parceiro faz na Web. Para 79% dos entrevistados, é uma prática comum olhar o celular do seu namorado(a)/marido(a)/companheiro(a) e verificar o conteúdo armazenado nele, incluindo mensagens e fotos.
Curiosidade faz Pessoas Acessarem Redes Sociais para Bisbilhotar Vida de Ex-namorado(a)
Além do mais, existem aquelas pessoas mais curiosas, que dizem entrar na conta do Facebook de seu parceiro pelo menos uma vez por dia; estas somam 27%, enquanto 39% dos entrevistados admitiram também bisbilhotar o ex nas redes sociais, para saber o que anda fazendo, se está com relacionamento novo, dentre outras curiosidades similares. Portanto, para dificultar o vazamento, é preciso evitar a utilização de senhas fracas, que podem ser facilmente descobertas como datas de aniversários, números em sequência ou números repetidos. As senhas de seis dígitos e letras transformadas em números, certamente, são formatos de senhas mais seguros e já dificultam a ação dos crackers.
Manipulação de Imagens
Um ponto muito importante que deve ser destacado, é em referência aos casos de uso indevido de imagens reais. Em uma situação assim, poderá ainda o criminoso adulterar fotos públicas, de modo a parecer que sejam fotos íntimas, como por exemplo pegar uma foto de biquíni e transformá-la em uma foto de nudismo ou então, inserir a foto em um outro local com outras pessoas. Para quem não sabe, existem indivíduos de péssima índole e que são experts em manipulação de imagens, podendo transformar uma foto comum em uma situação bastante constrangedora.
Prevenção Quanto à Situações Constrangedoras
O melhor modo de evitar que uma situação desse tipo possa acontecer, é não deixar que fotos e vídeos íntimos sejam gravados, mesmo que você tenha plena confiança que a outra parte não irá compartilhá-las. Além do mais, essa precaução deve ser tomada porque mesmo que todos os detentores dessas imagens mantenham sigilo sobre ela, um terceiro, usando de má fé, poderá ter acesso à essas informações. Basta imaginar, por exemplo, que depois de um tempo você esqueça que essas fotos existam e entregue o seu equipamento para um técnico de manutenção desconhecido ou que você venda o seu computador, e o novo dono consiga recuperar as informações que foram apagadas. Em suma, evite registrar momentos como esse, porque a probabilidade de que algum embaraço aconteça é muito maior do qualquer vantagem de registrá-los.
Webcam Pode Favorecer Ameaças e Chantagens Feitas pelos Cybercriminosos
Na sequência da questão abordada, a pessoa também deve evitar ter computadores com webcams no seu quarto ou tomar bastante cuidado ao direcionar a imagem para lugares pelos quais costuma transitar. Isso, porque, caso algumas pessoas não saibam, mas existe um tipo de arquivo malicioso no computador que permite que sua webcam seja monitorada por cybercriminosos. Desse forma, haverá a possibilidade de registrar o momento que você dorme, a hora que sai do banho ou quando está com outra pessoa. Imagens assim já serviram de objetivo de crimes de ameaça, já foram usadas para chantagear algumas pessoas e também já foram indevidamente publicadas na Internet.
Arquivos Maliciosos e Cuidados Quanto à Acessibilidade de Terceiros
A verdade é que, infelizmente, existem muitos arquivos maliciosos que podem ser facilmente instalados em seu computador, direta ou remotamente. Sendo assim, é preciso tomar bastante cuidado ao armazenar arquivos privados em seu computador. Portanto, evite ao máximo guardar fotos em pendrives, na nuvem ou em e-mails por exemplo, evitando que terceiros, oportuna e maliciosamente, tenham acesso a esse conteúdo. E reforçando o que já foi mencionado, a melhor forma de proteção é não fazer. Mas caso faça, tome muito cuidado para que não esteja acessível a outras pessoas, mesmo que pareça estar seguro. Os danos poderão ser irreparáveis, e em muitos casos, as imagens poderão continuar expostas por muitos tempo, o que não seria nada agradável para o protagonista da situação.
Tempos Modernos, Exposição Excessiva e as Redes Sociais como Aliadas
Os meios de comunicação e interação da modernidade, por si só, não são os grandes vilões da exposição excessiva que vemos hoje em redes sociais como Instagram e o Facebook, cuja popularidade é cada vez maior. Hoje em dia, vivemos em uma época em que as redes sociais são a pura tradução do exibicionismo e da espetacularização. E não que isso seja uma crítica, pois cada um é livre para postar o que quiser, desde que não prejudique outras pessoas e esteja ciente sobre o conteúdo compartilhado. Assim como há aqueles que apreciam os que gostam de se exibir, os que se exibem o fazem em doses cada vez mais cavalares. É por esse motivo que as fotos do Instagram fazem tanto sucesso.
Responsabilidade Relacionada às Publicações nas Redes Sociais, Vigilância e Diálogo Entre Pais e Filhos
Em torno de tudo isso, é necessário pensar e analisar sobre o fato de que cada um é responsável pelo que publica nessas redes sociais. Então, é importante filtrar o que publicar para preservar sua intimidade e até mesmo manter sua segurança, evitando danos e aborrecimentos futuros. No caso dos adolescentes, é preciso que os pais sejam cada vez mais vigilantes e, sobretudo conversem com seus filhos, acompanhem o que eles fazem na Internet, quais sites estão acessando, quem são seus "amigos", e não apenas presenteiem-nos com os computadores e telefones de última geração, em substituição à presença qualitativa na vida deles.
Divulgação de Conteúdo Sexual sem Consentimento do Protagonista é Crime
A divulgação de fotos, vídeos e outro material que contenham teor sexual sem o consentimento do dono, pode ser interpretada pela Justiça como crime, de acordo com várias leis. O ato pode ser classificado como difamação (imputar fato ofensivo à reputação), ou injúria (ofender a dignidade ou decoro), segundo os artigos 139 e 140 do Código Penal. O artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), qualifica como crime grave a divulgação de fotos, gravações ou imagens de crianças ou adolescentes em situação de sexo explícito ou pornográfica. Há a previsão de pena de 3 a 6 anos de reclusão, e multa para quem publicar materiais que contenham essas cenas envolvendo menores de 18 anos de idade.
Saiba Mais:
[1] McAfee http://www.mcafeenewsletter.com.br/3...2014_dicas.jpg
[2] Convergência Digital http://convergenciadigital.uol.com.b...8#.VBPi_vldWpw
[3] Jornal GGN http://jornalggn.com.br/noticia/o-au...as-na-internet