Muitos usuários parecem estar resignados com a perda de privacidade, mas não pelo fato deles sentirem que estão recebendo um "bom valor" em troca de seus dados, e sim porque eles acreditam que os responsáveis em proteger as informações sensíveis estão fazendo tudo do jeito que julgam mais conveniente. Essa conclusão surge a partir de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Pensilvânia. Os resultados estão em conflito com o que os comerciantes tem repetidoo durante anos, pois os os americanos estariam concedendo informações sobre si mesmos como uma compensação aos benefícios que recebem. O estudo envolveu 1.506 americanos acima de 18 anos, que foram apresentados a situações cotidianas.
Conformação e Descontrole da Situação
Outra constatação dessa pesquisa realizada, é que os usuários tem mais conhecimento sobre as formas de marketing que podem usar suas informações pessoais; e o mais provável nisso tudo, é que eles estejam concordando com a troca de dados para receber descontos em relação a produtos e serviços oferecidos. Em suma, eles estão resignados, e acreditam que é impossível mudar o cenário. Ao invés de sentirem-se capazes de fazer escolhas, os americanos acreditam que seja inútil gerenciar o que as empresas podem saber sobre eles. Além disso, o referido estudo revela que mais de metade dessas pessoas não quer perder o controle sobre suas informações, mas também acredita que esta perda de controle já aconteceu. Para dar mais ênfase nessa questão dos americanos e dos comerciantes em meio a cálculos de custo-benefício, foi possível descobrir que uma grande percentagem dessas pessoas, muitas vezes, não têm o conhecimento básico para fazer escolhas que estejam relacionadas a custo-benefício, principalmente quando se trata de saber como os comerciantes usam suas informações.
Consumidores Desconhecem Algumas Práticas Relacionadas às suas Informações
Os pesquisadores também apontaram que a maioria dos usuários, por exemplo, não sabe que uma farmácia não precisa, legalmente, de sua autorização para vender informações sobre as drogas "over-the-counter" que compram, ou que é legal para uma loja física para cobrar de pessoas diferentes, preços diferentes em um mesmo horário e em um mesmo dia. Além disso, a maioria acredita que o fato de que um site tenha uma política de privacidade significa que ele não irá compartilhar informações de um usuário com outros sites e empresas, sem que haja autorização deste último. Como a sociedade norte-americana se move mais para o século XXI, ofertas personalizadas e preços irão se tornar comuns, tanto on-line ou em lojas físicas. Esses tipos de ofertas personalizadas, sem dúvida, são cada vez mais preocupantes para os americanos que acreditam que saem perdendo em meio a essas transações todas. A partir dessas práticas, os americanos podem vir a rejeitar a legitimidade do marketing e as relações comércio/consumidor, o que ocasiona um fortíssimo aumento das tensões sociais. Porém, esta situação pode ser remediada, pois os pesquisadores apontaram e ofereceram algumas sugestões sobre como fazê-lo. Isso consiste no uso de transparência corporativa, dissecação ativa e relatórios sobre as implicações das políticas de privacidade, além da capacidade de conhecer o conteúdo dos perfis compilados pela empresas com referência aos consumidores.
Saiba Mais:
[1] Net Security http://www.net-security.org/secworld.php?id=18491