• Silk Road: Traficante que Testemunhou Contra Site Condenado a Dois Anos de Prisão

    Um consultor de informática de Nova York, que apareceu como uma testemunha chave do governo contra o fundador do site clandestino Silk Road, foi condenado na última terça-feira a 2 anos de prisão. Michael Duch, de 41 anos de idade, que ganhou US$ 60.000 a $ 70.000 por mês vendendo heroína no Silk Road usando o pseudônimo "deezletime", declarou-se culpado em dezembro de 2014 e e testemunhou contra o fundador e mantenedor do site, Ross Ulbricht, no julgamento do ano passado. Ulbricht, que os promotores disseram se apresentar sob o pseudônimo de "Dread Pirate Roberts", foi condenado em fevereiro e sentenciado à prisão perpétua em maio deste ano, pelo juiz distrital Katherine Forrest. Além disso, os promotores disseram perante as autoridades que o Silk Road gerou mais de US$ 200 milhões em vendas de drogas ilícitas, em mais de dois anos de funcionamento e suas atividades foram encerradas em outubro de 2013. O site contou com as funcionalidades da rede Tor, que permitem aos usuários se comunicar anonimamente. Vendedores e compradores usaram o bitcoin (moeda digital) como forma de pagamento, a fim de esconder suas identidades e suas localizações. Vale ressaltar que Duch, vai receber um crédito durante o período de 21 meses nos quais ele estiver sob custódia.


    O advogado que acompanhará Duch, Samuel Braverman, pediu a Forrest para liberar seu cliente para uma clínica de tratamento de viciados em drogas, dizendo que todos os seus crimes foram motivados por causa de um vício em heroína, que lhe transformou em uma pessoa de comportamento deplorável. Mas Forrest disse que enquanto ela estivesse com disposição a dar a Duch uma redução significativa em sua sentença com base na cooperação que ele forneceu ao governo, libertá-lo ainda não seria a decisão mais acertada. Antes de ser condenado, Duch pediu desculpas por suas ações, dizendo que sua prisão era como se estivesse levando um tapa. De acordo com Forrest, este caminho tem sido extremamente doloroso, mas necessário, e realmente há uma gratidão em função de tudo isso. Durante o julgamento de Ulbricht, Duch disse que seu vício eventualmente o levou a começar a lidar com drogas a partir da aquisição feita no Silk Road, site este que ele já havia usado para adquirir analgésicos. Ele testemunhou que não sabia a real identidade do "Dread Pirate Roberts".


    Mercados Clandestinos Cibernéticos de Armas e Drogas

    Desviando ao máximo de todas as buscas comuns que são realizadas na Internet, sabemos que existe um mundo online secreto e que é muito conhecido como "Deep Web", que possui conexões globais anônimas e praticamente impossíveis de rastrear, usadas tanto por ativistas políticos como por cybercriminosos. Neste universo clandestino, a pessoa pode encontrar vários traficantes à disposição, então isso possibilita com que ela compre, caso tenha interesse, produtos das mais diversas espécies e origens. Além das transações, os consumidores podem deixar comentários sobre os produtos que cada traficante disponibiliza e vende nesses mercados underground. Muitas das pessoas que usam esse tipo de serviço, resolvem usar a "Dark Web" para comprar drogas ilegais porque não precisam ficar frente a frente com um traficante na rua, onde pode haver um risco maior. E não são apenas drogas que estão disponíveis neste mercado negro online. Existem também passaportes falsos, armas e muitas fotos, vídeos e transações envolvendo pornografia infantil. Dessa forma, pedófilos se agrupam aos montes nos foruns que existem nessa parte de atividades ilegais, para ter acesso ao que possa satisfazer seus desejos bestiais.


    Pessoas Buscam o Anonimato para Fugir da Vigilância ao que é Ilícito

    A "Deep Web" é formada por uma rede global de usuários de computador, que acredita fortemente que a Internet deveria operar sem a supervisão da polícia e do sistema legal. Ela permite que usuários que se interessam pela aquisição de produtos e serviços ilegais, e aqueles que vendem drogas e afins a eles, permaneçam anônimos. Com uma certa frequência, os usuários não sabem a verdadeira identidade das pessoas com quem estão lidando e é muito difícil - apesar de não ser impossível - que as autoridades consigam localizá-los. Portanto, no ano de 2012, um investigação realizada pela BBC conseguiu acesso online a vários usuários anônimos da "Deep Web". Nesse contexto, um deles contou que se sente "muito mais seguro na rede do que fazendo negócios no mundo real". O homem disse que vendia drogas no mundo real. Na época da entrevista, afirmou que só usava a "Deep Web" para o comércio de drogas. Além desse homem, um outro indivíduo disse que, se a pessoa é jovem e está tentando encontrar um contato para adquirir drogas mais pesadas que maconha, essa busca seria praticamente impossível, sem que o jovem corresse o risco de ser preso.

    Para ter acesso à Deep Web, é preciso fazer download de programas gratuitos da Internet, com base em tecnologia peer-to-peer, que efetivamente escondem a localização dos usuários e dos websites, em um sistema criptográfico que favorece esse anonimato. Além de tudo, é importante ressaltar que o sistema não é apenas usado para o crime: a Deep Web vem provando que é uma ferramenta muito importante para esconder a identidade de ativistas políticos que vivem em países com governos opressores, países estes que realizam um sistema de monitoramento ostensivo e rigoroso no acesso à Web.


    Força do Comércio Ilegal na Deep Web

    Desde que o livre mercado chegou à Deep Web, ele foi ganhando força, expansão e clientes. Conhecida por ser o único reduto na Internet a vender coisas fortemente reprovadas pelas pessoas tradicionais e até mesmo pela polícia nacional, o comércio da camada anônima da Internet tinha como base um monopólio que envolvia assassinatos por encomenda ou comércio de cocaína e outras drogas, não importando o tipo de besteira que você fosse fazer. Isso tudo concentrado na loja de e-commerce Silk Road, cujo dono e fundador, como já foi citado anteriormente, foi condenado à prisão.


    Na Deep Web, praticamente todas as transações são realizadas através de bitcoins, uma moeda digital que garante o anonimato de ambas as partes, tanto do vendedor quanto do comprador. Porém, isso não impede que os lucros sejam calculados na base do dólar: em fevereiro do ano de 2013, o Black Market Reloaded registrou US$ 400 mil em vendas. Em abril do mesmo ano, o número de artigos disponíveis no site era de mais de 6.880, contra mais de 11.600 do Silk Road. O domínio ainda era grande, mas aos poucos foi diminuindo. Já o RAMP (Russian Anonymous Marketplace) é tido como a versão russa do Silk Road: enquanto a loja nº 1 era detentora de mais de 54.000 membros, os russos possuíam quase 10 vezes menos, com 5.800 usuários.



    Saiba Mais:

    [1] Reuters http://www.reuters.com/article/2015/...0PV2FG20150721