terça-feira, 9 de março de 2010, 12h19 
Assim que for  oficializado o Plano Nacional de Banda Larga pelo presidente Lula, o governo  realizará um edital para a compra de hardware, software e serviços para  viabilizar o uso da infraestrutura de fibras ópticas. O edital está avaliado em  cerca de R$ 1 bilhão e envolverá a aquisição e instalação de equipamentos para  fazer os enlaces de acesso a partir do backbone existente, as ferramentas e  sistemas de gestão da rede e sistemas para atendimento e vendas. 
Segundo  Rogério Santanna, secretário de logística e TI do Ministério do Planejamento,  ainda não há previsão orçamentária específica para esse gasto, mas há a  possibilidade de remanejar o orçamento e isso já está sendo estudado.  
Segundo o secretário, em seis meses após o edital ser lançado o governo  espera estar prestando serviços para as primeiras 200 a 300 cidades, que é a  meta de 2010. O secretário ressalta que o modelo de negócios será a oferta de  links para os provedores interessados em contratar a capacidade, tendo como  contrapartida a venda do acesso a um valor estabelecido no Plano Nacional de  Banda Larga. Segundo Santanna, cerca de 70% do valor do serviço ao usuário final  deve ficar para a remuneração da rede e cobrir os custos da infraestrutura, e  aos provedores ficariam assegurandos os outros 30%. 
A meta do governo é  estabelecer parcerias com provedores que estejam dispostos a fazer o  investimentos em última milha e, assim, utilizar a infraestrutura do governo  para oferecer serviços de banda larga. Entretanto, o governo estabelecerá um  valor fixo para a prestação do acesso, que será de cerca de R$ 30. "O agente tem  que se adequar a este valor, caso contrário não estará dentro das condições",  diz o secretário. Para buscar esses provedores, o governo deverá realizar um  chamamento público. Ele destaca que o governo está aberto a parcerias que  incluam desde pequenos provedores, lan houses ou até mesmo as grandes  concessionárias de telecomunicações. "Qualquer um que esteja interessado em  investir em última milha para prover os serviços dentro do valor preestabelecido  poderá usar a nossa estrutura". 
Santanna lembra, porém, que o governo  não descarta a possibilidade de atuar como vendedor do serviço ao usuário final.  "Caso não haja nenhum provedor interessado em fazer esse papel em alguma cidade,  nós entraremos com a oferta do serviço. Essa é a nossa segunda opção. Não  seremos um leão sem dentes", garante. 
Com o Plano Nacional de Banda  Larga, o objetivo do governo é de reduzir em cerca de 70% o valor médio da  assinatura mensal do serviço. 
Santanna participou do 1º Fórum Governo  Digital, evento realizado em Brasília pelas revistas TELETIME e TI INSIDE,  organizado pela Converge Comunicações. 
Victor Hugo Cardoso Alves