Isso não é bem assim, e é parte do motivo da Eletronet ter falido. No começo as operadoras locais (Telemar, por exemplo) contrataram muito da Eletronet, que foi crescendo feliz da vida. Só que isso foi só até elas terem capacidade própria nas mesmas rotas... quando cancelaram, tudo foi buraco e ela faliu. Elas até podem ter um ou outro circuito, mas 99% dos circuitos hoje são de operadoras independentes, empresas etc.
Em tempo: a Embratel como empresa federal de transporte de longa distância antes da privatização, tem fibras dela em muitas das estradas federais que cortam o país, não precisando de fibras como da Eletronet, exceto em alguma quantidade para redundância, quem sabe. Pegue as BRs próximas da sua região e veja se você não acha as repetidoras de fibra da Embratel na beira da estrada, estão bem visíveis até.
A UNOTEL é cliente da massa falida da Eletronet, que tem como responsável um síndico e não um presidente. Como o síndico é apontado pelos credores, ele é menos sensível a questões de valor de mercado de um serviço, no caso o de transporte de dados; a cobertura da Eletronet é muito boa, mas os valores para sua utilização bem mais altos que os da Intelig, Global Crossing (antiga Impsat), Algar Telecom (antiga CTBC, antiga Engeredes). Em grande parte devido a visão de recuperação de prejuízos ao invés da visão de geração de negócios.
E agora então que o governo fala em encampar a Eletronet através da Telebrás que os credores devem estar se achando sentados numa mina de dinheiro, e não vão baixar os preços. Mas transferir essa imensa dívida para o povo é algo que todo cidadão deveria ser contra, e parece que até o governo quer achar um jeito de reconstruir a idéia de fibras pelas linhas do sistemas Eletrobrás sem entrar no mico da Eletronet.