HARMONIA
Um lençol digital nada mais é que um campo harmônico. Na música, um conjunto de notas de uma tonalidade gera através do princípio da superposição de terças o conjunto de acordes denominado de campo harmônico da tonalidade, por exemplo, um Dó Maior, tem um campo harmônico com sete acordes. Num provedor de internet, também isso acontece.
Imaginem que você transitasse pelo meio de uma orquestra sinfônica que estivesse tocando Le Nozze di Fígaro do genial Amadeus Mozart composta em 1.785. Com certeza você se sentiria arrebatado pela magia desta música, pelo poder do som em harmonia no ar. Não há quem ouça e não se sinta embevecido pela beleza da música. Até a nobreza daquela época que estava sendo criticada na música de Mozart, não conseguiu evitar de ser dominada pela harmonia de Fígaro. No entanto, se você se aproximar de um por um dos músicos e prestar a atenção no som que este músico gera com o seu instrumento, verá que aquele som nada tem a ver com Le Nozze di Fígaro. Para você o som daquele músico isolado não tem sentido. Mas como? Ora, o que importa é o conjunto de todos os músicos no ar com superposições construtivas que geram esta música que nos embala há 225 anos. Porque vocês pensam que isso é diferente de um Lençol Digital? Eu sei por que. Vocês pensam assim, é porque não conseguem ouvir os radinhos dos clientes regidos pelo AP, porque se vocês ouvissem a má resolução da harmonia que predomina nas suas instalações, sairiam correndo do meio desta orquestra.
No entanto, existe a “teoria do caos” que explica as funções dos sistemas complexos e dinâmicos. Isso quer dizer que certos resultados corretos podem ter sidos criados pela ação de elementos que se integram de forma aleatórias. Querem um exemplo? Um enlace ponto a ponto de longa distância pode ser feito sem considera dezenas de fatores aleatórios como a temperatura do ar, a umidade do ar, a pressão do ar, casamentos de impedância, angulo de faze e tantos outros fenômenos que participam do resultado. No entanto funciona. Então, é necessária a compreensão dos fenômenos ou basta o resultado? Em minha opinião basta o resultado, porem este pode ser melhor ou pior depende do quanto você quer ser ou não parecido com Mozart.
Sempre me espanta que este seguimento tenha se oferecido de bandeja para nós, imaginem termos uma cidade inteira para podermos explorar os serviços de internet. Que beleza, isso é como pertencer á corte do rei, é ser um nobre, ser alguém que pode até se dar o luxo de desprezar a harmonia.
Como será o futuro deste seguimento? Mozart se perpetuou na história, cadê a nobreza daquela época? Vou dar a minha opinião: Temos que ser anteneiros e nobres ao mesmo tempo ou seremos engolidos pelo processo inexorável da evolução. Ou os provedores começam a se importar e muito com o Lençol Digital, ou o seu crescimento será a causa da sua morte. Aqui vai um epitáfio para não usar. AQUI JAZ UM NOBRE QUE NÃO CONSEGUIU SE TRANSFORMAR EM ANTENEIRO. Desculpem, mas anteneiro é um título maior que nobre. Mozart que descanse em paz.
Sábado dia 15 de Agosto estarei realizando em Porto Alegre o curso de antenas onde ensino a construir o lençol digital. Venham livrar-se dos seus problemas de instalação. Mozart estará presente. Nas caixas de som é claro.
ENRICONI ,VC NÃO ESTAVA PRESO ?????????
MENTINDO NUMA LAN DE SALÃO
Sempre fui um pé de vento no salão, envolver uma cintura feminina e girar em harmonia com a música sempre achei deliciosamente sensual. Com o tempo os passos acontecem sem planejamento, o par simplesmente baila entre os casais como um esquiador numa montanha de neve sinuosa. Jamais pode haver um passo errado, uma colocação do pé onde não deveria e acontece o tropeço, a velocidade cai, a graça morre, e a sexualidade finda.
No meio do salão, com um braço cingindo sua cintura e o outro no ar segurando a sua mão direita, rodeávamos no salão por onde nos últimos quarenta anos havíamos dançado.
Lembro que quando começamos a dançar, a música que estava tocando era importante para nós, de acordo com o seu ritmo bailávamos no salão vazio, eu tinha muitos jeitos de conduzi-la, mas o tempo foi passando e com ele as coisas foram mudando, a música o corpo, e o jeito de dançar e principalmente a quantidade de pares dançando. Agora, basta a orquestra começar e o salão esta cheio, porem duas coisas não mudaram nesse tempo todo, foi o tamanho do salão e o meu par. Somos dois esquiadores sobre o mesmo patim vencendo a montanha branca que já nos pintou os cabelos.
Nos primeiros dias dançávamos roçando suavemente as pernas, botando toda a atenção nas curvas da dança, pois era o melhor pretexto para aquele sexo platônico, naquelas horas o salão parecia não existir. Depois veio o perfume que vinha do seu pescoço que para mim ocupava todo o volume do local, o mundo podia ser explicando pelo olfato. O salão inteiro tinha o cheiro dela até a música podia ser dançada seguindo as ondas de perfume no ar. Mais tarde vieram os seios e o sexo, estas foram descobertas que terminaram com um obrigado meu Deus. Tudo lentamente mudava menos o salão.
Mudar não quer dizer perder, quer dizer trocar e eu garanto que a natureza nos organizou de forma que nas nossas negociações com o tempo, sempre saímos ganhando. Isso não dá para explicar, é preciso deixar as pistas curvas e profundas da nossa estrada vir morar no rosto para poder entender, por isso eu penso que muito poucas pessoas podem compreender a troca, visto que poucos são aqueles que tiveram o tempo necessário.
Não sei dizer a partir de quando comecei a enxergar os outros pares no salão, sei que de um momento em diante comecei a perceber que o número de pares que dançavam mudava muito, e a quantidade deles dependia de duas coisas, da música que tocava e do jeito de dançar. Acho que despertamos para esta percepção quando por abuso de emoção decidimos que não havia mais fronteiras e nós estávamos nos transformando numa unidade, isso levou para nós, quarenta anos.
Assim como tudo fluía bem do lado de dentro, comecei a olhar para fora e lá estavam os outros, todos naquele salão, todos dançando no baile da vida. Alguns rostos eu reconhecia como muito antigo outros eram novos, mas todos estavam ali, e nunca haviam sido tantos. Cada novo par que subia para dançar influenciava em outro par ainda que este outro par estivesse do outro lado do salão. Na verdade todos dançavam como um só par. Como se fossem a LAN do salão. A orquestra? Ora a orquestra era só o AP. Havia em todos um plano de como dançar adequadamente. Minha mulher olhou nos meus olhos e perguntou:
-O que tu estas pensando? Não é em antena é?
-Claro que não querida, apenas observava que todos os pares que estão dançando não colidem ou se atrapalhem embora o salão esteja cheio. Continuei dançando de olhos fechados para ela não olhar lá dentro e ver que eu estava mentindo.
Gilvan
AMANHÃ SABADO DIA 15 DE AGOSTO HAVERA UM CURSO DE ANTENAS NA GEENGE. VENHA APRENDER A FAZER UMA LAN DIGITAL. SE VOCE QUISER MONTAR UM CURSO NO SEU ESTADO PODEMOS FAZER UMA PARCERIA.
O número de clientes que você consegue colocar no seu AP sem que ele fique muito lento confere com o número que o fabricante informa no catálogo do equipamento?
Poderíamos colocar outro planeta no nosso sistema planetário sem que perturbássemos o equilíbrio dos nove planetas que lá estão? A resposta é SIM. Porem não seria moleza.
O que aconteceria se colocássemos empiricamente o décimo planeta no nosso sistema? Vou responder: Colapso no equilíbrio das forças que os mantém em equilíbrio na sua órbita.
Podemos colocar um novo cliente numa rede wireless sem perturbar os que já estão nesta rede? A resposta é SIM. Porem, não é moleza também.
O que acontece quando colocamos mais um cliente na rede empiricamente? Vou responder: Os AP ficam suportando muito menos clientes.
Se você quiser dobrar o número de clientes sem precisar comprar mais banda, com os mesmo números de AP e com a mesma velocidade que já possuia você tem que acabar com a desordem no Lençol Digital da sua LAN.
DIA 27 DE AGOSTO ESTAREMOS EM SÃO PAULO DISCUTINDO ESSE ASSUNTO. PARTICIPE. INFORMAÇÕES PELO SITE Geenge - >>>>>>>>>>
Foi o filósofo alemão Karl Marx quem disse: O homem é o seu trabalho. Para digeris esta frase precisa-se debulhar um livro enorme. Levam-se anos para compreendê-lo e no fim chegar-se a conclusão que o cara era um naturalista, sabe por quê? Porque ele disse que o trabalho é a única coisa que modifica a natureza. Bonito isso gosto de pensar que com as nossas antenas tornamos o mundo um pouco diferente.
Tenho certeza que para bem entender os fenômenos que cercam uma antena, precisa-se de tanto esforço quanto entender Marx. Para que isso aconteça, duas coisas são essenciais entre nós, explicar e entender.
Porem às vezes na vida vivemos situações que servem de exemplos didáticos para compreendermos fenômenos de maior complexidade. Vou contar um.
Convidei o meu amigo Garcia e subimos a serra em direção a Caxias do Sul no verão de 1.968. Íamos para o pavilhão onde acontecia a famosa Festa da Uva e onde seria inaugurado no Brasil, imagem de TV á cores. Íamos muito excitados, pois naquela época imaginar uma imagem de TV colorida era quase como ver magia.
Chegamos a Caxias e fomos direto para os estúdios da TV Difusora onde estava trabalhando um amigo nosso, o Sossa, que nos facilitaria a entrada. Ao encontrá-lo, senti que alguma coisa estava errada, nosso amigo que trabalhava na antiga Embratel, estava suando e com ares de que não havia dormido na última noite, mesmo assim, gentilmente nos disse.
-Não posso falar com vocês agora fiquem á vontade por aqui, estamos com um problema técnico no transmissor e não estamos conseguindo resolver, já estamos muito atrasado, eu preciso de mais meia hora para terminar e colocar o transmissor no ar.
O Sossa era um técnico anteneiro de rara competência e, alem disso um homem fechado que pouco ria muito dedicado ao trabalho, pessoa de muita integridade e caráter. Não existia ninguém no meio que não o admirasse acho que o Sossa havia durante a vida, muito mais estudado eletrônica do que aproveitado o travesseiro na cama. Coisa de anteneiro fanático. Todo mundo se referia a ele como um poço de sabedoria. O Sossa nunca transigia, agia na vida conforme as leis severas que os teoremas anunciavam, o Sossa era sempre meticuloso e preciso no que fazia.
De longe, meio encostados numa parede, eu e o Garcia ficamos assistido os anteneiros resolver o problema que atrasava a inauguração, quando entrou no recinto um coronel com uma escolta atrás de si. O coronel foi direto para o Sossa e disse:
-Você tem dez minutos para ligar tudo e botar uma imagem no ar.
O Sossa que estava agachado no chão levantou-se devagarzinho com o ferro de soldar na mão e respondeu para o coronel, esticando o braço que empunhava o soldador elétrico.
Continua ....
Continuação....
-Se o Senhor Está com pressa, faça o Senhor mesmo.
O coronel não era um homem qualquer, sabia o que esperar de um ser humano, sabia que para exigir competência, precisava dar exemplo, sabia também levar um homem ao seu limite, olhou dentro dos olhos do Sossa que aprumado e de queixo erguido esperava pelo pior. Segundos se passaram e dentro do pavilhão ninguém respirava, o silêncio era de cemitério na madrugada. O coronel disse:
-O Senhor Está preso.
Imediatamente dois PM se aproximaram do Sossa e o levaram para um canto da grande sala. Eu estava com as mãos úmidas e geladas. O ambiente então como uma bomba estourou numa balburdia, todo mundo agora falava junto, os técnicos e os engenheiros se sentiam ofendidos pelo coronel e os militares presentes se sentiam ofendidos pelo Sossa. A inauguração da TV em cores foi esquecida. Havia ali dois mundos em choque, a espada de aço e o PalM que não funcionava.
Um tempo enorme se passou sem que chegassem a nenhum acordo, lá fora a Festa da Uva seguia junto com o Brasil na espera das imagens coloridas. Foi quando o inusitado aconteceu. O meu amigo Garcia levantou-se do bando onde estivera nos últimos minutos e dirigiu-se ao Sossa, lá chegando, pegou o amigo pelo braço e cochichou no seu ouvido. Depois disso, atravessou o pavilhão e se aproximou do coronel e cochichou também no ouvido do coronel. Ninguém ouviu nada, feito isso, voltou para o seu lugar.
Acreditem, o coronel imediatamente com passos firmes, caminhou até o Sossa e falou.
-Quanto tempo precisa?
-Meia hora respondeu o meu amigo.
-Tens vinte minutos.
-Entendido coronel.
Sem qualquer comentário o Sossa se botou a trabalhar com o apoio da sua equipe, enquanto o coronel se retirava junto com os outros militares. Vinte minutos depois, entrou no ar a TV em cores.
Fiz sinal para o Garcia para sairmos dali, mas não larguei o braço dele e quando estávamos fora do alcance dos ouvidos dos técnicos, despejei a pergunta que me queimava a garganta.
-O que tu disseste para eles?
O Garcia deu uma risada e falou:
-Simples, disse para o Sossa que o coronel é um anteneiro apaixonado e para o coronel disse que o Sossa é um sargento reformado.
Minha boca não parava fechada, só conseguia pensar no velho Marx e na sua máxima. O homem é o seu trabalho.
Olá Rapaziada.
Tenho Procurado mostrar a vocês que os valores ecléticos pertencem a todos os tipos de pessoas e quando saem de dentro de nós, servem para justificar a física azul do nosso planeta. Faço isso, porque acho que todos que chegam á este plot, são pessoas que se identificam no ramo da criatividade humana que se chama telecomunicação.Somos anteneiros. Todo anteneiro é preocupado com o próximo, sabem qual é a sua necessidade maior? Ora, sua necessidade maior é comunicar.
Somos todos grandes ouvintes e grandes conversadores. A língua do anteneiro tem o tamanho dos cinco continentes e seus ouvidos ouvem os cochichos em todo o mundo. Houveram anteneiros que em 1.965 conseguiram ouvir o som de fundo do universo, o som da criação do mundo. Merecidamente ganharam o Premio Nobel. Alguém tem que ser o melhor.
Acredito que o prazer que a comunicação causa no anteneiro, é causado pelo fado de o anteneiro ser dotado de um grande sentido de humanidade e porque a despeito de toda a tecnologia que ele usa nos enlaces, o alvo é o seu semelhante e isso é eclético, puro e essencial. Façam uma enquete na firma de vocês, de todos colegas, qual é o mais querido? Não é o anteneiro? Coitado do patrão, ele se esforça, mas não sabe apontar antenas, não sabe fazer comunicação.
Nesses tempos de hoje, onde existem leis soberanas como a lei da vantagem, onde quase todos se empenham na luta livre pela vitória econômica, ainda são raras as pessoas que entendem a diferença entre mágica e física azul, porem estes dois valores ainda são as colunas dorsais da nossa sociedade. Assim como as torres de micro ondas onde moram as antenas.
Embora a fumaça das fábricas que produzem tecnologia nos embacie o olhar e a ambição, e o ter admita regras desleais, assim mesmo pode um garimpeiro de homens, encontrarem aqueles que guiam seus pensamentos com os fenômenos ecléticos da natureza. Uma dessas etnias que eu conheço, são os anteneiros. Essas pessoas vivem em castelos de idéias cercados por muitas torres de ferro que se intercomunicam, são caçadores dos sinais invisíveis, as ondas eletromagnéticas.
Anos atrás, tive a oportunidade de espiar para dentro de um grupo estranho de anteneiros e enxergar coisas do coração. Estava eu na cidade de Jersey City no estado de Nova Jersey, nos Estados Unidos onde fora participar de um congresso de telecomunicações e procurar um softwere que transformasse meu micro num medidor de onda estacionária, naquela época isso era muito raro. Comigo no carro, deslizando pela express way velozmente, ia a minha amiga Rosi Mari
Rosi conhecia bem a cidade, morava ali a vinte anos e trabalhava na Cruz Vermelha Internacional como Diretora do Serviço de Sangue. O foco do seu trabalho era o de coletar sangue humano para salvar vidas. Para alcançar seu objetivo, usava de diversas estratégias para coletar doadores.
-Não é fácil conscientizar as pessoas a doarem sangue. Dizia a Rosi Mari para mim, enquanto eu apreciava de longe a moldura da cidade de Nova York que fica a poucos quilômetros da cidade onde estávamos separadas apenas pelo rio Hudson
-Eu busco doadores através do recrutamento em empresas, colégios, quartéis e todos os lugares onde consigo imaginar. Nas igrejas, o padre me cede o púlpito para eu fazer a minha súplica, mas mesmo assim é muito difícil de conseguir que as pessoas doem algo de si para um estranho, sem ganharem nada em troca. Sempre uma coleta de sangue, que aqui se chama de blod drive, tem poucas pessoas doando.
Continua...
Continuação...
Lembro que bem longe, eu enxergava o então existente Trade World Center que os americanos gostavam de chamar de torres gêmeas Twin Towers e que se sobressaiam naquela época sobre toda a cidade. Dois gigantes erguidos que de longe pareciam as torres de um castelo em Manhattan. Dizem que as idéias boas são meteóricas, girando no banco do carro falei para a Rosi.
-Eu sei como tu podes conseguir um grande número de doadores de sangue de uma só vez. Basta tu tirares gente de uma torre e colocares na outra.
A Rosi me olhou com uma cara de espantada e soltou um sonoro. O QUE?
Não tentei explicar os meus pensamentos, a idéia, era perfeita, assim como a ponte Pulaski interliga NY a NJ a minha idéia era interligar as duas torres do castelo com as torres de ferro de Telecom. Então falei entusiasmado.
-Rosi, precisas ligar para as firmas de Telecom, pedindo que seus funcionários doem sangue. Vamos recrutar anteneiros.
Com paixão expliquei para a Rosi o que era um anteneiro, do caráter humano desta gente. Sustentei a idéia que a maioria deles iria atender aquele chamado. Estava no sangue deles a obsessividade pelo vencer distancias e montanhas. Eles haveriam de aparecer no blod drive.
Tudo foi feito. Com a penetração que a Cruz Vermelha tem nos Estados Unidos, foi fácil contatar com o departamento de recursos humanos das empresas de Telecom e fazer o pedido de doação.
No ar infestado com ondas eletromagnéticas moduladas com business, nasceu um brado de socorro. A Torre da Cruz Vermelha irradiava para todas as torres de ferro de NJ e de NY onde um anteneiro trabalhava, o pedido de solidariedade.
Passada uma semana com extremo interesse, me dirigi para o Clark Volunteers Squad, onde se realizava o Blood Bank. Estacionei no meio de um mar de caminhonetes. Com dificuldade cheguei no Office onde estava a Rosi, porque havia gente por todos os lados para doar sangue. A balburdia era total. Aquela massa havia se organizado em grupos parecendo buquê de flores num jardim, cada um esperando a sua vez para doar sangue. Enquanto esperavam, falavam, falavam e falavam...
Como vocês podem imaginar, o assunto deles não era o sangue, a Cruz Vermelha ou qualquer tipo de solidariedade humana. Claro que não. Eles falavam em antena, em onda refletida, em ruído, em cabos coaxiais e todos, todos eles se exibiam com um super enlace que haviam feito. Pareciam pescadores mentindo o tamanho do peixe. Orgulho para eles não era doar sangue, era se comunicar de muito longe isso sim é desafio.
Quando cheguei perto da Rosi, ela me disse com um largo sorriso de alegria no rosto.
Amei a tua idéia, mas cá entre nós, QUE GENTE ESTRANHA.
DIA 19/9 ESPERO VOCES EM LONDRINA PARA DISCUTIRMOS AS DOZE FERRAMENTAS TEÓRICAS NECESSÁRIAS PARA A CONSTRUÇÃO DO LENÇOL DIGITAL. ATÉ LÁ.
Nossa conduta mais espontânea é a imitação. Nada nos dá mais prazer do que resolver um problema imitando a solução de outros, a antropologia deve responder o porquê, mas existem as exceções e estas pessoas que se diferem do coletivo são perturbadoras. Vou contar para vocês um caso que me aconteceu numa cavalgada.
Saímos todos de manhã antes do sol, a lua abdicando do seu posto, permitia que entre os horizontes reinasse a aurora, rumamos os sete cavaleiros para o oeste, íamos nos embrenhar nos pampas verdes do Rio Grande, eram aqueles momentos mágicos, que duram poucos minutos que me fazia pensar que a vida, assim como a aurora, é só um instante que deve ser bem aproveitado. Enchi os pulmões com o ar frio do vento minuano, acariciei o pescoço musculoso do crioulo que eu montava e com um leve toque da espora avancei num trote até alcançar o grupo dos outros cavaleiros que em silencio furava o espaço cinza escuro da aurora.
-Tens muita sorte por ser um anteneiro, tu nunca precisou jogar a última carta na vida dos outros. Quem me dizia isso era o Belmar, um companheiro de cavalgada que assim como os outros daquele grupo era um cardiologista cirurgião. Aliás, para que bem o diga, o único no grupo que não era cardiologista era eu que do coração a única coisa que sei é que cada pessoa tem só um. Pedi para o Belmar me explicar melhor a frase que ele havia falado.
O Belmar cruzou as rédeas do animal para o outro lado, fez um movimento de alongamento da coluna e continuou em silêncio. A minha pergunta tinha se irradiado por todo do grupo e a cumplicidade coletiva domava o silêncio. Com muita calma vencemos a primeira coxilha de uma cavalgada que durariam três dias, só então o Belmar falou.
-Eu estava na mesa de cirurgia com o peito de um guri aberto, o coração batia fraco e eu tinha poucos minutos para fazer alguma coisa. Mas esta coisa que precisava ser feita, eu só havia ouvido falar a respeito, nunca me preparara com os procedimentos. Não tinha saída, o menino ia morrer. Daí eu fiz, não sei por que, não tinha planejado aquilo, peguei o bisturi e tirei fora uma fatia do coração do menino, Costurei tudo de novo e fechei o pequeno peito. Não deixei ninguém me auxiliar, até a limpeza final eu procedi. Isso aconteceu ontem, não tenho a menor idéia de qual vai ser o resultado, não depende mais de mim. Tirando um pedaço do coração ele haveria de bombear melhor.
-Mas isso foi muito bonito, tu salvaste uma vida.
-É isso eu sei, mas não foi da forma correta, eu agi só por instinto e isso é antiético.
Aquele grupo estava acostumado com a fronteira entre a vida e a morte, era comum pacientes morrerem e a morte de cada um, mesmo quando inevitável, produzia neles uma grande tristeza. Aquelas cavalgadas eram um portal que os levava para outro universo, para bem longe do stress de suas rotinas de trabalho. Assim como um rio tem suas águas sempre em movimento, os colegas do Belmar deixaram o assunto rolar em silencio.
Foi a minha vez de não dizer nada, de ficar cabisbaixo. Eu não estava triste nem desapontado, o conflito que eu travava era conceitual. O Belmar era um excelente médico, era um professor catedrático a mais de trinta anos na universidade e a sua cadeira era cardiologia. Como pode ele naquele momento ter feito alguma coisa que não era condizente com todas as regras do seu conhecimento acadêmico? O que teria guiado a mão do Belmar?
Cavalgamos até o meio dia e apeamos perto de uma sanga ladeadas de eucaliptos e maricás onde um grupo de apoio nos esperava para o almoço. Um carreteiro de charque especial com um bom vinho colonial nos obrigou a correr para\ as redes montadas na sombra meiga do arvoredo. O bulir das águas correndo pelas pedras foi o passaporte para o sono profundo. Acordei-me ainda antes que os outros companheiros, mas fiquei deitado aproveitando o sabor daquela tarde, nisso ouvi dois peões que conversavam.
-A patroa está muito animada com as novelas, se esquece até da bóia, não perde capítulo.
-Mas vivente, como foi que tu fez a antena? Conta de novo.
- Bem o seu Bonifácio da venda me deu a antena dele que a ventania tinha derrubado tava toda dobrada e estragada, mas a ponta tava boa, o fio e a caixinha que fica dentro de casa eram novos, eu só tive que fazer um fundão atrás da casa e cravar o varal nos beiços dele.
Continua...
Continuação...
Quando ouvi essa prosa, pulei da rede e cheguei perto dos peões que imediatamente se prontificaram dizendo
-As suas ordens doutor. O senhor sesteou bem?
-Bem obrigado, estava ouvindo vocês conversarem e fiquei curioso com o assunto. Vocês poderiam me explicar o que é um fundão?
-É um buraco em cima do barranco. Disse o peão que se chamava Fivela.
-Porque em cima do barrando?
-Porque senão ele enche de água da chuva. Tem que ter uma mangueira no fundo para a água correr para baixo.
-Gostaria de ver isso.
-Bom, na boca da noite vamos acampar na fazenda do coronel Bento, fica a meia légua de lá, se o senhor quiser ver e não tiver muito cansado, podemos esticar o trote até o meu rancho, os criolos agüentam.
Chegamos à fazenda junto com o ocaso do sol, mas eu não me continha, olhei para o Fivela que sem apear do cavalo me disse.
-Pois então vamos?
Chegando lá eu fiquei apalermado. O peão havia cavado um buraco de uns quatro metros de diâmetro com quase um metro na parte mais funda. Mas o mais incrível era que a forma do buraco era parabólico, um alimentador de antena off-set estava acimentado no pé da parábola e a parábola estava corretamente apontada para o satélite. O fundo do buraco fora todo acimentado e pintado com uma tinta metálica. Lá dentro de casa passava o Jornal Nacional na TV.
-Mas como tu fez para acertar o satélite e para que a antena ficasse apontada? Como tu ajustaste a elevação e o azimute?
-Sei não doutor, nem me pergunte isso, eu tinha visto este trovejão funcionando uma vez, achei que tinha que ser assim e fiz.
Na saída abracei o Fivela me despedindo dele e vi seu olhar incompreensível quando o chamei de colega, depois montei no cavalo crioulo e rumei a passito para a fazenda do coronel Bento.
À noite me engolira inteiro, o cavalo que conhecia o caminho de casa, seguia sem ajuda pelas curvas da trilha. No céu um manto de estrelas enfeitava o berço da minha raça com rara beleza. Eu não via nada, meu cérebro estava enfeitiçado pela magia que me cercara entre a aurora e o crepúsculo.
Quando a trilha se aproximou da fazenda, enxerguei meus companheiros em volta de um fogo de chão onde duas paletas inteiras de costelas assavam lentamente em espetos cravados na beira da brasa. Freei o animal e fique olhando de longe, meu amigo Belmar era o mais hilário, ria e falava alto contagiando a todos com o seu jeito bonachão. Pensei com os meus botões, ali está um autentico peão do coração. Ele também quando acha que tem que ser assim, ele faz. O Belmar e o peão anteneiro sabiam imitar o certo da natureza.
Soltei o cavalo e me dirigi para os festeiros. O Belmar com os braços erguidos gritou:
-Por onde andas chiru?
-Fui ver a operação de um doutor, devia ter te levado junto, só um peão como tu saberias apreciar o coração do problema e afivelar a melhor carta jogada. O Belmar caminhou em silencio com o ar desconsertado ao meu lado e quando nos unimos ao grupo ele falou para os outros.
-Já andei por caminhos de noite que muitos temeriam andar de dia, mas este meu amigo anteneiro sempre encontra um atalho.
A lua cheia novamente reinou pela madrugada iluminando inúmeros caminhos nos pampas que ficaram negros. Os sete cavaleiros se abasteciam de vida para noutro dia enfrentarem a morte em olhares sem luz de pacientes terminais com corações batendo fraco que segurando suas mãos tentariam se agarrar a vida numa súplica invisível, mas tão real quanto o fundão do Fivela.
Gilvan
DIA 02/10 DE OUTUBRO APRENDA A CONSTRUIR UM LENÇOL DIGITAL NO CURSO DE ANTENAS DA GEENGE. ESPERO VOCES.
UM RIO QUE DESDEMBOCA NA AREIA
Vejo colegas de lista com perguntas sobre enlaces entre duas antenas que me assombram. Perguntas cuja resposta ocuparia todas as páginas de um livro muito espesso. Depois vêm as respostas, são simples e curtas, mas revestidas de muito boas intençõs. Por exemplo:
UMA PERGUNTA:
Preciso fazer um enlace de 25Km, em 5,8GHz. Que equipamento vocês me recomendam?
RESPOSTA:
Use duas antenas de 30dBi de ganho e dois rádios da mikrotik com cartões de 100mW.
OUTRA PERGUNTA
Alguém já utilizou a antena modelo xxx do fabricante yyy ?
RESPOSTA:
Eu já usei e recomendo é muito boa.
COMENTÁRIOS
Que absurdas as perguntas e as respostas. Querem ver uma similaridade?
UMA PERGUNTA:
Preciso fazer uma transfusão de sangue. Que tipo de sangue vocês me recomendam?
RESPOSTA:
Use sangue de jovem que é mais sadio.
OUTRA PERGUNTA
Preciso me casar, que mulher vocês me recomendam?
RESPOSTA
Eu já casei, aconselho uma mulher inteligente, rica e bonita.
COMENTÁRIOS:
Que desastre.
RESENHA:
O que fazer então? A minha resposta é: Nas associações. Aqui vai a minha sugestão:
1) As associações deveriam manter cursos de formação para os associados.
2) As associações, deveriam ter um selo de qualidade de equipamento homologado por ela.
3) As associações deveriam criar um padrão de qualidade para um provedor de internet para que os associados atingissem essas metas.
4) As associações deveriam ter engajamento em partidos políticos.
5) As associações deveriam discutir com a Anatel a homologação. Ex. Os dados que hoje são fornecidos numa antena homologada não são insuficientes para fazer um projeto de rádio enlace.
6) As associações deveriam discutir a responsabilidade de algumas autuações fiscais. Ex. A responsabilidade de um edifício não cair é do engenheiro. Muitas responsabilidades que hoje são atribuídas ao empresário dono do provedor, deveriam ser do responsável técnico.
Esta não é a minha praia, mas de tanto ver nudismo, não resisti a dar um passeio na areia. A vitrine é o lugar onde todos gostam de posar.
ALGUNS NÃO ENTENDERAM BEM
Todo remédio pode ser um veneno e todo veneno pó ser um remédio. A condição de ser remédio ou veneno é a posologia. Os antigos egípcios misturavam o veneno de certas cobras peçonhentas com mel de abelhas que se alimentavam de certas árvores na composição de seus remédios. Infelizmente perdemos o nome das cobras e das árvores. Numa instalação de antena é a mesma coisa, só que ainda não perdemos a cultura, ela é apenas um pouco difícil de ser digerida.
TEOREMA
Num acoplamento a máxima transferência de energia ocorre quando as impedâncias são iguais.
QUESTÃO ABERTA
Se toda a energia do rádio está sendo transferida do rádio para a antena ou da antena para o rádio necessitaria neste acoplamento um stub?
RESPOSTA
Não e Sim
NÃO
Não necessitaria de um stub se o objetivo fosse obter o sinal mais forte possível e a instalação fosse num lugar sem outros sinais concorrentes.
SIM
Necessitaríamos do stub se fosse necessário diminuir o sinal que chega ao rádio. Podemos diminuir a potencia do rádio, mas e quando precisamos diminuir mais que o programa do rádio permite?
SIM
O stub pode ser usado como um curto circuito numa outra freqüência. Se no caso de um acoplamento perfeito houvesse um sinal concorrente? O stub seria indispensável naquele acoplamento.
SIM
Com qualquer antena barata.
LENÇOL DIGITAL
O stub é uma das doze ferramentas indispensáveis para a construção de um Lençol Digital.
3.000AC
Antigamente já se sabia que a qualidade é tão importante quanto a quantidade
EUFEMISMO
Existem verdades que se esquecem d
http://img200.imageshack.us/img200/3456/filtro1.jpg
Olha só o que rolou na ANID
Dia 30 de outubro estarei no Rio De Janeiro dando aula de antenas de dia e tomando chopp de noite. quem quiser me acompanhar entre em contato. Quem quiser fazer o curso não desperdice a oportunidade. Quem quiser só discutir algum site, podemos fazer isso de noite.
Um abraço