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Conexão à internet sem fio com alta velocidade e longo alcance e que deve surgir em breve nos Estados Unidos.
A FCC, Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos, aprovou no último dia 24 de setembro a utilização das faixas de frequência existentes entre os canais de televisão, os chamados “espaços brancos” para a criação da Super Wi-Fi.
Você já leu, e agora tem mais informações sobre o que é e como deve funcionar esta superconexão sem fio com a web, capaz de alcançar longas distâncias e que possui mais facilidade em atravessar paredes devido às faixas de frequência que ocupam.
Igual, mas diferente
A Super Wi-Fi será uma rede igual à conexão sem fio que existe atualmente. Aquela que você usa em casa, no escritório, nos shoppings, nas bibliotecas e em vários outros locais públicos que disponibilizam acesso à internet via Wi-Fi. Contudo, sua grande diferença está na capacidade de alcance na rede.
Menores frequências e maior alcance
Atualmente a maioria das conexões sem fio tem espectro numa frequência entre 2,5 GHz e 5 GHz. A FCC autorizou, pela primeira vez em 25 anos, um novo espectro de redes sem fio cuja frequência deve girar em 50 MHz e até no incrível valor de 70 MHz.
Estes valores reduzidos permite que a rede tenha maior alcance. O que antes era medido em metros, agora poderá ser medido em quilômetros de raio, atingindo assim uma área ainda maior de cobertura.
Além disso, a potência das redes se torna ainda maior, permitindo que ela ultrapasse com mais facilidade paredes de tijolo e concreto e aumentando a velocidade da transmissão, que será quase tão rápida e estável quanto uma conexão via ADSL ou cabo, chegando a velocidades como 15 e 20 megabits por segundo. É mais velocidade e qualidade na internet, porém sem nenhum fio.
Sem interferência no sinal digital
Como dito anteriormente, o Super Wi-Fi vai utilizar o “espaço branco”, que é o espaço existente entre as frequências usadas pelos canais de televisão nos EUA. Isto é possível porque lá a transmissão digital já é uma realidade em praticamente todo o país, contando com centenas de canais que utilizam o formato.
Os primeiros rumores sobre a Super Wi-Fi ocupar este lacuna entre os canais de televisão gerou um comentário de que ela causaria interferência na qualidade do sinal emitido pelas redes de televisão. Para evitar isto, nos EUA os dispositivos que usarão os “espaços brancos” deverão ser posicionados em uma localização especial para evitar interferência.
No Brasil, a implementação da TV digital começou a partir de 2007 e ainda hoje o sistema engatinha em terras tupiniquins. A maioria dos novos televisores fabricados e vendidos aqui já está adaptada para receber o sinal digital, o que deve fortalecer ainda mais o modelo. Vale lembrar que o sinal analógico – o “tradicional” – sairá do ar no Brasil em 2016. Isto significa que depois disso somente o sinal digital existirá no país e será possível que algo como o Super Wi-Fi se torne realidade no Brasil.
Benefícios a longo alcance
Talvez o primeiro benefício de uma superconexão sem fio com a internet seja a possibilidade de uma conexão pública e de qualidade, sem custos para o usuário.
Se pensarmos em uma rede de longo alcance partindo de um ponto central de um bairro ou mesmo de uma cidade pequena, podemos idealizar uma grande área de cobertura, incluindo não só casas como também escolas, bibliotecas e hospitais.
Outro benefício, como o que acontece em Wilmington, na Carolina do Norte, Estados Unidos, em que os “espaços brancos” são utilizados para o tráfego de informações das câmeras de segurança do local, tudo em alta velocidade e sem nenhum fio.
Uma realidade ainda distante
Como dito neste artigo, o Super Wi-Fi acabou de ser liberado nos EUA. Dá para dizer que apenas o espaço onde será construída a estrada foi adquirido, mas a construção em si ainda não passa de projetos.
Nos próximos meses devem surgir mais novidades e novas empresas devem embarcar no negócio. No Brasil uma superconexão sem fio deve demorar ainda mais para se tornar realidade, mas com certeza deve ocorrer algo parecido por aqui. O jeito é aguardar.
- Por Douglas Ciriaco - 28 de Setembro de 2010