Operadoras querem cobrar mais de quem utiliza muito a internet. Empresas como o Google devem entrar na cota
As operadoras de telefonia estão se unindo para conseguir da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) permissão para cobrar um valor a mais dos clientes que usam demais a internet, segundo informações do jornal Folha de São Paulo. Além de os consumidores que navegam "em excesso" na rede poderem ser mais onerados, as empresas querem taxar companhias como Google, Microsoft, Apple e Facebook, por terem lançados produtos que estimulam um uso maior da rede, o que estaria, no entendimento das telefônicas, levando a rede à saturação, devido ao alto nível de tráfego.
Com essa taxa, as operadoras poderiam fazer um maior gerenciamento das conexões, além de possibilitar mais investimentos na ampliação da rede, sem precisar dividir os custos com os usuários, que correm o risco de sofrer com uma alta nos preços.
Infraestrutura
No entendimento dessas empresas, não é justo que as grandes companhias lucrem com um modelo de negócios dependente da internet sem contribuir com a infraestrutura das conexões no País. Essa demanda das teles não ocorre somente no Brasil. Em outros países, as empresas de telefonia também se queixam justamente pelo alto dispêndio para elevar a estrutura da rede, aporte que pode chegar a 10% da receita anual de cada companhia. Já as gigantes da internet e da tecnologia, como Google e Apple, investem, respectivamente, cerca de 0,25% e 0,86% do faturamento com esse tipo de demanda.
Sem exceções
No Brasil, a legislação proíbe uma cobrança maior tanto de consumidores que fazem uma utilização excessiva da internet (sem desconectar e baixando conteúdo continuamente) quanto das empresas cujos negócios dependem dos acessos à rede mundial. Na Anatel, regras relacionadas a essa polêmica ainda estão sendo discutidas. A ideia é que não sejam abertas exceções, possibilitando, por exemplo, que as empresas reduzam a conexão de quem ultrapassa o limite de tráfego, tal qual ocorre na tecnologia móvel. Para o Google, foram produtos como o You Tube que estimularam mais pessoas a acessarem à rede, gerando mais lucro às telefônicas.
PROBLEMA RECORRENTE
OI e TIM persistem com serviço falho
Durante o dia de ontem, consumidores de Fortaleza tiveram problemas para completar ligações
Fortaleza/Brasília. Embora as empresas de telefonia OI e TIM neguem problemas com o serviço prestado ao consumidor do Ceará; mais uma vez, durante o dia de ontem, clientes tiveram dificuldades para completar ligações de seus celulares, em Fortaleza.
Nesse momento, as duas empresas que concentram a maior fatia do mercado cearense estão inclusive sendo alvo de processo judiciais, mas a melhoria no serviço ainda não é percebida pelos clientes e o esforço de vendas de linhas ganha novas campanhas.
Por meio de nota enviada por sua Assessoria de Imprensa, a TIM informou "que não registrou problemas técnicos com impacto relevante em sua rede em Fortaleza (CE) nesta quinta-feira (1º)", disse o comunicado.
A resposta da OI também foi similar. A empresa informou que "o seu sistema de telefonia móvel está funcionando normalmente, em Fortaleza, ontem", disse a nota.
Concessão de anuência
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) confirmou que a anuência prévia para a compra pela TIM da AES Atimus, empresa de telecomunicações da Companhia Brasiliana de Energia - holding que controla a AES Eletropaulo e a geradora AES Tietê - foi aprovada ontem pelo Conselho Diretor da agência.
A operação havia sido anunciada em julho último pelo valor de R$ 1,6 bilhão.
Com a aquisição, a TIM incorpora uma rede de 5,5 mil quilômetros de fibra ótica com cobertura nas regiões metropolitanas das cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Fonte : Uso excessivo pode ser taxado - Negócios - Diário do Nordeste