Respeito sua posição, até porque você é vendedor, mas me desculpa, vendedor não conhece a realidade e também discordo quando você diz: "voltar a era do cabo". A realidade só é vista na prática, quando o equipamento está em campo e em um cenário real, bem diferente dos cenários de testes que fazem nos equipamentos. Uma rocket diz atender 300Mbps (half), mentira! Tem uma porta 10/100 e eu duvido que alguém consiga trafegar 80Mbps "pegados" em um rádio de duzentos e poucos reais.
A tendência de mercado é sempre atender com uma velocidade de dados ainda maior, pois os sistemas ficam mais sofisticados e com isso demanda mais tráfego, praticamente impossível de ser atendido com uma rede sem fio. Se fosse o caso porque temos cabos de fibra óptica ligando todos os continentes e em alguns casos ligando as casas dos clientes (FTTH). A saída, pelo menos ao me ver, seria LTE (para atender os clientes), mas isso aí só para os grandes, nós (pequenos provedores) somos sempre desprezados.
Cada caso é um caso! Em um enlace de 50Km o melhor seria que fosse feito usados cabos ópticos para tal, mas se conseguimos o tráfego desejado usado um ptp sem fio, com certeza assim vale a pena usar um par de rádio.
Voltado ao assunto do cabo na cidade, imagine várias torres e clientes (de concorrentes) usando canais iguais compartilhando o mesmo meio (o AR), com muito ruído e você tendo um concorrente como a OI ou NET que pode oferecer 10Mb a R$ 69,90 (ou menos), o que você pode fazer? - É usando a tecnologia N da para atender 10Mb. - Será? 4Mb até que vai, mas 10Mb, não! (levando em consideração vários clientes no mesmo painel) - Bota mais painel! (aumenta o ruído, interferência...) - Não é assim que se engole um "caçote", não é assim que se resolve as coisas. Você bota mais painel, seu concorrente bota mais painel, e aí como fica?
Aí vem a fibra (muito cara, mas ta barateando e é uma tendência forte de mercado), mas como é muito caro tem uma alternativa, cabos UTP. Não tô falando de cabos comuns, falo de cabos blindados e 100% cobre na ligação dos postes. Você vai limitar a sua rede em distância, eu sei, mas você folga a rede sem fio podendo atender com velocidades mais altas e chegando onde o cabo seja inviável ou trabalhando com planos direcionados a cabo ou rádio.
As redes a cabo e sem fio não são tudo, mas todas são complementares, viáveis ou inviáveis para cada caso.
Eu citei o cabo UTP porque o investimento é quase o mesmo - se não o mesmo - da rede sem fio toda em 5.8GHz e assim você vai poder atender com velocidades mais altas, mais confiável (não é todo dia que um caminhão leva cabo na rua. Isso é uma vez na vida, é só respeitar os padrões de altura), ou seja, um misto!
O investimento do cabo é inverso ao do rádio. No rádio é mais barato montar um PTMP, mas o cliente sai caro, muito caro (leve em consideração o valor de cada CPE e a quantidade de tráfego que pode atender). No cabo o mais caro é a rede da rua, o cliente sai muito barato (o cliente já tem placa de rede no seu PC, o cabo que atende o cliente pode ser de 2 pares e você pode atender uma velocidade bem mais alta). No cabo UTP no primeiro mês você já paga o equipamento (o cabo lan que foi para a casa do cliente - sem taxa de instalação) e já começa a ter retorno. Uma CPE demoraria uns 3 ou 4 meses (se você não cobrar taxa de instalação).
Calculando: Uma fonte que consiga atender 350 clientes vai custa uns R$ 60.000,00 (cabos de rua e PDs). Na rede sem fio 350 clientes X R$# 200,00 (média de uma CPE Ubiquiti Loco M5) já da R$ 70.000,00, fora cabo de rede, conectores, cano, base, bucha e parafuso. Com uma fonte você não atende uma cidade inteira (nem todas) e nem com uma torre você vai atender a cidade inteira (nem todas).
Finalizando, é muito relativo, mas está aí minha dica.