A AT&T acaba de mostra o lado (óbvio) em que está nessa batalha envolvendo a neutralidade na rede, e se mostrou favorável a proposta conjunta do Google e da Verizon em apoiar a neutralidade apenas para o "cabeamento antigo" da Internet, enquanto que nas redes wireless, eles que mandam e desmandam para cada tipo de pacote que trafega sob sua rede. Sempre com o foco financeiro ativo, o que vai render milhões (ou talvez bilhões) ao ano para essas empresas, prejudicando a neutralidade na rede e o próprio consumidor, que se tornará refém da informação e do tipo de pacote.
Com a entrada na briga pela neutralidade na rede, a AT&T destacou que as redes móveis são "fundamentalmente" diferentes das redes de banda larga, dizendo que elas deveriam ser "amplamente livres" de qualquer regulamentação, como um serviço de Internet, ao invés de ser classificado como um serviço de telecomunicação sob a supervisão da FCC.
Os defensores da neutralidade na rede argumentam que estão preocupados com a concorrência relativamente limitada entre os principais provedores de serviço wireless (frequentemente reduzida a um duopólio na maioria dos mercados), o que resultaria em uma priorização injusta, limitada, e/ou censurada de serviços, além de acordos de hardware exclusivos e restrições de dispositivos que ferem a liberdade dos consumidores e do mercado. O que eles querem é a regularização que possam prevenir que provedores venham a discriminar certas aplicações, conteúdos e dispositivos, em ordem de manter a Internet aberta para produtos e modelos de negócios novos e inovadores.
Já os críticos da neutralidade na rede clamam que o governo não pode adequar a regulamentação dos serviços de rede, e com isso, impor regras que "ferem" mais do que "fazem bem". Claro que nesse caso estamos falando, não dos prejuízos que as companhias teriam caso fossem reguladas e impedidas de destruir a neutralidade na rede, mas sim do quanto elas almejam lucrar com a ausência dela. O serviço pago para a priorização de pacotes e conteúdos, caso liberado, fará com que esses provedores lucrem tanto, que possam desmoronar o mercado (e a liberdade) como a conhecemos, piorando as coisas principalmente para o consumidor.
Outra "desculpa" utilizada pelas empresas críticas a neutralidade na rede, é a velha falácia de que "as empresas podem regular a si mesmas". As maiores companhias do setor, incluindo AT&T, Comcast, e Verizon, tem protestado contra as novas regras que impõem os princípios da neutralidade na rede, e são suportadas (ou seria "financiadas") pelo ramo de mercado conservador que quer lucrar junto nessa nova "oportunidade".
E entre os consumidores e as grandes provedoras, estão empresas como Google e Apple, que por natureza, deveriam ter uma posição mais moderada sobre o assunto. Ambas vendem seus produtos ou serviços diretamente para o consumidor, e sempre se beneficiaram da abertura das redes. Entretanto, ambas também são parcerias dos provedores em seus serviços de telefonia móvel: a Apple com seu iPhone e o Google com os dispositivos móveis embarcados com o Android. E essa dependência fala mais alto que sua relação com o consumidor. pelo menos no caso do Google, que acordou com a Verizon, sobre a "neutralidade parcial" da rede.
Essa briga em nome3 do dinheiro tem causa-perdida para nós, consumidores. É questão de tempo até que elas mandem na rede em nome do lucro, e nós, transformados em reféns do consumo.
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