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FCC dá mais um passo em direção à liberação dos "white-spaces"

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O FCC é o orgão dos EUA para regulamentação das comunicações naquele país, nos mesmos moldes da nossa Anatel. Se você já pegou algum equipamento eletrônico e encontrou uma etiqueta com um texto do tipo "comply with FCC rule 15", ou algo assim, é dessa FCC que estamos falando.

Já os "white-spaces" são os canais que foram liberadas com a digitalização da TV aberta. Ainda não encontrei a tradução ideal do termo "white-spaces" para o português (se alguém souber alguma tradução boa, por favor coloque nos comentários) então por enquanto vou continuar utilizando o termo original. Esses "white-spaces", na faixa dos 700MHz, estão sendo apregoados pelos gigantes de TI, como Microsoft e Google (entre outros), como sendo a solução para a universalização da Internet sem fio.

Eles são chamados de "white-spaces" porque são os buracos deixados pelas operadoras de televisão aberta, no momento que seus canais foram digitalizadas. Hoje nos EUA 100% das transmissões de TV aberta são digitais e esse processo de conversão liberou vários canais na faixa de 700MHz (além dos canais que já não eram utilizados mesmo).

A grande vantagem do uso dos "white-spaces" é que são na freqüência de 700MHz, que tem como características um alcance e uma penetração excelentes. Mesmo com baixas potências, nessas freqüências é possível coberturas de dezenas de quilômetros para conexões ponto-a-ponto ou de alguns poucos quilômetros para antenas omni, mesmo com clientes dentro de residências e prédios.

Graças a pressão do mercado, o FCC liberou o uso desses canais não utilizados para equipamentos não licenciados (mais ou menos como são liberados os canais nas freqüências de 900MHz, 2,4GHz e 5,8Ghz).

O problema é que nem todos os canais em 700MHz foram liberadas e, para piorar, cada região possui uma disponibilidade diferente. Assim o FCC liberou o uso desses canais com uma condição: desde que os equipamentos identificassem quais canais estão livres para uso em sua região.

A tecnologia para resolver esse problema envolve o uso de GPS e de um banco de dados: cada equipamento deverá possuir um receptor de GPS para identificar sua posição. Depois que ele identificar seu posicionamento, deverá acessar um banco de dados (via qualquer meio, como 3G por exemplo) para descobrir quais canais estão livres nessa região.

O que o FCC fez agora é definir quais serão os administrador desse banco de dados contendo as freqüências disponíveis em cada região. As empresas homologadas para isso foram a Frequency Finder, Comsearch, Google, KB Enterprises, LS Telecom, Key Bridge Global, Neustar, Spectrum Bridge, Telcordia e WSdb.

O próximo passo do FCC será criar o protocolo de homologação dos equipamentos em "white-spaces" que deve ocorrer até o final de 2011 (no pior dos casos, começo de 2012). A partir dai deveremos ter a disponibilidade de equipamentos que - nos EUA - poderão ser utilizados por provedores de Internet locais para fornecer acessos sem a necessidade de antenas externas nos clientes.

Imagine por exemplo o iPad 5 com conectividade "white-space", que funcione aonde você estiver (casa, rua ou escritório), estando conectado 100% do tempo através de um provedor de Internet (que não será uma operadora de celular).

Aqui no Brasil, ainda estamos um pouco longe de poder utilizar essa tecnologia. Primeiro precisamos migrar todas as transmissões de TV a aberta para digital e depois a Anatel precisa aprovar o uso aberto dessas freqüências.

Existem boatos de que o governo federal deseja ter todas as transmissões de TV aberta digitais até a Copa do Brasil. Será que eles deixarão a Dona Maricota, que ainda tem o aparelho de TV de tubo, sem TV para a copa? Ou será que irão subsidiar os conversores de TV digital para que eles fiquem tão baratos quanto um rádio de pilha?

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Atualizado 28-01-2011 em 23:08 por mlrodrig

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