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Deu a Louca na Anatel

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Informação: AESP - Associação de Emissoras de Rádio e Televisão do
Estado de São Paulo - 17/07/2010


Que tal você comprar um carro, pagá-lo integralmente e só levar 30% dele? Ei, isso existe, sim, no país — e com anuência explícita do Estado. Nesse caso, você não adquire um carro, claro, mas o serviço de banda larga 3G (a internet pelo celular, com uso de um modem). Hoje, se um consumidor se tornar cliente de uma operadora, poderá escolher vários planos: de 600Kbps, 1Mbps e até 7Mbps, que custam entre R$ 70 e R$ 190. No entanto, quando for baixar um vídeo — principalmente em horários de pico, como às 20h — ele só consegue usar 10% da velocidade. E aí, quem conhece lembra: o PC trava, o modem não conecta, o vídeo demora horas para descer ao desktop e a irritação chega fácil, fácil. Mas, pasmem, o distinto usuário paga o total do plano contratado.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), acionada por vários órgãos de defesa do consumidor, resolveu agir. E pôs esta semana em consulta pública algumas ideias a fim de alterar essa relação empresa-cliente — que é para lá de estranha. E sabe o que aconteceu? O inacreditável! A Anatel propõe que, em horários de maior uso, a prestadora deve garantir uma velocidade de conexão à banda larga, tanto no download quanto no upload , de, no mínimo, 30% do valor previsto no plano de serviço do usuário!

Caros leitores, sei que é difícil acreditar, mas essa é a verdade. A Anatel está assumindo, com todas as letras, que as operadoras podem cobrar R$ 100 por um plano, mas só entregar 30% do serviço contratado.
Isso é, no mínimo, “legalizar” propaganda enganosa, gente! Certamente os janotas engravatados da Anatel usarão argumentos técnicos e legais para justificar tanta estultice.

Provavelmente dirão que, na pior das hipóteses, a proposta fixa regras para a tecnologia 3G — hoje, é um salve-se quem puder. Mas é um absurdo ver o Estado abdicar de seu poder assim tão facilmente. E vejam que não estamos falando de algo pequeno: os acessos móveis, no Brasil, ultrapassaram a casa dos 185 milhões em junho. Até o fim do ano, a banda larga móvel supera a tradicional. É um universo que rende muito, mas muito mesmo, dinheiro.

E tem mais: as operadoras alegam que exigir o fornecimento da totalidade do serviço o encareceria demasiadamente, desestimulando o uso. Ora, o que falta — e ao Estado cabe estimulá-la — é concorrência. Com ela, viriam mais investimentos e, consequentemente, mais qualidade e velocidade.

P.S.: No Reino Unido, onde os consumidores também enfrentam problemas
com a banda larga, uma pesquisa constatou que 49% deles aceitariam, de bom grado, pagar mais para ter um serviço igualitário (todos os usuários usando, ao mesmo, a velocidade comprada). Nós também.
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Comentários

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  1. Avatar de stevens144
    mas as leis estão sempre disponiveis para consulta... e lá sempre esteve q a prestadora tem a obrigação de entregar no minimo 10% do valor do link contratado... se ela está obrigando 30% é pq as operadoras comecaram a usar desta vantagem "ou brecha" que havia na lei.
  2. Avatar de cleitonrodrigue
    Citação Postado originalmente por stevens144
    mas as leis estão sempre disponiveis para consulta... e lá sempre esteve q a prestadora tem a obrigação de entregar no minimo 10% do valor do link contratado... se ela está obrigando 30% é pq as operadoras comecaram a usar desta vantagem "ou brecha" que havia na lei.
    Bom dia Stevens144, gostaria de saber onde na legislação tem esta norma de 10%, grato.
  3. Avatar de alamdias
    Acho que ele se refere aos contratos, pq lei não encontrei nada. Mas nos contratos já vi uma porrada.

    Abraços
  4. Avatar de Antonio C. Carlos
    Eu acho que deu a louca nos brasileiros quando elegem gente tão incompetente para administrar o país. Desde que venderam nosso país para multinacionais elas cobram o que querem e servem como querem os clientes; não tem quem nos defenda. Que lei é essa que a gente compra um produto/serviço e recebe outro? Se daqui a pouco eles quiserem vc compra um carro e leva só 30%? Como, que absurdo, eu assinei a banda larga da telefôncia por 5 anos e fui literalmente roubado durante todo este tempo pagando por algo que só recebia de 4 a 10%, sendo que no contrato dizia pelo menos 20%, mas nunca a velocidade atingiu se quer 20 %. Agora sou cliente de outra empresa, mas acho que deve haver mesmo uma conivencia do governo porque nem nesta que é um pouco melhor, dificilmente atinge mais que 30 a 40% do contratado.
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